Criativos a meio do ano 2020

Viram aquele logótipo, adequado na perfeição, ao ano que decorre?

Este aqui…

logotipo 2020
Finalmente, um logótipo que diz tudo.

Serve que nem uma luva para o ano corrente. Concordam?

Não quero estar para aqui a dizer mal. Afinal, acho que tudo é uma questão de Perspectiva e de Expectativas.

O meu problema com 2020 é que comecei o ano a pensar: “Que números tão bonitos!“, “Que sinal de ano em grande!”, “Está na hora de equilibrar os chacras e, aqui estou eu em posição de lótus, e de olhos bem fechados, a conceber unir esta coisa toda, que é suposto ser a minha vida útil.”

E, pumbas! Olá, Pandemia!

Lá se foram as expectativas e algumas perspectivas.

Recuso-me a dar o ano por perdido. Até porque, apesar de não o usarmos convenientemente, ele vai fazer parte da contabilidade geral.

E, é sobre isto que quero falar-vos aqui: do Tempo. Ou, como aprendi a relacionar o Espaço que devemos guardar para aquilo que nos sustenta.

Assim como precisamos de tempo para o trabalho que nos paga em dinheiro, também precisamos de garantir o tempo para o trabalho-sombra, aquele que nos mantém activos, sãos e empenhados em viver uma vida com significado. Afinal, só com esse trabalho-sombra feito é que podemos trabalhar para aquele que gera dinheiro.

Ou seja, dedicar-me com gosto ao trabalho-sombra, para construir algo digno de ser recompensado.

A definição de Tempo-Espaço de Einstein é, brutalmente, adequada. Simplificando horrores com isto (até porque não me sinto a pessoa adequada para fornecer explicações sobre as teorias de Einstein), e pedindo a todos a vossa compreensão para a simplificação do assunto:

Tempo e Espaço são a mesma coisa, mas numa espécie de perspectiva 3D.

O tempo que bloqueamos para uma actividade transforma-se, assim, num Espaço que usamos para algo. Nesse Espaço temos: a duração da actividade, as capacidades cognitivas envolvidas, as ferramentas utilizadas, o projecto em si, o significado desse trabalho e o resultado final.

Ou seja, quando reservamos um tempo, para desempenhar uma actividade, estamos a reservar uma série de coisas em simultâneo. Esse é o Espaço onde existimos e no qual perseguimos uma actividade que é importante para nós.

ESPAÇO = Tempo + Meios + Disponibilidade Mental

Por exemplo: Descansar.

Preciso garantir que disponho de uma hora livre, na qual pretendo dormir a sesta, no meu quarto, sem interrupções virtuais ou reais, em silêncio… Este é um Espaço dedicado a descansar.

Outro exemplo: Escrever um livro.

Garanto que tenho uma hora livre, todos os dias, durante 6 ou 7 dias da semana, sem interrupções, reais ou virtuais, onde irei pesquisar, idealizar, concretizar as 500 palavras que estipulei como mínimo diário a alcançar, fazendo uso da secretária do meu escritório (real ou improvisado), do meu computador, dum qualquer software de escrita, de recurso a livros, dicionário e enciclopédia…

Sim, não somos todos assim. Não estamos todos na mesma fase de crescimento pessoal. Não temos o mesmo espaço mental num determinado momento. Compreendo. Também sou assim com aquilo que não me interessa. E, também fui assim, até compreender algo determinante:

Nunca vamos ter tempo para algo, se não o tornarmos uma prioridade, e o enfiarmos no nosso horário diário.

A vida é complicada. A vida muta com uma facilidade incrível. A vida é feita de prioridades e de prioridades não tão prioritárias assim. Ao criar o Espaço necessário para uma actividade, garantimos que chegamos ao fim desse período diário satisfeito connosco próprios. E, garantimos que chegamos ao final do mês satisfeitos connosco. E, ao final de seis meses… de um ano… de uma vida.

Demorei muito a encaixar isto no meu horário diário. E, não querendo ser arrogantezinha, sei que não posso garantir que se manterá imutável para sempre. O que garanto é que, quando este horário deixar de funcionar, vou articular outro, e encaixá-lo nos meus dias.

Com um rebento pequeno, exigente da minha atenção, guardo duas horas por dia, antes da família acordar para a minha actividade criativa. Abdiquei deitar-me tarde. 9:30 e estou recolhida. Mais tardar, às 22h já ressono (em uníssono com a minha filha).

Podem dizer (o habitual) “Ah, isso para mim não funciona.” Sugiro que arranjem as mesmas duas horas depois da família ter ido para a cama. Ou, algures a meio do dia, conforme o vosso horário, e disposição mental, o permita.

Importante é criar o Espaço onde podemos fazer aquilo que precisamos fazer.

Por exemplo, uma das premissas do desafio #the100daysproject é essa mesmo. Guardar um Espaço de Tempo em que nos dedicamos à prossecução de um dos nossos projectos criativos durante 100 dias seguidos. Seja esse projecto o que for. Mas, podem ler mais sobre isto aqui… E, daqui a uns dias, partilho convosco a minha experiência no desafio deste ano.

Porque projectos diferentes alimentam uma vida mais criativa e, portanto, mais feliz.

Não interessa o que fazemos. Interessa que reservamos o Espaço (tempo + meios + concentração/espaço mental) para nos dedicarmos à actividade que nos ajuda a viver, e a sonhar, e a gostar da nossa vida.

Muitas vezes esse é, também, o Espaço em que nos permitimos descontrair. Em que deixamos ir o stress diário, a ansiedade acumulada, a frustração, e assumimos uma verdadeira terapia pessoal que nos ajuda a equilibrar o resto do nosso dia… e das nossas vidas.

Guardar esse Espaço é guardar o nosso Espaço Pessoal. É garantir que preservamos a nossa saúde mental ou física (se a actividade for ginásio, yoga ou outras…).

Num ano em que temos um logótipo destes, que representa o que eu sinto na perfeição, todos os Espaços que criamos para nos sentirmos felizes, seguros e bem, fazem falta.

Não esquecer que há, pelo menos, uma ou duas horas diárias que poupamos em deslocações pendulares casa-trabalho-casa. Podemos usá-las melhor.

 

A todos os que lêem estas palavras:

Fiquem bem. Permaneçam seguros. Tomem precauções pela vossa saúde e pela saúde do Mundo inteiro. Não cedam a pressões externas, nem desconsiderem a necessidade de nos mantermos saudáveis, para que outros não adoeçam também.

You are important
Tu és importante.

Tu és importante.

O resto… são cães a ladrar enquanto a caravana passa.

Muito Obrigada e Até Breve.

 

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