Olá a todos. Sejam bem-vindos a este [recursos do construtor criativo].
Há uns meses, cruzei-me com uma lista cujo título era ‘20 Ways to Simplify Your Life‘. Adoptei-a, com os grãos de sal necessários, averiguando o que precisava afinar, adicionar ou transformar.
Simplificar é como o ar que respiramos. Quando começa a carregar mais (maus) cheiros, é porque foram adicionados elementos complicados.
Dispenso complicações, pelo que, reescrevi estes princípios para servir a simplificação da vida e dos processos criativos.
1. Planear a escrita
A cada semana, planear o que se pretende escrever, em que projectos, a quantidade, quanto avançam ou retraem.
Planear para o tempo que temos disponível é essencial, porque significa que, chegado o momento de executar não ficamos incertos do que vamos fazer.
Planear a escrita pode envolver um horário específico de execução, a escolha de um grande tema que guie estudos relacionados, a ida a um sítio em particular para escrever (como um coffeshop, uma biblioteca ou um grupo de escrita) e os sítios, digitais ou analógicos, onde vamos registar esse processo.
2. Limpar a zona onde escreves
O sítio onde nos sentamos (or erguemos, ou caminhamos) para escrever deve estar cuidado. Um local limpo, arejado, sem distracções evidentes, com boa luz e confortável, é um sítio para onde desejamos ir e permanecer.
3. Dizer “não” a distracções.
Se não é importante, útil ou essencial, dizer “não” e manter-nos firmes nessa resposta. É preciso redefinir o nosso conceito pessoal de perda de tempo, assim como, redefinir o que são tempos livres e assegurar que estes dois conceitos não se misturam.
Responde: O que é uma distracção? E, o que é um momento necessário à saúde e vida? Como mudamos o que pensamos sobre estes assuntos? (redes sociais são prejudiciais para a nossa saúde).
4. Escolher o que é importante.
Que projectos gostamos e queremos começar, ou continuar, a trabalhar. Manter aqueles de que gostamos mesmo.
Escolher, com cuidado, aquilo que desejamos ter na nossa vida, os projectos e as actividades que são relevantes para nós, como pessoas que escrevem.
5. Lixo, analógico ou digital, é para deitar fora.
Há muitos objectos, fontes e caminhos, que mantemos porque podemos vir a precisar. É preciso ter consciência que o excesso não constrói, destrói. Por isso, definir um sistema que ajude a encontrar a informação que precisamos, quando precisamos dela, e eliminamos o resto.
Quando está a criar tensão, elimina de vez.
6. Manter uma arrumação constante.
Recolocar no sítio tudo o que se utilizou. Manter o sistema organizado com o que se vai utilizando. Não deixar fontes, livros, pesquisa, projectos, imagens… perdidas por aí. Encontrar sistemas de categorização e arrumação e utilizá-los todos os dias.
Pesquisar sobre os vários sistemas de registo e classificação pode ajudar-nos a encontrar o nosso sistema pessoal de organização.
7. Ser intencional com o tempo que temos.
Encontrar formas de sermos mais produtivos e eficientes, sem cair na toxicidade dos sistemas que nos arrasam como pessoas e profissionais. Não perder tempo com actividades que não têm valor para nós, ou que não contribuem de forma positiva. Ser intencional com a forma como utilizamos as horas de que dispomos.
Usar listas e tabelas de gestão de tempo para tudo o que não podemos esquecer.
8. Gerir as finanças.
Mapear o que se tem, onde se gasta, as fontes de ambos. Procurar gerir, e poupar se possível, assim como, aproveitar e reutilizar o que se tem (o Planeta agradece), sem esquecer a gestão dos sentimentos que temos para com a necessidade de obter diferentes fontes de rendimentos.
Nesta perspectiva, sugiro o seguinte documentário…
9. Rotina de final de dia.
Estabelecer rotinas em que encerramos o dia presente, de formas construtivas, e em que planeamos o dia seguinte, procurando aliviar a fadiga de decisão ao máximo.
Salvaguardar tempo para relaxar, e cuidar de nós, antes de ir dormir é essencial.
10. Rotinas de início de dia.
Desenhar uma rotina matinal que seja energeticamente benéfica para o nosso dia. É preciso encontrar um equilíbrio entre as actividades que temos para fazer, e as que escolhemos fazer, encontrando aquela formula que nos faz sentir com energia para as responsabilidades que se seguem.
Séneca contemplou a seguinte ideia nos seus escritos (que coloquei em sítio de destaque, para todos os dias relembrar):
O que fazemos primeiro a cada dia? Porque é que, aquilo que dizemos que é a nossa primeiro prioridade diária, não é o que fazemos de facto?
11. Saúde e exercício físico.
Encontrar forma simples e realistas de incorporar comida saudável (algo que deixo ao vosso critério para definirem) e actividade física nos nossos dias. Planear refeições, arranjar soluções de recolha e entrega de bens essenciais, dividir tarefas, definir pausas e momentos de actividade física, manter os calendários actualizados com as necessidades familiares nestes departamentos (comidas para levar, consultas e actividades).
