Opinião: ‘A Sombra do Vento’ de Carlos Ruiz Zafón

A Sombra do VentoLi a primeira página, no corredor de uma grande superfície, e ela chegou para que o trouxesse para casa. Intrigada com a história do pequeno Daniel, e de seu pai, embalada pela cadência daquelas palavras iniciais, peguei-lhe de novo assim que passou a porta da minha casa.

Desde aí deixei que a beleza das suas descrições, a acutilância das constatações e a intriga que pairava sobre as personagens me absorvessem. Uma história que tanto tem de beleza como de fealdade, de natureza humana no seu pior e melhor, de decepção e concretização.

 ‘A Sombra do Vento’ de Carlos Ruiz Zafón merece cada uma das cinco estrelas que eu, assim como tantos outros, lhe atribuímos. Tendo como palco a Barcelona do início do século XX, somos confrontados com a vivência quase banal e diária das consequências da guerra, com a realidade dos destinos dos homens que, por um motivo ou outro, terminam afastados das suas vidas previstas, com a volatilidade da ascensão e a consequente queda dos que vencem na vida apenas para constatar que foram ao engano, com as voltas daqueles que não têm como fugir ao destino.

Uma história cheia de surpresas em que somos levados pela mão de Daniel Sempere pelos meandros da traição e do amor.  Crescemos com ele e, por fim, compreendemos que tudo na sua vida, como na de todos nós, é uma questão de escolhas e perspectivas, de valores e empenho, de sacrifícios inadvertidos e por vezes desconhecidos.

Daniel Sempere e Julián Carax é como se fossem o mesmo homem em duas fases de vida diferentes, unidos pela ingenuidade, pelo destino e por aquilo que move o mundo dos homens comuns. A desgraça de um torna-se na lição de vida do outro. O amadurecimento do outro é a esperança que os faz viver.

E a personagem de Fermín Romero de Torres é qualquer coisa de fenomenal.

Sem querer revelar as reviravoltas que nos prendem a esta história, apenas quero afirmar que é uma valente lição de vida, na medida em que nos força a olhar para as escolhas que mesmo que nos recusemos a fazer, inadvertidamente moldam as nossas vidas e as de todos os que nos rodeiam… e, se não escolhemos, haverá sempre quem o faça por nós.

Uma história que vale a pena conhecer.

E, depois de retirar duas páginas de citações, é difícil escolher só uma mas aqui vos deixo…

‘Há coisas que só se podem ver no meio das trevas.’ Carlos Ruiz Zafón ‘A Sombra do Vento’

ΦΦ

Artigos Relacionados:

Opinião: ‘The Edge of Never’ de J.A. Redmerski

Sugestão: ‘Lover at Last’ de J.R. Ward

Opinião: ‘As Palavras Que Nunca Te Direi’ de Nicholas Sparks

ΦΦΦΦΦ

Gostaram deste artigo? Então subscrevam este blogue e recebam todas as novidades por e-mail.

Deixem aqui os vossos comentários ou enviem e-mail para: [email protected]

11 comentários em “Opinião: ‘A Sombra do Vento’ de Carlos Ruiz Zafón”

  1. Apesar da enorme expectativa em torno deste livro, acheio-o, muito honestamente, uma seca do princípio ao fim. Um sem-fim de personagens murchos cujas características me passaram ao lado. Enfim, são opiniões; gostos, para ser mais concreto. Definitivamente, esta não é o tipo de leitura que me agrade.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.