Joseph Campbell e ‘O Poder do Mito’

 

o poder do mito

Há umas semanas atrás passou-me pelos olhos a menção a um documentário, sobre a obra de Joseph Campbell, de seu nome ‘O Poder do Mito’.

Joseph Campbell foi um importante impulsionador da Religião comparativa e da compreensão dos Mitos culturais, existentes no nosso Mundo, ao longo dos tempos.

Joseph Campbell e ‘The Power of Myth

Já havia lido o ebook com este título em 2011. Dei-lhe 5 estrelas no Goodreads. Mas não persegui o assunto. Confesso, deixou-me com umas ideias interessantes mas que se desvaneceram com o tempo. Porque quando a atenção desaparece, mesmo o assunto mais importante, vai com ela para outro lado.

Acredito que os livros, assim como as nossas experiências de vida, apresentam-se-nos naqueles momentos em que nos ensinam algo. Aparecem, portanto, na altura certa. Nem antes, nem depois. Posso dizer o mesmo destes vídeos. Vieram na altura certa. Nem antes, nem depois.

Em 2011 li, gostei muito, mas não persegui o assunto. Em 2020, assisti ao documentário com o mesmo nome, e comecei a expandir as minhas referências para leituras sugeridas, coerentes com temas que me agradam.

Estes vídeos fizeram-me recordar porque adoro a ‘Guerra das Estrelas’ e porque adorei a cadeira de Antropologia na faculdade (e, parece que era sentimento habitual, na época, para quem se cruzava com esta área de conhecimento).

Sempre gostei de mitologia. E, apesar destes meus interesses, nunca persegui estudos nestas áreas. Naquela altura não se “pretendiam” mais Antropólogos, Historiadores, ou estudiosos de Religião comparativa.

E, eu também não pretendia a intelectualidade da compilação massificada de dados sem propósito. Ainda não pretendo.

E, sempre tive um problema com a Religião Organizada. A minha Espiritualidade entra em conflito com uma Igreja que trata as mulheres como lixo.

Naquela época, tal como agora, Historiador, Antropólogo, Estudioso, era uma carreira sem perspectivas de futuro. Mas estas são contas de outro rosário (só para não destoar do tema mitológico-religioso).

Joseph Campbell (1904-1987) é um teórico tão interessante que, décadas após o período áureo dos seus estudos, continua a exercer o poder de nos deslumbrar com as histórias que recolheu por esse mundo fora.

Para todos aqueles que gostam de articular a actualidade com o desenvolvimento histórico, e que procuram respostas ligadas à nossa existência e permanência neste mundo, como espécie produtora de contextos e conteúdos, aconselho estes 8 episódios de mitologia, religião, humor, espiritualidade, propósito humano, História e histórias.

Para mim, e para qualquer apreciador (mesmo se não-lunático, como é o meu caso) dos filmes iniciais da Guerra das Estrelas, é interessante perceber de onde veio a fórmula que George Lucas utilizou.

E, temos acesso aos bónus, não só das entrevistas terem sido gravadas no Rancho Skywalker, como um episódio ser composto por uma entrevista a George Lucas.

Outro aspecto que acredito ter feito a diferença de qualidade nesta série: o entrevistador. Qualquer entrevista é feita por duas partes. Interlocutores de qualidade fazem entrevistas de qualidade.

Não só, Joseph Campbell é um entrevistado com muito a dizer, e com uma forma muito interessante de o expressar… ou não fosse ele um académico com bastante traquejo, e um viajante com tanto ou mais de aventureiro como de relacionador de factos… é Bill Moyers, e o seu conhecimento profundo da obra de interpretação mitológica de Campbell que enaltece, e nos esclarece, os pontos deveras significantes para o homem comum.

Senti-me contagiada pelas dúvidas, bem reais e significantes, que Moyers sente e coloca no decorrer deste documentário.

Tive momentos em que esperei, com bastante entusiasmo, que Bill colocasse uma das suas perguntas pertinentes que me ajudasse a vislumbrar o que se poderia passar dentro de uma mente tão brilhante como a de Joseph Campbell.

Algo me diz que voltarei a ver este documentário em breve. Tirei notas mas ainda não me encontro satisfeita com o que recolhi da totalidade dos 8 episódios.

E, também não gosto nada daquilo que esquecemos ou que não temos capacidade para reter na primeira passagem. Acreditando que deixei muito disto associado a este documentário.

É um documentário com texto, subtexto, e muito mais a considerar. E, é por isso, que acho que preciso de mais um bocadinho para o degustar.

E, se conseguirem ignorar a musiquinha no início, que nos transporta para 1970 num instantinho, garanto-vos que os temas são bem modernos e bem relevantes para nós.

Acrescento, ainda, que foi lançada a edição em português do livro “O Poder dos Mitos”, em Setembro de 2020. Algo que verifiquei com muito interesse ao percorrer um loja FNAC e dar com ele no N.º1 do TOP de Vendas.

Sugiro a versão que vos agradar mais.

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Aproxima-se o Final de 2020 e o Natal, por favor, mantenham-se responsáveis, seguros e saudáveis.

Obrigada e Até Breve!

 

 

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