Deixar ir o que não é para mim. Aceitar. Sobreviver.
Coisas que se aplicam a todos, não apenas aos que têm uma prática criativa activa.
O que acontece quando me empenho em algo, faço o trabalho, esforço-me e, no fim, o resultado continua a ser um falhanço espectacular?
Quando isto acontece, confesso que, tenho extrema dificuldade em aceitar… em deixar ir o que não era meu.
Quando isto acontece, procuro trabalhar naquela minha faceta que aceita o que o Universo lhe dá. Faceta que acredita que não me tiram nada que, para começar, nunca havia sido para eu ter. Faceta que procura a gratidão em cada dura lição do Universo.
Procuro mantras, como este, mas com maior significado espiritual e menor na parte religiosa:
Escrevo, incessantemente, sobre o que me assombra à procura da perspectiva menos crua do que aconteceu… incessantemente…
E, no fim, reconheço que é sempre uma grande luta para me obrigar a aceitar que, aquilo que imaginei, nunca passará disso: imaginação.
Era muito digno da minha parte dizer que não faz mal, que as coisas são assim, que aceito com a graciosidade que me é possível, que devemos encarar os factos desta forma… Não.
Verdade seja dita, preciso de muito tempo de práticas focadas em deixar ir, de enfiar na cabeça que é assim que teve de ser, que foi pelo melhor e que, de certeza que não seria para mim porque, afinal, o Universo não se engana, não é?!
E, de chorar copiosamente… sou assim, uma maria-chorona por princípio, por mais que isto incomode as pessoas que me rodeiam no momento. Chorar alivia! E,
Falhar é lixado!
Mais ainda, quando sentimos que, na verdade, não temos qualquer controle sobre o que nos acontece, ou sobre as circunstâncias que levam a esse falhanço.
… the forced season of reflection inspired a built-in reorientation for many of us.” – Chris Guillebeau
Quando as circunstâncias nos obrigam a algo, como por exemplo uma pandemia, até podemos justificar uma espécie de orientação universal sobre o que nos acontece.
E, quando os falhanços nos atiram para um desvio no Caminho, um sítio assustador e difícil, onde nunca imaginámos estar, quanto mais atravessar… o que pensar sobre o imaginado determinismo das leis do Universo?
Reflexão forçada também significa reorientação. Gostemos ou não da parte em que é forçada!
É o que tem de ser. É o que for. É sobreviver ao Caminho. E, relembrar que…
Também isto vai passar.
Que a pausa de Domingo me sirva para traçar novos rumos. E, se estão nesta mesma situação, desejo-vos muita força. Procurem lembrar-se que: