A vida nas cidades transformou-se numa espécie de restaurante fast-food. Em tudo e para todos. A publicidade sofre do mesmo. Consumo rápido e digestão difícil.
Corremos para todo o lado. Apressamo-nos durante a semana, para chegar ao sítio onde nos pagam, onde executarmos aquilo para que nos contrataram. Trotamos ao fim-de-semana, para pararmos onde desejamos (desejávamos) descontrair, sempre de olho no melhor ângulo, estacionamento ou posição e, em modo início-de-semana-que-está-já-ali a pairar sobre nós.
Porque seria diferente a publicidade no dia-a-dia virtual?
Há uns dias li um artigo, muito interessante, sobre a rapidez com que consumimos informação. Engolimos e deitamos fora, para nunca mais lá voltar.
Assim, à laia de Big Mac ou outro qualquer do género. Engolimos na altura, ao fim de quinze minutos já nem nos lembramos a que sabia, depois de uma hora já não há nada no estômago, e constatamos que, afinal, sentimo-nos mais gordos mas ainda temos fome.
Tudo o que lemos na web é rapidamente descartado apesar de tudo viver na web eternamente. Que o digam os tesourinhos deprimentes das celebridades…
A publicidade é rápida e eficaz ou não é nada. Share on X O momentum de venda é o lançamento, a publicação, o tornar-se visível para o público. Depois, morre de morte natural.
Não conseguimos prever o que se tornará um sucesso. Não imaginamos o que irá falhar.
E, é por isso que, estas ferramentas publicitárias da modernidade não vivem de pouca frequência. Vivem de quantidade, de qualidade (alguma, duvidosa), de número de partilhas, de rácios de popularidade em motores de busca.
Sobre as vantagens e desvantagens, e necessidade, de criarmos perfis e blogues, já muito se falou. Aqui no blog não é um tema novo como podem ler aqui (sobre a nossa responsabilidade nas redes sociais) e aqui (sobre as tendências da vida virtual).
Mais uma vez, é o consumo rápido daquilo que somos e escrevemos. É publicidade grátis que não vem a custo zero. Não para nós, escritores. Nem para qualquer outro criativo que acumule funções artísticas com publicitárias.
Esse é tempo que usamos para escrever outras coisas, que não ficção, ou qualquer que seja o nosso género de actividade criativa. É tempo em que nos desviamos da nossa arte apesar de estarmos a tentar contribuir para ela.
Redes sociais são uma forma de nos apresentarmos às pessoas que nos procuram. É partilharmos um pouco de nós com aqueles que não nos conhecem. E, é uma forma de criarmos momentum para a obra que queremos publicitar.
São essas pessoas que nos seguem e lêem que têm interesse no que escrevemos. São elas que consomem o que produzimos. São as pessoas que devem ser respeitadas.
Quem nos lê pode querer consumir fast-food mas cabe-nos a nós escritores, confeccionar refeições gourmet, sem empávia e de alta qualidade. Para garantir que eles regressam e que, talvez, algum desses artigos de rápido consumo se transforme em algo mais permanente ou, até, viral.
Assim, publicitar resume-se a 4 coisas:
1. Criar
2. Divulgar
3. Repetir o Divulgar
4. Repetir o Criar
Seja qual for a nossa arte e os meios escolhidos. Criar, divulgar, voltar a divulgar, voltar a criar, divulgar…
E, cabe-nos escolher qual a rede social que melhor se adequa à nossa actividade. Não há tempo, desembaraço ou acutilância suficiente para todas. Há que perceber onde estão as pessoas que nos lêem. Como podemos comunicar com outros como nós. Qual o melhor veículo social para expôr a nossa arte.
Publicitar é feito de produzir o melhor conteúdo, divulgar no sítio certo, repetir várias vezes a mesma mensagem e persistir na nossa arte e neste processo de criação/divulgação/repetição.
Tendo presente que tudo o que produzimos está condenado ao esquecimento, assim como nós próprios e a nossa arte, se não continuarmos a aparecer, a fazer o nosso melhor trabalho, a aprender a nossa Arte, a construir os nossos momentos fast-food sabendo que os preparámos como gourmet.
Publicitar continua a ser um organismo em transformação e, aquilo que devemos ter presente é que, somos pequenos, artistas por conta-própria, sem qualquer suporte tradicional, por isso temos liberdade criativa para inovar.
Qual a rede social que melhor divulga a tua arte? Insistes na divulgação da tua obra? Usas o momentum em teu benefício?
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