“As thrilled as we are by the prospect of flying, we are also frightened at the prospect of falling, and anything that seems to defy the inevitability of a plummeting demise sets our imaginations working overtime.”
Um professor de literatura que decide fazer uma espécie de resumo daquilo que ensina na Universidade de Michigan-Flint. Olhei para a capa e tremi. Professor de Inglês. Análise de textos. Ler como um professor. Acho que estão a ver a ideia… Se o objectivo era examinar à lupa a literatura bem que podia enroscar-me no sofá, e preparar-me para descobrir a cura para a insónia (e se preciso). Mas depois, cruzei-me com ideias como esta…
“In literature there is no better, no more lyrical, no more perfectly metaphorical illness than heart disease. (…) Aside from being the pump that keeps us alive, the heart is also, and has been since ancient times, the symbolic repository of emotion.”
… Ou esta…
“Go to your bookstore or library and find novels, poems, plays, stories that engage your imagination and your intelligence. Read “Great Literature,” by all means, but read good writing. Much of what I like best in my reading I’ve found by accident as I poked around bookshelves. And don’t wait for writers to be dead to be read; the living ones can use the money.”
Classifiquei-o com 5 estrelas no Goodreads. E, não me arrependo de nenhuma. Thomas C. Foster é um comunicador nato que sabe aligeirar, ou adensar, quando é preciso. Fala-nos como um leitor, para além de professor. Alguém que ama ler e que compreende aquilo que nos falta, aos estudantes incipientes ou curiosos persistentes, para podermos abarcar um pouco mais das significâncias de uma história. Foi como se partilhasse uma chávena de chá, no seu sofá da sala, à frente da lareira, a ouvi-lo falar sobre livros e história e personagens. A paixão que ele lhes tem entranha-se em quem o lê.
“… there’s only one story. There, I said it and I can’t very well take it back. There is only one story. Ever. One. It’s always been going on and it’s everywhere around us and every story you’ve ever read or heard or watched is part of it.”
Longe de ser um livro escolar, destinado aos aprendizes em sentido lato, é uma obra para o leitor. Aquele que lê e reflecte sobre o que lê, que procura leituras basilares ou identificar a miríade de possíveis significâncias numa obra mais recente. ‘How to read Literature like a Professor’ dá-nos vontade de ler os Clássicos.
“And the writer we know better than any other, the one whose language and whose plays we “know” even if we haven’t read him, is Shakespeare. So if you’re reading a work and something sounds too good to be true, you know where it’s from. The rest, dear friends, is silence.”
Proporciona vislumbres de prosa e poesia em igual medida. Incentiva-nos a conhecer um pouco mais dos meandros da literatura e das personagens que nela habitam. Fala-nos de histórias recorrentes e temas universais.
“The thing about loss-of-innocence stories, the reason they hit so hard, is that they’re so final. You can never go back. That’s why the boy’s eyes sting with blinding tears…”
Foster guia o leitor pelos meandros de algumas obras conhecidas, cativando-nos com um encadeamento de raciocínios que nos envolve e que eleva este livro a algo mais do que um manual de estudante. Foca alguns dos arquétipos literários mais usados, os textos mais citados, os símbolos e significâncias de actos banais e, no final, apresenta-nos um mini-teste sobre um conto com muito que se lhe diga.
“Let’s suppose you want to write a novel about hopelessness and infertility and the sense that the future no longer exists. You might turn to Ecclesiastes for a passage that reminds us that every night is followed by a new day, that life is an endless cycle of life, death, and renewal, in which one generation succeeds another until the end of time.”
E, no final, deixa-nos uma lista de leituras nas quais tocou ao longo deste livro e que merecem uma leitura mais atenta. São cerca de sete páginas de sugestões para as quais Foster já nos abriu o apetite.
É, de facto, um guia que lê entre as linhas de uma obra e a minha primeira leitura terminada para a 6ª meta (Ler 40 livros não ficcionais) de 2014, sobre a qual podem ler tudo aqui… Esta meta vai ser complicada de cumprir, visto que tenho uma mania irritante: tirar apontamentos, e citações. e ideias, e o que der…. Seja qual for o ritmo, podem ir acompanhando este meu desafio através do Goodreads, onde criei a prateleira ‘mind-tools’ para arrumar estes livros de temas diversos.
Só mais uma…
“meditation on the private nature of suffering and the way in which the larger world takes no interest in our private disasters.”
Brilhante…
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3 comentários em “Opinião: ‘How to read Literature like a Professor’ de Thomas C. Foster”