Moderar e Pausar para Moderar

moderar o stress

Olá! Sê bem-vindo a esta [pausa de domingo].

Como voltar a moderar da rápida ascensão de stress das últimas duas semanas?

Voltar a moderar porque, acho que no final das férias, a cena estava controlada. Mas, eis que regressamos à normalidade do dia-a-dia e… foi-se a moderação.

Se voltaram a entrar no autocarro escolar, talvez já estejam a experimentar as nuances de toda a preparação adicional, para a rotina das aulas. Entre, picos de humores dignos de um palco, a nossa versão de ser uma rocha onde os pequenos seres se possam fixar enquanto vivem lá fora, e os requisitos para tudo o que vai ser preciso (ontem) para o próximo ano, sem falar nos fantasmas das transições presentes e futuras… e, parece que empacotei um ano lectivo dentro de duas semanas.

Sim, se eu fosse menos dramática, teria menos com que me preocupar… e, menos alegria de vida dentro dos meus dias. E, suponho que, isso seria sinal de ter menos imaginação. Mas, essa não sou eu.

E, porque, ano escolar novo, vida nova… há uns dias, fomos inscrever-nos na Rede de Bibliotecas de Lisboa – BLX. Foi uma actividade que nos retirou da zona de conforto… diz que, a nossa área de residência não tem uma biblioteca da rede, pelo que fomos em busca de uma, que pudesse servir as nossas necessidades. Diz que, fomos a um sítio onde eu nunca tinha ido, sem fazer a menor ideia de como lá chegar.

Decidimo-nos pela Biblioteca Natália Correia, onde fomos recebidos com muita simpatia. E, a sala infantil é um encanto, e merece várias visitas. Também tinha bastantes visitantes, mais do que eu esperava, o que me deixou agradavelmente surpreendida.

A minha miúda ia cheia de vontade de encontrar livros do Snoopy. E, nós queríamos o acesso online às revistas e jornais mundiais, que este registo nos facilita, para além da possibilidade de utilizar o cartão noutras bibliotecas.

Eu, fui em busca do acesso a revistas de temas que não encontro com facilidade. Ou, só encontro a preços proibitivos. E, encontrei-as.

Mas, sejamos francos, não fomos com a intenção de requisitar livros do catálogo porque, ter uma Biblioteca onde não nos podemos deslocar a pé, não é o ideal. E, na nossa zona de residência não há nenhuma biblioteca.

Mas, não. Não vivemos no deserto bibliotecacional. É possível visitar as bibliotecas circundantes. Conheço algumas que ficam a pouca distância e, que são autênticos templos de história e saber. E, até temos, pelo menos uma, que fica relativamente perto, mas não funciona nesta rede de bibliotecas.

Confesso que, pedir livros emprestados também não é para mim. O problema, é a mania que tenho de gostar de ir adicionando os livros que quero à minha biblioteca pelo que, é doloroso quando tenho de os devolver (separar-me deles? Não!).

E, também não posso dizer que tenha o hábito de frequentar bibliotecas para trabalhar. Diz que, tenho uma pequenita aversão a trabalhar em espaços públicos. Acho que, se a biblioteca estivesse na porta ao lado, dificilmente me mudaria para lá.

Quando era jovem, conheci muitas pessoas que estudavam nos cafés. Durante a faculdade, cheguei a frequentar um centro de estudo que funcionava 24 horas por dia. Nas escolas, por onde passei, as bibliotecas eram simpáticas, mas nem todas tinham espaço para nos sentarmos a estudar. E, quando tinham, havia sempre bastantes pessoas o que dificultava o propósito.

Mas, acima de tudo, o que me incomodava é que eram espaços públicos, o que me traz sempre aquela sensação de precisar estar alerta ao que me rodeia, e me dificulta a entrada no ritmo de concentração absoluta.

E, nem falo do acto de trabalhar em público, em open space, como se banalizou nas últimas décadas. Este afectou-me de formas que nem me apercebi. Estar em constante estado de alerta com o que se passa à minha volta, causa exaustão, e prejudica o meu trabalho.

Escrever… Quando penso em escrever alguma coisa, enquanto num espaço público, quase que me enrolo sobre mim mesma.

Escrever em público é, para mim, um convite à paralisia criativa. Por isso, nunca procuro um espaço público para escrever.

Por mais que a fantasia de escrever numa biblioteca me agrade, não me parece que seja algo para mim.

E, eu sei estas coisas todas sobre mim. Sei-as porque, vivi em suficiência para saber reconhecer quando preciso moderar aquilo que sinto.

Também sei que, em certos momentos e, se deixo a conjuntura propícia avançar demasiado, torna-se muito mais difícil qualquer tentativa de moderação de stress.

Por isso, hoje foi dia de procurar apreciar o que estou a fazer. Dia de ouvir, e dar espaço a outros, para serem como são. Dia de fazer coisas, que não costumo fazer com frequência (como cupcakes cobertos). Dia de esquecer o que me espera amanhã, não pensar muito, e viver o hoje. Dia de, finalmente, decorar a casa para este Outono, e apreciar a decoração que escolhi. Dia de acomodar o que significa, e o que tem significado.

Porque, posso fazer da minha experiência um molde daquilo que consigo tolerar. Mas, devo fazer dela um guia. E, o primeiro lembrete é: apreciar a pausa, para que a actividade não me faça precipitar.

Moderar. Vamos moderar.

Desejo-vos um Excelente Domingo.

Obrigada e Até Breve!

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