Saúde, dieta e exercício físico são conceitos muito latos, sobre os quais cada um de nós formula as suas ideias e necessidades. Em especial, quando o tempo e a biologia se nos acometem…
12. Libertar a mente.
Realizar despejos mentais que coloquem os pensamentos no papel (ou num ecrã) e fora da nossa cabeça. Escrever autênticos despejos mentais, cada vez que sentirmos necessidade, ajuda a obter clareza sobre os assuntos, a desabafar sobre o que nos atormenta e a desenvolver ideias que se podem transformar em acções construtivas, que sejam executáveis. Escrever o que nos vai na alma ajuda a encontrar temas, projectos e alívios vários.
Garante que tens um caderno de despejo à mão.
13. Relacionamentos.
Encontrar tempo, formas e momentos para dedicar às pessoas que são importantes. Formar relações, que são importantes para nós, é uma forma de sentirmos que esta nossa existência importa.
A paz é essencial a uma vida criativa. Mesmo que esta seja, constantemente, alimentada dos eventos menos pacíficos da nossa existência.
14. Cuidar de mim. Cuida de ti.
Ocorre-me sempre a indicação das hospedeiras de bordo que informam sempre, em caso de acidente, sobre a colocação da própria máscara antes de procurarmos ajudar os outros a colocarem as próprias máscaras. Como mulher, e mãe, as responsabilidades para com outros, passam por cuidar de mim. Se eu não estou bem, como posso ajudar os outros?
Dormir, meditar, exercitar, comer bem, hobbies, descansar… são exemplos. Consigo fazê-los? Não. Nem sempre. Depende… mas, não os perco de vista e regresso a todos eles sempre que posso.
15. Organização pessoal.
Para termos tempo para as actividades que são necessárias, é essencial planear e preparar-nos para o que se aproxima… e, a cada momento, algo se aproxima.
Sendo, particularmente, difícil para mim planear e preparar, mas não stressar, sei que este é um tema no qual vou precisar de listas e muitos despejos mentais.
No presente, comecei a tentar resolver tudo com maior antecedência — como o regresso da miúda à escola — mas tenho a certeza que os últimos preparativos vão exercer a pressão do costume.
16. Afazeres e trabalhos domésticos.
Estabelecer rotinas simples para manter as coisas limpas e a funcionar. Definir tarefas, responsabilidades e delegar. O tempo utilizado a limpar a casa, ou a comprar mercearias, é util para nos mexermos de forma intencional, podendo mesmo acumular com exercício físico e outras actividades interessantes, como ouvir um audiobook. Mas, o tempo é finito e deve ser utilizado de uma forma que sustente o nosso propósito neste mundo.
Por isso, definir a forma como vamos fazer cada um desses trabalhos (quando e como) é essencial, mesmo se difícil.
17. Rotina, mas fléxivel.
Encontrar formas de fazer as coisas que precisamos fazer, e as coisas que desejamos fazer, criando uma rotina fléxivel que nos mantenha no ritmo diário. E, nisto, manter hipóteses diferentes para o tempo que temos é importante.
Sim, precisamos de abastecer o frigorífico mas, faz mesmo diferença se perdemos duas horas a calcorrear as ruas do hipermercado, ou uma hora no website?
18. Retirar o lixo acumulado.
Acumulamos coisas pouco importantes, e não apenas objectos, mas memórias, ideias, traumas… Deitar fora tudo o que não serve para nada. Arranjar processos que nos ajudem a despejar o que já não nos serve (como nos despejos mentais) e a arrumar as coisas de uma forma mais saudável.
O lixo acumulado tolda a visualização do nosso objectivo principal. E, sabendo que existem cargas mais pesadas do que outras, a única coisa que posso dizer, e por experiência própria falo, é que é preciso encontrar uma forma de alívio que nos liberte.
De forma oficial (terapia), ou oficiosa (despejo mental), o lixo é para deitar fora. E, a compreensão, e aceitação, do que nos acontece é para aprender a moderar.
19. Gerir expectativas.
Ser realista e focar nas prioridades. O que temos para fazer? E, o que desejamos fazer? Quais são as prioridades? E, garantir que não estamos com expectativas pouco adequadas às circunstâncias.
Focar no trabalho constante, mesmo que seja por pouco tempo, a cada dia.
20. Abandonar o que nos faz sentir mal.
Ser intencional com o que queremos que a nossa vida seja. Qual é o sentido desta existência e o que lhe dá significado. E, deixar ir tudo aquilo que não nos ajuda a atingir o que desejamos.
Deixar ir tudo o que nos faz mal.
E, esta é a lista das 20 coisas que simplificam a minha vida e os meus processos criativos.
Tendo consciência que, simplificar nem sempre é possível e que, coisas há sobre as quais não tenho qualquer controlo ou forma de evitar, não desisto de procurar a forma como a estabilidade pode contribuir para o trabalho criativo.
Porque grandes transtornos emocionais podem ser experiência mas, é na tranquilidade do nosso espaço de criação que encontramos algum senso, e sentido, para aquilo que criamos.
Espero que alguns destes princípios vos sejam úteis.