Costumam ver vídeos sobre livros? Sobre autores, filósofos, certas obras ou ideias? TedEx, YouTube, Vimeo ou outros…
Como se sentem depois?
Descobri que houve uma explosão de conteúdos, que me interessam, quando fiquei isolada em casa. Descobri, igualmente, que posso construir a minha prática criativa, estando entretida e divertida, enquanto o faço.
Mas… isto coloca-me numa fase de confusão sentimental.
Por um lado, sinto que me exponho a outras pessoas e às ideias e conceitos de outros. E, não me refiro apenas às pessoas que produziram as obras, mas também à visão daqueles que constroem os vídeos, cheios de significado e qualidade técnica.
E, quando estamos tão isolados das outras pessoas, há tanto tempo, sinto uma necessidade de me conectar ao que outros estão a fazer na comunidade, nos temas que me interessam.
Por outro lado, e a parte da confusão prende-se com a sensação de que, em alguns casos, perco tempo valioso… apesar da minha casmurrice intrincada que me relembra que, eu aprendo sempre qualquer coisa, mesmo que seja o que não fazer.
A forma que arranjei para minimizar esta sensação de perda de tempo foi:
-
estipular blocos de tempo dedicados à actividade: 1 hora e nada mais! Ou algo do género (Netflix incluída);
-
ter comigo um bloco de notas e uma caneta na mão. Apontar tudo o que me pareça útil ou com potencial;
-
ver apenas aquilo que os meus interesses pessoais, e a minha intuição, me comandam a ver.
Confesso que, neste momento, enquanto escrevo a primeira versão do artigo presente, tenho um vídeo de um Book Club Discussion a decorrer em simultâneo… Sobre “Emma” de Jane Austen.
Vou espreitando o telemóvel, onde o vídeo está a decorrer, quando uma frase me desperta a atenção para longe deste texto.
Sim! É mau, suponho.
Mas, eu sei que sempre fui da Escola da “Atenção Dividida”. Todos os dias, quando era miúda fazia os tpc’s com a tv ligada… Ou estudava numa casa cheia de gente a fazer barulho…
Também sei que, com a idade, e o desgaste que a vida diária provoca, manter a atenção dividida significa dispersar recursos importantes em coisas que se traduzem em resultados inconsistentes.
Ou seja, torna-se mais complicado manter o foco na actividade principal. Diz que o Flow não gosta.
Em óbvia violação do que escrevi aqui:
O segredo da Felicidade é o Fluxo. Aquilo que flui, no sentido daquilo que não exige esforço, mas é um estado de espírito de continuidade no acto de criação. (…) Quando estamos na “zona” criativa onde fazemos o nosso melhor trabalho, sem críticos interiores, sem desejos de obtenção de outros resultados que não o trabalho criativo que temos à nossa frente.
no artigo Opinião: Sucesso e Felicidade. ‘Flow’ de Mihaly Csikszentmihalyi.
Infelizmente, um dos motivos para isto acontecer desta forma é porque o meu crítico interior precisa ser entretido, enquanto prossigo a fazer outras coisas.
Ou seja, oiço um audiobook enquanto cozinho. Ligo um podcast enquanto pinto. Ponho música enquanto passo a ferro… Ou, vejo pessoas a conversar sobre livros, enquanto escrevo não ficção, tiro notas e faço pesquisa suave.
Procuro manter-me moderada nesta actividade. Procuro permanecer alerta e eliminar a dualidade quando percebo que não está a funcionar como preciso.
Manter a atenção dividida é esgotante e, alegadamente, produzimos trabalho de menor qualidade. Ou tem sido essa a informação que tenho encontrado nos sítios da especialidade (como numa formação com este senhor através da UDEMI).
Assim, procuro desviar-me das consequências óbvias da atenção dividida, mantendo a atenção focada, por inteiro, nas actividades mais importantes e complexas.
Ou seja, posso usar muito do meu tempo em actividades que funcionam com atenção dividida, mas naquelas que são determinantes, não o faço.
Não escrevo ficção, morning pages, journalling diverso ou revisão de texto neste modo de ‘Atenção Dividida’. Mas, tem sido um dilema interessante. Algo que levei muito tempo a desempacotar dos tempos vindos da minha infância e a acondicionar de outras formas.
Em especial, após sofrer um longo período de bloqueio de escritor, do qual precisei me reconstruir por completo.
E, foi neste contexto, que descobri um vídeo tão maravilhoso que achei que tinha de partilhar convosco.
A minha caixa aberta é… não pensar.
No fim do vídeo (e, quiçá, do período complicado) entendemos isto um pouco melhor.
A realidade é o que é.
***
Outro assunto, a Andreia Ferreira do d311nh4 (ver Instagram aqui) está a fazer um Giveaway do meu livro. Espreitem e vejam se vos interessa.
***
E, o que me tenho divertido a criar coisas no Canva. Uma ferramenta espectacular para os modernos produtores de conteúdo. Só tenho pena que ainda precisem desenvolver o áudio (na parte de produção de vídeo). Mas, suponho que estejam a trabalhar nisso. Vou ficar, ansiosamente, à espera da melhoria.
Obrigada e Até Breve!
…
Sigam o Vlook, o canal YouTube deste blog, só sobre livros…
Não se esqueçam de subscrever o blog por e-mail e recebem, todos os Sábados, um vislumbre exclusivo sobre os bastidores.