Aqui estou eu, às voltas com a revisão do meu primeiro livro, e eis que descobri recentemente que existem umas coisas chamadas checklists, e que estas são muito úteis na revisão de texto.
Sim. Já sei que cheguei atrasada! Mas nunca é tarde para aprender.
Ao escrevermos uma obra de ficção de tamanho considerável, passamos centenas de horas agarrados à imaginação, a colocar em papel tudo aquilo que achamos que é importante para a história, sem qualquer (ou muito pouca) observância pelas regras.
Correcção ortográfica, formatação de texto, ritmo da história e coordenação temática, não fazem parte das nossas prioridades. Aí o que é importante é a pesquisa efectuada e a imaginação.
Após a parte mais imaginativa estar terminada, resta-nos olhar para a obra e corrigir os erros que cometemos. E é aí que entram as checklists. Uma checklist contém todos aqueles pontos que não podem falhar, tudo aquilo que deve ser obedecido em nome da arte literária.
É um conjunto de pontos que devemos considerar após escrevermos um texto.
E, como nada é perfeito, nenhuma checklist consegue reunir tudo aquilo que deve ser revisto, o que leva à existência de diversas listas. O objectivo é escolher algumas e aplicá-las à obra em curso.
Umas focam a parte linguística e gramatical, outras destinam-se a verificar ritmos e cadências na história, outras enumeram aspectos a considerar nas formatações dos textos, outras por sua vez, agregam várias destas características, tornando-se na super-checklist.
Claro que a super-checklist pode ser contraproducente se não for correctamente aplicada. O que geralmente acontece é que estas listas evidenciam os nossos erros como escritores, e envolvem-nos numa rede de contradições e assumpções de falhas das quais não temos experiência para nos libertarmos.
Especialmente, se for o primeiro livro escrito “a sério”, e se ainda estivermos a lutar contras as nossas inseguranças e a nossa ingenuidade criativa.
Bom, uma super-checklist pode ser qualquer coisa como o que vemos aqui. Mais parecida com um teste de Português do ensino secundário do que com outra coisa qualquer (sem ofensa).
E depois temos checklists como esta, que é enviada após subscrição por e-mail do site da Writing Coach Eva Hunter. Claro que não irei divulgar a lista aqui, podem sempre subscrever o site, se o tema vos interessar. Pessoalmente, vou imprimir as regras e colá-las na frente do meu nariz!
Mas, sinceramente, a minha checklist preferida (até ao momento) é a generosamente partilhada por Roz Morris. Explicada, passo a passo na página da autora.
Comecei por pô-la em prática, mesmo depois de ponderar se não seria uma enorme perda de tempo. Muito céptica?! Um bocadinho…
Claro que depois de rever dois capítulos, usando os bonecos e as cores sugeridas, dei comigo a pensar em coisas como: aqui precisa de mais isto; ali tenho de mudar aquilo; posso cortar, avançar, mudar de lugar…
E, foi aí que concluí que, é benéfico ter uma noção clara do que está escrito, do que é necessário mudar, das páginas como um todo que pode ser abarcado num relance. Bom, em vários relances porque ainda não aperfeiçoei a capacidade de síntese. Tudo a seu tempo.
Entretanto fica aqui a ideia, as checklists servem para ajudar. Elas dedicam-se à parte mais entediante da escrita, onde é imprescindível que apliquemos as regras. Sim, porque regras e tédio podem ser sinónimos, e revisão de texto pode ser uma tarefa que sem dúvida mete medo.
Um comentário em “Erros?! Check! Corrigir?! Check! Errr… still checking”