Chegou a época de ver as listas de livros, compiladas como possíveis prendas de Natal, e… começar a ficar cheia de urticária.
Sim, são listas cheias de histórias que se vendem, e que chegam ao topo das recomendações, mas que não são para todos.
Não me entendam mal, se fosse para mim, eu escolhia com base nos meus critérios habituais e não teria o problema. Mas, não são.
E, o pior são as listas cheias de histórias que me fornecem uma sensação, pouco reconfortante, de não encontrar ali algo que eu gostasse de oferecer.
Não tenho nada contra ficção comercial. Sou consumidora de alguma e gosto de alguns géneros.
O que me aborrece nestas listas é a sensação de ser apenas o comercial a orientar a escolha, não a qualidade do material. E, lá porque muitos são levados a comprar um livro recente, não significa que o leia e o aprecie.
Isso e, não conseguir compreender como alguns livros podem ser best-sellers, quando aquilo que já li/ouvi sobre o livro o apresenta como algo menos do que especial.
Sinto-me perdida quando procuro uma, ou duas, novidades para oferecer, confesso. Porque no ramo das novidades aparenta sempre ser apenas isso, novo no mercado.
Ok! Se calhar estou só confusa… pode ser do excesso de cor que agora escolhem colocar nas capas… ou, porque apenas procuro nomes que reconheço, e que não estão lá… ou, porque noto que os nomes aparecem uma vez e não mais.
E, os tamanhos? Há para todos os gostos, com mais um centímetro, com menos cinco centímetros… se é novidade para mim, e se não conheço um formato específico do livro, nunca sei o que me chegará à mãos.
Claro que depois de algum scroll down, encontro aqueles géneros que me fazem entrar numa qualquer lista mais específica. As parangonas que aparecem no exterior dessas listas não são os títulos que se podem encontrar lá dentro.
Mas, bastou um! Basta um livro que me chame a atenção e entro. Aí, localizo outros que estão na lista de desejos há mais tempo do que me consigo lembrar.
Comprar para mim é fácil. Não sou muito esquisita com edições, ou aspecto exterior dos volumes.
Comprar para outros, sem recorrer aos livros que eu amo e que recomendo, que não são conhecidos por serem novidades, é muito mais difícil.
E, por vezes, escolho-os porque quero partilhar com a pessoa uma experiência que foi minha. Porque li e adorei. Porque quero que leiam e gostem também. Porque tenho a certeza que é um bom livro, de acordo com apenas a minha opinião.
Mas escolho-os porque os li significa que são romance, não ficção ou clássicos. E, a maioria das pessoas que conheço não têm os mesmos gostos que eu.
Outras vezes, desejo encontrar a essência de uma obra na sinopse de um livro, ou em opiniões alheias nas quais confio, esperando encontrar algo novo que a pessoa que o vai receber goste.
E, nestas situações é sempre mais difícil para mim escolher com base do que apresentam nas descrições dos sites de venda. Alguns, nem sinopses apresentam…
Posso sempre ir à livraria. E, vou. Mais vezes do que a minha carteira aguenta.
Na maioria das vezes, não encontro os livros que quero folhear, ou aqueles sobre os quais tenho dúvidas. Ou, se os encontro são a preços proibitivos porque só existe na edição xpto. Ou, acabo a incomodar um funcionário, apenas para descobrir se têm o livro, e corro o risco de me comprometer a encomendá-lo sem sequer o ter nas mãos… que foi o principal motivo para ir à livraria física.
O meu problema não são encontrar livros, ou comprar livros. O meu problema é escolher o livro que se adequa à pessoa que o irá receber.
E, todos os anos, pelo Natal, tenho a mesma luta.
Venha de lá mais um Natal e mais uns desafios de escolha de livros.
Obrigada e Até Breve!
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Referências:
- Como não vos quero à procura dos defeitos nos websites livrescos que uso (basto eu para lhes encontrar defeitos), neste artigo não deixo referências.