Sal

Oiço passos no calor,

Pequenas tentações audíveis.

Mexem comigo, os enlaces,

De passos amovíveis.

 

Oiço a tua respiração,

Sons que exalas,

Entram nos tímpanos,

E com sons me embalas.

 

Sensação que algo mexe,

Vibra dentro de mim.

São passos que não esmorecem,

São vidas de cetim.

 

Oiço, ou julgo ouvir,

Penso que oiço,

Ou estarei a sentir?

Nada! É melhor que mentir.

 

E se sempre oiço,

Ou finjo ouvir,

Penso que me baloiço,

Nas cordas do teu sentir.

 

Se nada é o teu embalo,

O que oiço de nada vale.

Penso, repenso, lamento,

Tudo é nada e nada é…sal.

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