Às vezes é preciso parar de andar para a frente, contemplar o que ficou para trás, organizá-lo e, só depois, voltar a avançar.
Não gosto particularmente de nenhuma acção que implique inacção, mas sei que elas são necessárias e (esporadicamente) essenciais. Ontem foi um desses dias.
No final da tarde não estava particularmente orgulhosa de mim porque, parecia que tinha desperdiçado imenso tempo, a fazer uma coisa tão esquisita como organizar a minha colecção de poemas.
E como o meu blogue já tem uns anitos (2007) e, as minhas primeiras publicações foram poemas, decidi que tinha de organizar o que anda por aqui. O que implicou nova pesquisa e mais tempo.
Acredito que foi algo necessário. É importante saber o que se tem disponível para aos olhos dos outros e o que se tem na gaveta, mais ou menos pronto a ser mostrado. Especialmente porque aproxima-se uma data importante na celebração da Poesia (Dia Internacional da Poesia a 21 de Março).
Por outro lado, significou uma viagem intensiva à memory lane. Convenhamos, eu escrevo poemas desde o início da puberdade, o que significa que há por ali muitos e maus momentos, memórias de todos os géneros e feitios e sentimentos que têm ‘puberdade’ escrita na testa (oh! Vergonha!!!).
Ali está o meu passar dos anos, a mudança de temas, os conflitos internos e as aprendizagens. Encontrei os meus primeiros poemas, os piores poemas da década, os “eus” para além da exaustão, os mais ou menos e, por fim, o meu primeiro poema publicado (e, espero eu, os próximos terem a mesma honra).
Continuo a escrever poesia, acho que nunca será algo que conseguirei deixar de fazer (não que queira deixar de escrevê-la). Continuo porque é um bom exercício de purga e, um constante lembrete, de que existe algo para além do Consciente que nos leva a escrever em determinados formatos.
Escrever Poesia mexe com outra parte de nós, autores. Apura a capacidade de explicar por outras palavras, de analisar, de condensar ideias, de expor sentimentos e de brincar com a língua. Quem escreve Poesia sente e exprime como poucos conseguem fazer. Vive através das palavras. Contempla sem poder evitar. Ela força-nos a ser uma pessoa diferente e a escrever como se o fôssemos.
Enquanto estudei Pessoa, na escola, nunca compreendi a necessidade de escrever sob determinados heterónimos. Agora compreendo. Poesia é uma dualidade de sentimentos, são palavras e actos imbuídos em nós mesmos, é uma compreensão daquilo que, poderia ser, totalmente diferente. É compreender o próximo, colocando-se no seu lugar, usando os seus sapatos e sentindo a realidade alheia por uns minutos.
Começando a preparar o dia da celebração internacional de Poesia, deixo-vos aqui o meu novo espaço literário totalmente dedicado à divulgação de Poesia: http://serpoeta.wordpress.com
A minha homenagem será prestada, de hoje em diante, até dia 21 de Março neste novo espaço literário, totalmente dedicado à divulgação de Poesia. Visitem e fiquem a conhecer a que se propõe este novo cantinho poético.
Se quiserem contribuir com os vossos poemas preferidos ou com os vossos próprios poemas, visitem a página criada para o efeito (Divulgar a Poesia). Vamos divulgar a Poesia!
Visitem o blogue Ser Poeta
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