Recursos do Escritor: 5 estratégias para dominar o chicote e o bloqueio_parte III

IMG_2795Como em tudo na vida, o que acontece afecta-nos na medida da importância que damos às coisas e, sobretudo, na forma como encaramos o tema. Também nos desbloqueios a perspectiva que adoptamos determina o tempo que passamos agarrados ao problema ou determinados a sair dele.

Sendo uma sofredora por antecipação nata (situação que, por mais que procure inverter, parece que não consigo erradicar na totalidade) sei o quanto custa parar de nos pressionarmos a nós próprios quando não conseguimos produzir nada.

Podemos procurar outras actividades (rever ao invés de escrever, por exemplo) ou estratégias diferentes (escrever de manhã, ao invés de ao fim do dia) mas podemos acabar por concluir que continuamos sem produzir o que desejamos.

A forma como encaramos o problema é a solução. Se olhamos em desespero para uma página em branco, não vamos conseguir superar esse sentimento. Se deixamos que o bloqueio nos domine, não saímos dessa cena macabra em que só nos apetece arrancar cabelos porque não sai nada.

Em vez de agarrarmos no dito chicote, e se começássemos a manter um outro tipo de atitude? Sim, sim. Às vezes só após recebermos muitas chicotadas, auto-infligidas ou oferecidas por outros, é que descobrimos que é possível descomplicar.

Assim, acredito que tudo é uma questão de abertura de espírito às circunstâncias e ao que temos em mão.

Depois de muito matutar no tema (e de me debater seriamente com ele há já algum tempo) tenho 5 sugestões para aliviar o sentimento de improdutividade, parar de sofrer por antecipação e permitir que o bloqueio se cure a si mesmo:

 5 sugestões para sobreviver ao bloqueio de escritor:

  1. Não escrevas. Não é desistir, é parar de forçar uma coisa que não está a acontecer. Na impossibilidade de escrever revê um texto escrito anteriormente, dedica-te ao marketing do teu trabalho, faz alguns exercícios de escrita criativa, escolhe um desafio pessoal daqueles em que é suposto descobrires algo sobre ti, planeia uma estratégia de social media nova, faz qualquer coisa que não implique criar histórias mas que não se afaste do mundo autoral.
  1. Aproveita o tempo como uma oportunidade para aprender. Não estás a escrever mas podes ler sobre a arte, tirar apontamentos, reunir ideias… Podes desenvolver actividades que possibilitem reunir o material que será necessário noutras fases do processo e que, por norma, nunca tens o tempo para isso (pesquisa de locais, ambiências, referências e outras informações pertinentes).
  1. Mantém uma atitude positiva. Difícil, eu sei. Mas o nosso discurso interno é mesmo o mais importante. Podemos dar-nos “o discurso” ou pedir a alguém que nos dê “o discurso”. Aqueles que nos conhecem bem sabem quando passámos o ponto de não retorno e precisamos de ser chamados à atenção. Ou seja, quando estamos a usar o bloqueio para adiar, e evitar, a nossa escrita. Ter uma atitude positiva, não derrotista, é meio caminho andado para que isso seja a realidade.
  1. Perante o sentimento de ansiedade escolhe o que é, de facto, o melhor para ti. Quando o desencanto pela actividade advém do comportamento dos outros, dos discursos desmotivantes, de situações que desejávamos ter evitado ou proporcionado, dos entraves criados pelo resto da nossa vida, há que respirar fundo, aceitar que as coisas são o que são, e começar a empreender o tipo de racionalização que nos permita voltar àquilo que gostamos. Independentemente do resto temos de nos perdoar pelo tempo desperdiçado. Aceitar que haverá momentos assim. E, por fim, acreditar que tudo acontece por uma razão e que, em breve, voltaremos a escrever (e, provavelmente, de forma melhor do que antes).
  1. Não desistir. Oitenta por cento do sucesso é aparecer, já dizia o outro, e é bem verdade. Importante é aparecer todos os dias para trabalhar. É ser capaz de aproveitar os momentos para pensar naquilo que queremos fazer, nos nossos projectos, nos livros que planeámos, nas histórias que amamos. Importante é fazer alguma coisa enquanto esperamos. Importante é aparecer, e ir trabalhando na nossa arte da melhor forma possível e num ritmo possível. Importante é não desistir.

E, sem nos apercebermos, voltamos a ter ideias, a ser acometidos por vontades, a gerar coisas novas, e a criar. Quando damos conta estamos a escrever de novo e, possivelmente, de forma mais sábia do que antes do dito bloqueio.

Sentem que a preocupação prejudica as vossas rotinas de escrita? Sentem-se ansiosos e com dificuldades em superar essa ansiedade e manterem-se positivos? O que costumam fazer para sair dessa espiral destrutiva?

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