Odeio que penses o que pensas. Que de teorias obscuras te convenças.
Odeio quando está implícita a tua opinião disforme. Basta um olhar para que me catalogues.
Odeio quando te escondes atrás de meias verdades, tentando justificar aquilo que não tem justificação ou perdão.
Odeio que te consideres superior, quando tudo o que sentes é medo de ser inferior.
Odeio que te esforces por dominar, e nunca por partilhar. Quando tudo o que bastava era assumir as diferenças.
Odeio que, para nos considerarem semelhantes, tenham de sublinhar as diferenças.
Que seja preciso criar um dia especial quando, se nos considerassem como iguais, não seria necessário reforçar a ideia duma condição especial.
Quando tudo o que era preciso era esquecerem as inventadas ameaças.
Odeio que me digam que não consigo. Só não conseguirei se eu própria não o quiser!
Odeio que assumam idiossincrasias, ataques ou euforias, parte de condição humana, como desígnio de se ser mulher.
Odeio que me excluam porque não entendem, nem respeitam.
Odeio a necessidade de provar algo. A quem não vê, nada tenho para mostrar.
Entre nós, todos somos diferentes.
Todos somos discriminados, se a circunstância se proporcionar.
Todos caminhamos para o mesmo fim, independentemente das vontades, tradições, maldades.
Por isso, porque assumir preconceitos, se todos nós somos alvos? Só muda o contexto, nada mais…