Quero gritar de raiva! Aquilo com que me tocas, Não é nada!
Quero morder com força! Aquilo que me dás, Não me alimenta.
Quero esmurrar-te! Aquilo que me trazes, Não me sustenta.
–
Quero fugir! Esconder-me nos momentos que criaste!
Quero desaparecer! Escudar-me dos olhares que me desafiam!
Quero brindar! Ao terror de me afogar nos olhos que me guiam!
–
Nada! Quero nada mais do que nada!
Quero poder sentir a ânsia da destroçada!
O horror do que transparece, a negação alinhada!
–
E se não te agrada, mais do que ausência, não posso dar!
Acredita! Nada mais há para conspurcar,
Nada sobrou e esse nada… podes vir buscar!
–
Quero gritar de raiva! Sofrer por aquele que não pode!
Negar a possibilidade de crescer, deturpar o que me sacode!
Fugir de tudo, assumindo a grandeza do nada!
–
Ausência consagrada!
……
Sara Farinha
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