Atiramos uma pedra a um lago, agitamos a água de tal forma que tudo o que existe nas proximidades é afectado por esse acto. Agitamos as águas e isso pode ser bom, pode significar mudança. Mas um maremoto não é uma coisa boa, o que até pode ser debatível se considerarmos que a mãe natureza tem mecanismos de defesa muito próprios e pouco gentis para com os Homens.
Na nossa perspectiva, egoisticamente humana, um maremoto destrói vidas. A força das águas arrasta tudo o que pode, relocaliza tudo o que existe em cima da terra, afecta profundamente tudo o que nos rodeia. Simboliza a brutalidade dum meio que aprendemos a domar, mas nunca domesticar.
A água é uma substância volátil, como tantas outras que existem no nosso meio ambiente. Mas ser volátil não significa uma conquista fácil. Pode ser maleável, mas tudo o que perde a forma acaba por partir. Tudo o que se separa tão facilmente como a água, pode nunca se voltar a juntar.
Um Oceano hoje, uma onda amanhã, uma chuvada no dia seguinte e duas lágrimas depois. A água escorre, mas virá o dia em que não será capaz de voltar ao seu lugar inicial. E aí ficará espalhada por todos esses sítios onde não deveria estar. Aí as consequências serão demasiado graves para abarcar, e o que se evaporou poderá mesmo lá ficar.
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2 comentários em “Arrasar o egoísmo dos homens”