Nesta rentrée do blogue apanho-me (de novo!) a ponderar respostas para: Porque escrevo eu? E, porque escreves tu?
Não posso dizer que sejam perguntas que vivam afastadas do meu espírito. Pelo contrário. Estas são perguntas que continuam a acompanhar-me… todos os dias. Torna-se um pouco chato e repetitivo, mas é o que é. Duvidar faz parte da nossa experiência de vida.
Fazer estas perguntas ajuda-me a relembrar os meus motivos. Ajuda-me, também, a entender melhor os vossos. E, se tiveres um momento, deixa um comentário a este artigo com a tua resposta a:
Não tendo uma só resposta, reconheço apenas aquela sensação, quando estou a ler alguma coisa que me inspira, quando oiço algo que me faz pensar, quando vejo qualquer coisa que me desperta, que preciso usar isto num dos meus escritos.
Escrevo porque sinto que devo fazê-lo. Independentemente de objectivos ou resultados.
E, pronto! Voilá! Estou de volta à terra daqueles que escrevem, sem saberem muito bem porquê, apenas porque precisam fazê-lo… pelo bem da sua sanidade mental e satisfação pessoal.
E, porque Escrever e Ler são a relação mais íntima em Literatura…
Gosto de Escrever e Gosto de Ler. E, os últimos meses viram um crescendo de interesse meu, sobre alguma obras clássicas, de uma escritora em particular: Jane Austen.
Não é a primeira vez que uma febre deste tipo me afecta de tal modo que, enquanto não tiver lido a maioria do que esse escritor(a) escreveu, não pareço conseguir sossegar. (Será isto aquela cena do segue as tuas paixões sem misericórdia?! acho que sim!)
Assim, e uma vez que atingi a quota anual de leituras que defini no início de 2021…
tem sido com extrema indulgência que tenho voltado a ler o que me apetece e adicionado, a meu belo prazer, à lista do que quero ler.
Canto: Vitória! neste momento. Posso ler tudo o que me apetece, sem prejudicar limites, previamente, definidos.
Tenho-me sentido inclinada para romance (que novidade!) e para livros que me espantam e ensinam coisas que não sabia.
Para o Desafio de Leitura de 2021, destaco ‘Letters to a Young Poet’ Rainer Maria Rilke, ‘Of Mice and Men’ John Steinbeck, ‘The Handsomest Drowned Man in the World’ Gabriel García Márquez, ‘Pride and Prejudice’ Jane Austen, e ‘Contos’ Eça de Queiroz.
E, dei um empurrão aos audiobooks com ‘The Lord of the Rings’ J.R.R. Tolkien, ‘IKIGAI’ Hector Garcia Puigcerver e Francesc Miralles, ‘Casanova’ Giacomo Casanova e ‘Pride and Prejudice’ Jane Austen.
Acima de tudo, sinto que aquilo que leio me inspira a escrever.
Fazendo uma retrospectiva e, tendo em conta que nos últimos 12 meses escrevi ‘Fogo e Gelo’, um rascunho derivado de um primeiro rascunho (não sei o que lhe chame, confesso!) , num esforço decorrente do NaNoWriMo e que, nos primeiros seis meses deste ano, comecei um primeiro rascunho de uma obra à qual chamei ‘Os Metamorfos’, que está em processo de revisão profunda… afirmo que as minhas leituras têm incentivado aquilo que escrevo.
Em ficção longa, não mudei de género literário. Apesar desta minha Crítica interior estar sempre determinada em comparações de género! Mas tudo o que leio inspira-me a procurar o meu próprio esforço literário.
Continuo à procura da inspiração que me guie nestas aventuras literárias.
Não quero reproduzir cópias mal-amanhadas de romances já escritos, re-escritos, ou re-imaginados. Também não quero criticar tudo o que escrevo até à exaustão. E, isto coloca-me numa posição esquisita.
Não quero com isto dizer que escrever num género literário com muita afluência seja fácil, ou exija pouca mestria, pelo contrário. Quanto mais saturado está o mercado, mais difícil é uma obra destacar-se.
Fico numa posição esquisita porque, sinto que continuo à procura do meu estilo, sem saber muito bem se alguma vez chegarei a descobri-lo. E, no entretanto esbanjo recursos, com uma aprendizagem que adoro, mas que me coloca numa situação difícil. (Sim, não posso usar a palavra desperdiçar neste assunto…)
Conseguem reconhecer alguma parte do vosso padrão de escrita e aprendizagem? Espero que sim.
Comentem, para eu saber o que pensam sobre este assunto…
Por um lado não quero ir para o trabalho de maior afluência, não serve o que pretendo… e, nem sei dizer porquê. Onde há público, haveria trabalho e contrapartidas, certo?
Mas, e por outro lado, continuo a tentar descobrir-me no meio do meu próprio trabalho. Parece-me impossível não persistir na procura do estilo que me vai ajudar a escrever o que desejo.
E, no fim, pouco se saberá do que leva tanto tempo a construir e aperfeiçoar. Verdade! Ou, se aquilo que tento, acabará por ficar no domínio do “Nada“. Também, Verdade!
Faz parte do processo que significa tentar escrever alguma coisa de jeito. Procurar, sempre, sem qualquer garantia de avanço ou sucesso.
É complicado manter a esperança viva. Mas, pelo menos, o que espero, espero de mim. Não espero nada que não trabalhe para obter.
E, importante é ter esperança e continuar.
Afinal, o gosto está no processo.
Digo eu, que pouco sei sobre o assunto >.<