Jim Heron é um agente duma agência governamental secreta, que goza alguns meses de afastamento do trabalho. Durante toda a sua vida adulta, Heron foi o soldado que resolvia as questões mais delicadas através de meios pouco convencionais, um assassino contratado, cujo principal talento era tirar a vida aos inimigos da pátria.
Ele torna-se no herói improvável, quando é escolhido pelo Céu e pelo Inferno para defender os interesses das duas partes na luta pelas Almas da humanidade. As escolhas de Heron determinarão quais desses interesses terão prevalência sobre os outros, e as suas vitórias serão atribuídas a um dos lados, quer salve uma Alma ou a condene à danação eterna.
Ele vê-se assim num papel de anjo da guarda de um homem, Vin diPietro, e com a promessa de o continuar a ser para mais seis almas.
Vin é o típico homem de negócios todo-poderoso. Um workholic rico, inteligente e ganancioso, que ao conhecer Marie-Terese, começar a questionar as suas acções e a conversar com a sua consciência.
Marie-Terese é uma mãe que, para pagar as suas dívidas económicas e pessoais aceita prostituir-se num clube da moda. A fuga dum casamento com um poderoso membro da máfia italiana e a necessidade de pagar as dívidas que contraíra para escapar ao seu passado, levam-na a uma vida de sofrimento físico e psíquico.
Dévina é o demónio que tentará fazer com que a balança penda para o lado do Inferno, coleccionando almas pelo caminho e minando os esforços de Heron.
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Este foi um livro que li na versão original não há muito tempo e que decidi reler em Português. O problema com os livros traduzidos de JR Ward é que a sua personalidade perde-se na tradução.
Ward é uma escritora muito crua, com um diálogo curto e conciso, mas muito alegórico. Usa a gíria e o calão de uma forma inteligente, adaptando os discursos às suas personagens, que usualmente são representações perfeitas de género e estilo.
Apesar das descritivas cenas de sexo, Ward consegue ser crua sem ser ofensiva, e é claramente uma escritora que se destaca no panorama do romance sobrenatural devido a essa mesma característica.
Subjacente a uma história de amor, há sempre uma trama forte e um cenário vívido cheio de personagens com textura. Elas são complicadas, cheias de problemas reais e, por vezes, de difícil definição no que se refere aos seus padrões e valores.
Também aí Ward inova, deixa de haver personagens absolutamente e intrinsecamente boas ou más. Nas suas histórias também os bons são acometidos por decisões erradas e nem sempre poderão ser vistos como os heróis da história.
Outra particularidade do Universo Literário de Ward é o cruzamento de personagens e locais de Séries diferentes. Estes vislumbres de personagens conhecidas de outras histórias tornam as obras de Ward coerentes e interessantes.
“Cobiça” é o primeiro volume da Série dos Anjos Caídos, fico a aguardar o segundo livro da série traduzido para português (a versão original também se aconselha).
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Um vislumbre:
Jim put out his palm. “It’s cool. We’re cool.”
Adrian took what was offered. “I’ll try not to be an asshole all of the time.”
“Let’s not get ahead of ourselves.”
Adrian smiled. “Yeah, maybe I’ll just alternate with being a dickhead.”
“Also something you could easily pull off.” Jim started up his hog and curled his fist on the accelerator to pump the fresh gas right into those big, hungry pistons. “Shall we, gentlemen?”
In “Covet” by JR Ward
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http://blog.sarafarinha.com/2011/07/27/a-cobica-na-prateleira/
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