9 Curiosidades sobre Escritores

baú das curiosidades

Olá a todos! Sejam bem-vindos a este blog.

E, sejam bem-vindos ao nosso Baú de Curiosidades.

Este será um pouco diferente do que é costume. Isto porque, aquilo que encontrei de curioso prende-se com a perspectiva que cada escritor tem da luta com a sua prática literária.

Parece que o acto da escrita é uma guerra e, se atentar à curiosa quantidade de livros que se propõem a associar esta arte às estratégias associadas a este evento sangrento, é fácil encontrar este tipo de associações.

Compreendo de onde surgiu a ideia. Afinal, lendo ‘The Art of War’ de Sun Tzu, consigo ver a sabedoria associada aos temas descritos e como podemos usá-la para extrapolar para outras áreas.

Pelo que esta é a 1ª curiosidade deste artigo: Uma obra sobre a guerra pode ser utilizada para descobrirmos os princípios de acção na vida de escritor.

Há conselhos que são transversais a qualquer que seja a obra que desejamos construir.

“A Arte da Guerra para Escritores” de James Scott Bell é um manual de campo para escritores que, à luz da obra de Sun Tzu, procura reunir alguns princípios que possibilitem que os generais atinjam a clareza necessária para planear a sua batalha. – traduzido e adaptado de ‘The Art of War for Writers”

A 2ª curiosidade é: A luta que travamos connosco, durante a perseguição da arte da escrita, é o que faz despontar a nossa qualidade artística.

Escrevemos com a forma como entendemos o mundo, a nós próprios, e ao nosso lugar neste mundo. São as nossas lutas individuais que alimentam a nossa escrita e os nossos temas.

“A luta com o teu “eu” escondido, ou “eus” favorece a tua arte; essas emoções funcionam como o combustível que alimenta a escrita e torna possível horas, dias, semanas, meses e anos do que aos outros à distância, terá o aspecto de “obra feita”. –  “A Fé de um Escritor” de Joyce Carol Oates

A 3ª curiosidade é: Podemos estudar, lutar pelos conhecimentos que desejamos deter e usar, mas muito do que escrevemos não advém de uma educação formal reconhecida.

Aprender seja de que forma for. Quaisquer que sejam os meios. Um acto orientado para um resultado final.

“Ser escritor é uma estranha condição. Sabem-se muitas coisas, mas a nenhuma delas se atribui um mérito especial. Não há resultados académicos – uma licenciatura, um diploma – para exibir como fundamentação do próprio saber. A nossa deambulação é bem estranha (…) no fim da nossa peregrinação, sai um livro, ou seja, algo que antes não existia.” – “Regresso a Casa” de Susanna Tamaro

A 4ª Curiosidade: O verdadeiro inimigo da nossa escrita somos nós próprios.

Esta é uma batalha que temos connosco todos os dias da nossa prática. Apenas nós próprios falhamos em nos proteger, em perseguir o que dizemos que desejamos, sabotamos os próprios esforços. Somos o nosso pior inimigo, o único que nos pode fazer desistir.

“O mestre espadachin que avança para o combate sabe que vai enfrentar oponentes poderosos. Não os adversários físicos com quem irá combater (apesar destes serem parte do inimigo). O verdadeiro inimigo reside dentro dele.” – traduzido de “Turning Pro” de Steven Pressfield

A 5ª Curiosidade: A origem de uma obra advém da nossa necessidade de a criar. 

Temos o mundo em nosso redor e somos um produto deste. Podemos dizer que temos o mundo dentro de nós. É a necessidade de compreender este mundo em que vivemos que nos leva nesta busca.

“Pois aquele que é criador deve ser um mundo em si mesmo, e encontrar tudo o que existe dentro de si, e no mundo natural em que vive.” –  traduzido de “Letters to a Young Poet” Rainer Maria Rilke

A 6ª Curiosidade:  Estamos atentos, em maior detalhe, ao que é a vida.

Escrevemos sobre a vida. Lemos sobre a vida. Vivemos para aprendermos a escrever. Vivemos para escrever… dois actos indissociáveis.

“A literatura faz de nós  melhores observadores da vida; e permite-nos exercitar o dom da própria vida; que por sua vez nos torna mais atentos ao detalhe na literatura; que por sua vez nos torna mais atentos ao detalhe na vida.” – “A Mecânica da Ficção” James Wood

A 7ª Curiosidade: Lutas ensinam aqueles que se propõem a aprender.

Não há conhecimento sem esforço. Podemos aprender com as lutas dos outros. Podemos travar cada momento da nossa própria luta sem prestar atenção ao que outros já descobriram e nos podem ensinar. A escolha é nossa.

“… a guerra civil é a melhor guerra para um escritor, a mais completa. Stendhal viu uma guerra e Napoleão ensinou-o a escrever. Naquela altura, ele ensinava toda a gente, mas mais ninguém aprendeu.” – “Green Hills of Africa” em “On Writing” de Ernest Hemingway

A 8ª Curiosidade: Quem escreve vive em conflito.

É o conflito entre diversos motivos que nos empurram para o acto da escrita. Esses motivos vão variando de intensidade ao longo da vida de um escritor.

“Descontando a necessidade de ganhar a vida, penso que há quatro grandes motivos para escrever, em todo o caso para escrever prosa. Existem em diferentes graus em qualquer autor, e em cada um em particular as proporções irão variar ao longo do tempo, de acordo com a atmosfera em que vive. São eles: i) Puro egoísmo. (…) ii) Entusiasmo estético. (…) iii) Impulso histórico. (…) iv) Propósito político. (…) – “Porque Escrevo e Outros Ensaios” George Orwell

A 9ª Curiosidade: Não há respeito.

O valor que nos é atribuído não é da nossa responsabilidade. Cabe-nos a nós interromper a interrupção alheia.

“Não há sossego. Para mais – e aqui é que bate o ponto – , ninguém tem o menor respeito pelo trabalho de escrita. As pessoas coíbem-se de interromper quando um carpinteiro, de fita em riste e língua apertada entre os lábios, vai tirando as suas medidas. Respeitam o mecânico ou o canalizador que está estirado no chão.(…) Eles estão a trabalhar. Mas quando alguém se encontra sentado a uma mesa, a escrever coisas de literatura, toda a gente se sente com direito à interrupção.” – “Quem disser o contrário é porque tem razão” Mário de Carvalho

Estas são 9 nove curiosidades, escolhidas com a intenção de nos inspirarem a criar mais dos nossos escritos.

Qual é aquela que mais fala convosco? Aquela onde se revêem com maior intensidade?

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Referências: 

  • ‘The Art of War’ de Sun Tzu
  • “A Arte da Guerra para Escritores” de James Scott Bell
  • “A Fé de um Escritor” de Joyce Carol Oates
  • “Regresso a Casa” de Susanna Tamaro
  • “Turning Pro” de Steven Pressfield
  • “Letters to a Young Poet” Rainer Maria Rilke
  • “A Mecânica da Ficção” James Wood
  • “On Writing” de Ernest Hemingway
  • “Porque Escrevo e Outros Ensaios” George Orwell

2 comentários em “9 Curiosidades sobre Escritores”

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