Em cada ano que termina guardo um espaço para uma prática que é, para mim, muito especial: a descoberta da palavra anual.
Em que consiste esta prática?
Consiste em identificar uma palavra que ajude a orientar todo o novo ano que se aproxima.
Num momento, ou vários, levo o tema para o meu journal, respondo a umas perguntas da impulsionadora oficial desta prática (que encontram aqui…), faço uma meditação especial, ou várias, dependendo da dificuldade em localizar a palavra que pretendo que me oriente nos 12 meses seguintes.
… mas, se estiver à escuta durante estas semanas, costumo “ouvir” a palavra nas minhas necessidades e práticas diárias. No final de cada ano, ela começa a insinuar-se, alinhando-se com o que preciso, no momento presente (no ano que se inicia).
Como me serve?
Esta palavra anual será o mindset que me guia no ano seguinte.
No decorrer do ano, vejo-a nas ocorrências da minha vida e nos desafios com que me deparo. Vejo-a na necessidade pessoal de corresponder ao que me vai sendo proposto. Mas, acima de tudo, vejo-a concretizar-se de formas claras e inegáveis.
Como se o que ocorre, no espaço de tempo de um ano, estivesse a trabalhar para consubstanciar a necessidade/existência da palavra anual.
Como ponho em prática o que me diz?
Há várias formas de relembrar esta orientação anual. O limite é, apenas, a nossa criatividade e o serviço que vemos em cada repositório desta informação. E, tudo isto é muito subjectivo e depende das necessidades de cada um.
Podemos optar por manter um bloco de notas, responder a umas perguntas ocasionais, criar um álbum de Pinterest, recolher imagens, tirar fotografias, fazer um vision board, escrever sobre isto aqui no blog, manter um widget alusivo, fazer uns designs no Canva, colocar a palavra em todo o lado, escrever um poema, um mantra ou uma afirmação… e, mais hipóteses haverá.
Enquanto o ano progride volto a considerar o que a palavra escolhida me diz, o que tenho feito com ela, o que ela tem feito por mim, recolhendo inspiração da certeza que: saber para onde vou, ajuda a lá chegar.
O caminho até aqui…
2021, é o meu sétimo, a caminho do oitavo (2022), ano. Uiii! Passou a correr, é só o que vos digo.
Acho que foi neste artigo aqui, de 2018, que fiz um resumo decente do que haviam sido os primeiros quatro, a caminho de cinco, anos desta prática. Podem ler esse resumo aqui…
Em 2015, escolhi Cuidar. Bem precisava Cuidar de mim e dos que me eram próximos. Em 2016, Floresci em sentido figurado com o nascimento da minha filha. 2017 foi o ano de Simplicidade, porque cuidar de um bebé, para além de tudo o resto precisa disto. 2018 foi ano de Crescimento Criativo, para recuperar do abandono das minhas artes que a maternidade provocara. 2019 foi ano de Yes… mixed feelings sobre este. Disse ‘Sim’ para ouvir demasiados ‘Não’. Em 2020 veio o ano da Coragem, como a emergência de uma pandemia comprova. Em 2021, a Sabedoria era necessária e tenho lutado por ela.
2022 é ano de…
2022 é ano de me focar no que é importante.
Adivinham-se tempos conturbados porque, quanto mais uma palavra é necessária, mais contratempos e dificuldades se levantam. E, preciso focar-me no que realmente importa e arrumar, convenientemente, tudo o que já não traz qualquer valor.
Porque continuo esta prática?
Porque sinto que é um guia para os assuntos de cada dia.
Porque é uma resposta quando preciso de qualquer coisa que se assemelhe.
Porque é parte de uma rotina criativa, feita de muitas coisas, incluindo a magia daquilo que não compreendo.
Porque me desafia, colocando perguntas nas alturas certas.