A proporção divina de um texto

proporção divina

Há uma proporção divina num texto?

Colocado desta forma, ocorrem-me uma dezena de poemas, umas quantas letras de músicas e algumas histórias ficcionais que, arrisco dizer, terem sido tocados por poderes divinos durante a sua execução.

Mas o que significa uma proporção divina ou áurea?

proporção aurea

E, sou só eu, ou é esquisito pensarmos no corpo humano como sujeito à proporção divina… complexos de Divindade?!

Voltando às proporções divinas de um texto, não é por acaso que certas histórias funcionam e outras não. Umas seguem uma espécie de fórmula que não falha em agradar à maioria de nós. Outras… nem por isso.

Há uma série de vídeos interessantes sobre isto no canal Film Courage… e, quem melhor do que os estudiosos da fórmula de sucesso Hollywood para esmiuçarem estes temas?

Numa espécie de produção de proporções divinas, ou numa sequência de Fibonacci, ou numa composição musical que conjugamos matematicamente, estas são consideradas formulas possíveis de sucesso quando se cria uma composição (música, pintura, design, imagem, arquitectura…).

fibonacciOs resultados destas composições tendem a funcionar para a maioria das pessoas. E, quando a maioria, ou uma grande quantidade de pessoas, gosta de algo é a assumpção da qualidade inerente.

O sucesso de uma composição artística pode ser assim explicado de forma científica/matemática.

 

Há outros tipos de composições que agradam? Claro que sim, mas aquelas que seguem a fórmula tendem a agradar a mais pessoas. É como uma confluência dos aspectos certos que produzem um resultado esperado.

Tendo uma Teoria Musical o propósito de analisar Música, usando matemática para estudar os seus elementos, uma Teoria Literária propõe-se a reunir a informação para que possamos compreender os modelos antes utilizados, como estrutura narrativa ou versificação.

Existindo uma espécie de fórmula precursora do sucesso de uma história (como Joseph Campbell idealizou) quão difícil poderá ser compreendermos os seus fundamentos? E, quão difícil seria, dar o salto para as adaptações necessárias ao género literário, formato de comunicação escolhido e liberdade criativa?

Afinal, se olharmos para os aspectos históricos da coisa:

golden ratio

Em literatura, o que não falta são exemplos de grandes clássicos que não seguem estas (ou qualquer outras) regras. Apesar de olharmos para os clássicos como um exemplo, ou exemplares, do que a grande técnica pode alcançar, a verdade é que o que eles são é exploratórios, ou inventores, de técnicas com resultados de sucesso.

Também os clássicos não seguiam certas regras, como não aborrecer o leitor, por exemplo… Mas, a maioria de nós reconhece o seu valor intrínseco e as suas contribuições para a criação das formulas inerentes a cada género literário.

E, enquanto alguns géneros literários proliferam de forma abusiva, sem que se consubstancie a qualidade inegável que os transformarão nos clássicos do futuro, mas que nos proporcionam entretenimento de fácil consumo, como são aqueles que usam uma fórmula de sucesso?

Continuar a ler para os encontrar, é a acção a seguir.

Mas, por entre os milhares de histórias que se contam, e recontam, a cada ano, algumas atingem uma espécie de proporção divina que lhe garante a conquista de um público alargado, heterogéneo, capaz de apreciar os movimentos e sentir os sentimentos. Mesmo quando a obra é vista de um género compreendido como inferior.

Não foi há muito tempo que a Banda Desenhada era tida desta forma e, olhemos para ela agora(!!), até temos os Penguin Classics Marvel Collection Series… sem falar nos incontáveis filmes.

E, temos sempre a possibilidade de trilhar o nosso Caminho, através do conhecimento da fórmula não-matemática de outros, procurando forjar as nossas próprias regras enquanto construímos as histórias.

Shakespeare
‘Romeo and Juliet’ by William Shakespeare

Há uma fórmula matemática de sucesso para aquilo que escrevemos? Não sei.

Sei que há teorias, conhecimentos e fórmulas, aplicadas com maior ou menor sucesso. Sei que devemos usar isso a favor das histórias que desejamos contar, para os milhões de pessoas a quem desejamos chegar. Irreal?! Provavelmente.

Entretanto, vamos juntando um pouco mais de saber daqui, e teorias dali, na esperança que, na mistura de tudo aquilo que contemos, seja possível deixar uma marca real através dos textos (literários ou não) que escrevemos.

Mais não seja, marcando-nos a nós próprios para uma compreensão real e eficaz do que pode funcionar nas nossas histórias.

Assim, acredito numa fórmula de sucesso? Numa proporção divina de uma obra? No aprofundar de teorias para lhes colocar uma impressão digital única?

Claro que sim.

E por aí? Acreditam na proporção divina? Qual é a vossa proporção divina para um texto?

Obrigada e Até Breve!

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Referências:

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