Corres desenfreado em direcção a algo que não desejas e não compreendes. Corres para um desfecho que talvez fosse evitável, mas que se tornou incontornável. Esse fim, não to desejo! Nunca to desejei. Mas as reviravoltas da vida colocam-nos em posições estranhas, e usam-nos para os seus propósitos, tal como tu me usas para os teus fins.
Devo assumir que não me surpreende?! Não me surpreende.
Assumo que, mesmo sabendo qual poderia ser o desfecho, nunca acreditei que “coisas” suplantassem “seres”. Enganei-me. E a culpa é toda minha! Quando antevês o que lá vem, e mesmo assim acreditas que contigo será diferente, mereces ser punido. Pois ninguém dá o que tem, se puder receber o que é dos outros. E essa é uma verdade universal.
Se os minutos passassem tão depressa, como às vezes parece acontecer, a vida desenrolar-se-ia a uma velocidade incrível. Mas não passam. Nada passa tão depressa cujos efeitos não se sintam. Nada é irrelevante, para quem sofre as consequências das verdades ignoradas.
Por vezes dizes coisas que não são verdade. Por vezes usas os minutos, como se de armas se tratassem. Por vezes escolhes cometer erros ao assumires que, a tua realidade é a mesma de todos os outros.
As palavras duram uns segundos. A partilha dura uns minutos. Os efeitos sentem-se durante umas horas. Os sentimentos prevalecem por uns anos. As consequências duram uma vida.
Se ao menos tudo passasse tão depressa como a percepção que temos de alguns segundos, talvez a vida fosse menos comprometida pelas mentiras. Mas a vida flui no seu ritmo constante. Os minutos não passam depressa demais, nem demasiado devagar, eles passam como se nada mais existisse. E o que escolhes fazer em cada um deles, reflecte-se em toda a tua vida. Mesmo que esqueças o que fizeste, impuseste-me que eu nunca o esqueça.
Posso perdoar, mas te garanto que nunca esquecerei. E nem uma, nem outra, acontecerão na velocidade incrível da vida.
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