Falar de Ficção Científica, para o público em geral, significa que as suas cabecinhas imediatamente imaginam naves espaciais, robots ao quilo e filmes com maus efeitos especiais. Talvez para muitos o seja, mas para muitos mais não o é.
Neste género, marcaram a minha adolescência, o livro “Marune: Alastor 933” de Jack Vance, filmes como “A Guerra das Estrelas” e mais tarde “Matrix”, a série televisiva “Espaço 1999” e a “Star Trek”. (OK. Também me parece que é um bocado de naves e maus efeitos especiais.)
Em “Matrix”, aquela imagem em que, finalmente percebemos que afinal estamos todos ligados a uma grande máquina que nos mantém a sonhar e nos alimenta dos nossos mortos, enquanto providenciamos a energia necessária para a Matrix sobreviver, não sendo mais do que pilhas humanas (parasitas dum mundo que destruímos), ainda hoje se mantém vívida e chocante como na primeira vez que a vi.
Claro que Ficção Científica, assim como qualquer outro, é um género que engloba muitas coisas, que se cruzam com outros géneros e cujos temas se aproximam ou afastam do seu núcleo duro que o define como inequívoco. Muitos diriam que alguns dos mencionados acima não são FC, outros chamar-lhes-iam Sci-Fi ou mesmo pura Fantasia.
Pessoalmente descobri que, afinal conheço e gosto de Ficção Científica duma forma mais abrangente (não que fosse grande novidade). Que FC é um género de ficção que se enquadra com aquele meu bichinho de descobrir uma explicação mais ou menos científica, racional e plausível para tudo, inclusive aquilo que pouco tem de científico.
Divergir da Fantasia e ser totalmente (ou quase) especulativo é interessante. Significa que temos permissão para criar histórias usando coisas tão diferentes como naves espaciais, viagens no tempo, raças diferentes e mundos paralelos, membros protésicos totalmente funcionais, telepatia e controlo da mente.
Mas significa também que, essa imaginação advém de algo que poderia existir. Que juntando a tecnologia de hoje e as possibilidades que ela nos traz para o dia de amanhã, podemos expandir a mente e gerar cenários novos, que são simultaneamente reais e imaginários.
É difícil definir Ficção Científica pelos subgéneros e temas que inclui. Pessoalmente, gostei das seguintes:
“a handy short definition of almost all science fiction might read: realistic speculation about possible future events, based solidly on adequate knowledge of the real world, past and present, and on a thorough understanding of the nature and significance of the scientific method” Robert A. Heinlein
“fantasy is the impossible made probable. Science Fiction is the improbable made possible.” Rod Serling
& Desconfio que a minha cópia de “Marune: Alastor 933” é de 1981 ou perto disso. Nessa altura a colecção Livros de Bolso FC da Europa-América tinha apenas 16 obras, de acordo com a informação que vem na primeira folha do livro. Sem dúvida, uma preciosidade na minha colecção. Especialmente porque foi herdada/roubada da colecção do meu pai.
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Um comentário em “Em pesquisa: Ficção Científica”