A Voz do Escritor

Como devem ter reparado, nas duas últimas semanas optei por mudar algumas coisas aqui neste meu cantinho. Nada de dias específicos para determinados temas. Fora com as regras! Especialmente com as auto-impostas.

E nesta semana que passou baralhei um bocadinho as coisas e tentei escrever mais sobre o que me inspira. E no meio de tanta concentração, na dita cuja inspiração, dei comigo a começar um novo livro. Três páginas são um início modesto. Mas hei! É meu.

A ideia ainda não está bem definida, a pesquisa terá início depois de conseguir definir o que quero contar, mas o tempo, o ritmo, a zona, a personagem principal e duas secundárias já existem. E estão bem vívidas, “alive and kicking”.

Ainda não defini muitas coisas, ainda não defini o essencial, mas sinceramente já defini a personalidade da história. Muitos falam na voz de escritor, aquilo que nós colocamos numa página e que imediatamente nos identifica como autor. São as nossas experiências e a nossa personalidade que é reflectida inequivocamente em tudo aquilo que tocamos. É o estilo de escrita individual de uma autor, que combina personalidade e competência técnica.

Como escritor, ter uma voz própria é ser consistente e verdadeiro connosco mesmos e com os outros. Ao fazê-lo enquanto escrevemos, definimos um estilo único, pessoal e intransmissível. Claro que para atingir esta voz pessoal, temos de trabalhar, de praticar, de escrever mais e o melhor possível.

Apesar de considerar que a nossa voz de escritor, à semelhança da nossa voz produzida pelas cordas vocais, nasce connosco. E como tal, é à partida, definida por qualquer coisa de genético misturado com qualquer coisa de exposição ao meio ambiente.

Contudo, assim como treinamos as nossas cordas vocais, a expansão dos pulmões para permitir um fôlego maior e as variações nos tons e na abrangência da nossa capacidade vocal, também devemos treinar a nossa personalidade escrita.

Seria perfeito se nascêssemos para fazer determinada coisa e viéssemos ao mundo totalmente preparados para a executar. Mas isso não acontece. E mesmo aqueles que à partida, parecem estar em vantagem devido a uma capacidade inata inexplicável, também esses praticam, aprendem e evoluem.

A voz do escritor é aquilo que define a exclusividade da sua obra. Quando agrada ao leitor, é o que o leva a procurar ler todos os textos produzidos por determinado artista. Que quando é eficaz, torna o público parte da história, envolvendo-o e mostrando-lhe as particularidades do seu pensamento e da sua personalidade.

E como tudo na vida, primeiro duvida-se que se tenha, depois descobre-se que afinal ela existe e por fim, procura-se desenvolvê-la para que a nossa obra seja um reflexo de nós mesmos. E se o público gostar da nossa voz? Então gostará de certeza das nossas histórias.

Sobre Estilo e a Voz de Escritor, em Português: http://ficcao.emtopicos.com/voz-de-escritor/

Sobre a Voz de Escritor, em Inglês: http://www.ttms.org/writing_quality/voice.htm

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