NaNoWriMo 2013 – ‘A beleza do fracasso’ e a piada cósmica do costume

capa“O fracasso nunca é procurado, é sempre temido e impossível de ignorar. Na verdade, paira sobre todas as tentativas de exploração. No entanto, sem o aguilhão do fracasso que nos estimula a reavaliar e a repensar, o progresso seria impossível.” Hannah Bloch

“A beleza do fracasso – o que seria de nós sem ele?” é o título dum artigo, na edição portuguesa da National Geographic , de Outubro de 2013, onde vários exploradores fornecem um vislumbre dessa frágil relação entre o sucesso e o fracasso. Um texto (tão facilmente) aplicável à nossa realidade de escritores, e à minha situação em particular, que merece um destaque especial aqui no blogue.

Todos procuramos ter alguma medida de sucesso em alguma coisa. Exploradores das letras, música, artes plásticas, números, física, ou da vida familiar, vamos de fracasso em fracasso, de sucesso em fracasso, de fracasso em sucesso. Persistimos, quando nem desconfiamos que o estamos a fazer.

Se  provamos o Sucesso, depressa nos esquecemos ou recriminamos pelos seus contornos. Se falhamos, consideramos desistir da perseguição que sustenta as nossas vidas. Nunca o fazemos. Não de forma definitiva. Arrastamo-nos pelos meandros da culpa, ponderando estratégias, avaliando necessidades. Com sorte, voltamos a percorrer o caminho. Desta vez, com nova experiência, mais certezas sobre o que falhou e novas ideias para que não volte a acontecer. Por vezes, perdemos demasiado tempo com pena de nós próprios, toldando a visão sobre o que é realmente importante.

Fracasso e Sucesso são indissociáveis. Junta-se a Sorte e ficamos com a tríade em que qualquer resultado é possível. Mas, se admitirmos que falhar e ter sucesso são experiências que não podemos evitar, o que nos resta? Persistir, adaptarmo-nos aos contornos de cada um, perseguir os nossos objectivos, lidar com as consequências e manter tudo em perspectiva.

Mais fácil falar, do que fazer. Mas é, ao aparecer todos os dias para perseguir o sonho, ao trabalharmos por ele, ao predispormo-nos a falhar que, algum dia, podemos acumular sucessos em igual (era tão bom!) medida que os falhanços.

Nunca procuramos o fracasso. Mas, a probabilidade entre ter sucesso ou falhar pende contra nós (obrigadinha, Sorte!). Como o aleatório não pode ser desprezado resta agarrarmo-nos, com ambas as mãos, ao que estamos dispostos a fazer. Tememos o fracasso mas não o podemos ignorar. Podemos, sim, decidir o que fazer com ele.

“Para a maioria dos exploradores, só um fracasso é realmente importante: não regressar com vida.”

Sobre o meu NaNoWriMo 2013:

Ora, se eu tivesse um bocadito de vergonha na cara nem arriscava tocar no tema mas, como afirmei em cima, falhar faz parte da viagem… e admiti-lo, faz parte da lição.

Por hábito, quando acredito não ser capaz de fazer alguma coisa, prefiro nem começar. Este Plano 2013ano, por motivos que fogem totalmente à minha compreensão, achei que conseguia escrever um primeiro rascunho de um livro neste mês. Falhei. E, pior, já sabia que ia falhar antes de começar.

Planeamento insuficiente, personagens a precisar de toneladas de redefinição e pesquisa, ideias mais concretas sobre objecto/objectivo da história… é só escolher. Qualquer uma delas seriam uma falha grave na execução deste projecto. Todas juntas, afundaram-nos mais depressa do que o Titanic.

Assim, ‘A caminho de lado nenhum’ vai entrar na fase redefinição completa ainda em Dezembro. Depois de tratar duns textos, em paralelo, com prazos de entrega mais apertados.

20 714 palavras, para um objectivo de 50 000. Que vergonha! Enfim… faz parte. E, é sempre melhor que zero.

PARABÉNS!!!! a todos os que atingiram a meta das 50 000.

ΦΦ

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