Ser-se rejeitado é ser-se redireccionado.
Confere. Mas, não deixa de ser difícil. Em especial, quando se passou tanto tempo dedicado a um projecto.
Neste momento, sinto que as coisas mudaram e que os horários que defini para as partilhas neste blog não estão a funcionar. São os tempos que me rejeitam! 🤣
E, sei que, uma parte que adoro construir, a newsletter semanal neste novo formato, não está a chegar às pessoas que subscrevem o blog. Assim, não faz sentido tentar manter uma newsletter que não tenho tempo para escrever, e que as pessoas não acedem ao link para ler.
Com isto em mente, estou em processo de redireccionar os meus esforços. E, com esta intenção, preciso considerar alguns aspectos, como:
* qual o propósito desta newsletter?
* qual o valor que quero passar a quem lê?
* alterar o horário de publicação é uma opção?
* é o formato da newsletter o melhor?
* as pessoas ainda se interessam por ler online?
Porque, manter (tentar e não acertar) um horário de publicação que já não consigo cumprir, porque não estou disponível a essas horas, só me leva a falhar e a sentir-me mal por isso.
E, nas horas em que estou disponível, não sei o que fazer comigo porque não eram a essas horas que eu encaixava a actividade… o que, confesso, me deixa confusa.
Mas, as respostas a estas perguntas são trabalho meu, de bastidores.
Como partilhei aqui, por diversas vezes, quero escrever neste espaço de uma forma constante, e em cima do acontecimento. E, é nisto que me tenho concentrado, em manter uma espécie de rotina de publicação com conteúdos actuais.
Não construo artigos em avanço. Já tentei, mas não funciona comigo. Não gosto. Acho que, a passagem do tempo, torna as coisas irrelevantes. E, quero manter os temas actuais, e fora do conceito de estar na moda, porque acredito que isto limita o espectro daquilo que os construtores criativos devem experienciar.
As modas, somos nós que construímos… ou devíamos ser, como construtores criativos… ao invés das grandes corporações, que só desejam vender produtos na moda que eles criaram para os outros consumirem… mas, afasto-me do ponto.
Gosto de partilhar o que me vai na mente, e na vida criativa, in loco. Gosto de escrever sobre o ponto em que estou, neste caminho de construção criativa, e naquilo que tenho concluído do que estou a viver.
Acho que, parte do valor que quero tentar acrescentar, está nesta partilha no momento em que as coisas estão a acontecer.
Não mantenho um negócio com este blog. Não tenho incentivos, ou pressões, para mostrar isto ou aquilo. Não recebo qualquer valor pecuniário, ou bens e serviços, para manter este cantinho virtual. Partilho porque gosto, e porque sinto que partilhar esta viagem, por escrito, é importante. Afinal, ler e escrever fazem parte de quem sou. E, tudo o que menciono, como partes interessantes, e passíveis de fomentar a nossa actividade de construtores criativos, são identificadas nestes artigos como partes que me ajudam a mim, e que podem contribuir de forma positiva para outros.
Este blog não é um fim, é uma ferramenta, um princípio, uma forma de me responsabilizar pelo que coloco no mundo como criadora de conteúdos.
E, uma ferramenta importantíssima para tudo isto é: o meu caderno diário.
Uma destas descobertas, que não é nova, e que já muitos descobriram antes de mim, mas que sinto que cada um de nós tem de descobrir por si próprio, é: enfrentar o nosso caderno diário (bloco de notas, agenda, caderno, journal… físico ou analógico) como um amigo.
Um dia, inventarei um nome para este caderno. Algo que não transporte o estigma do diário, e que não seja uma agenda per se… nem sequer, um bloco de notas ou de apontamentos… mas, não será hoje.
Este, o caderno diário, é um sítio que nos permite tudo. É o espaço onde colocamos ideias. O local onde textos, desenhos, ideias e apontamentos são bem-vindos. Onde colocamos os sentimentos que não têm para onde ir. Onde relembramos. Onde alimentamos ideias, e as fazemos crescer… ou, esquecer. Onde brincamos com conceitos e palavras.
Um espaço onde escrevemos planos e desejos. Com muitas palavras, e várias frases bem escritas…. ou, por pontos e sem qualquer consistência palpável… ou, numa mistela de palavras soltas (e, até, cheias de erros ortográficos).
Este é o espaço que não nos critica. Que não nos exige cuidado no que dizemos, ou na forma como o expressamos. Que não tenta interpretar a postura corporal, ou as palavras utilizadas. Que não nos julga ou defende.
Desde, descobrir esta necessidade de apontar o que me acomete, até o transformar numa prática. Daí, até chegar ao momento em que percebo a sua real importância, vão décadas de uma utilização esporádica, errática e, verdadeiramente, desapontadora.
Até ao momento que, percebo a sua real importância em apoiar tudo o resto que se passa à minha volta.
Este blog, escrever estes artigos, é uma espécie diferente de partilha, que corresponde a outro tipo de necessidades. E, no entanto, parte das ideias que vão para o meu caderno, conjugam-se de outras formas, e ajudam a construir este espaço.
Neste momento, concluí que preciso rever os meus horários. A pressão sobre a minha saúde, em conjunção com as actividades que recaem sobre mim, exigiram que preciso estar presente noutros sítios, nos horários que defini para o blog. Algo que não previ, quando comecei a planear Setembro e os regressos à vida normal.
Mas, acredito que consigo alterar o horário, e encaixar o tempo para os meus esforços neste blog… afinal, já vi momentos piores, e não foram eles que me demoveram de persistir neste projecto.
Deixo-vos com as seguintes ideias:
- ser-se rejeitado é ser-se redireccionado;
- estou a considerar alterar os horários de construção e, portanto, de partilha deste blog;
- ter um caderno de notas (um diário) à mão é essencial para organizar a mente mais (e menos) atrapalhada;
- usar as ferramentas que temos, com atenção aos objectivos dos projectos que temos a decorrer, é essencial para persistirmos;
E, por aí? O que fazem para ajudar a mudar algo nas vossas rotinas?
Sara,
Ouso dizer que você nunca foi rejeitada. Você é uma abnegada pela escrita e isto por si só é suficiente. Atende. E como se trata de um prazer, poderá ser usufruído a qualquer hora do dia ou da noite em minguadas ou fortes talagadas. Sem compromissos. Pelo menos uma pessoa lerá o que você escreve: você mesma. Esta afirmativa foi mencionada por um grande escritor brasileiro, Graciliano Ramos, que morreu sem ver a sua obra-prima publicada.
Portanto, adaptando-se ao seu sistema, persista e colha resultados imediatos. O que mais vier é lucro extra. É assim que faço. Satisfaço-me com publicações no Linkedin e pronto. Colho seguidores, elogios e 10.000 impressões semanais que é uma ótima retribuição para mim. Parabéns para você pela resistência.
Olá, Cisino. Verdade que a necessidade de escrever pouco tem a ver com a necessidade de saber que os nossos escritos são lidos. Claro que o blog é direccionado para o público em geral mas, escrever nele é, sem dúvida, uma necessidade minha. Persisto porque gosto, e espero sempre que os outros encontrem alguma inspiração para a sua própria viagem criativa.
Obrigada pelas suas palavras e pelo sentimento que as alimenta 🙂
Até Breve!
Sara