[pausa de domingo] depressão de domingo à noite e escolhas

depressão de domingo à noite

Comecei este Domingo a fazer algo que me esqueço, com frequência, de fazer. Ouvir um podcast.

Esqueço-me, não porque não goste de ouvir certos podcasts, porque adoro. Esqueço-me, porque não faço desta actividade uma prática constante. E, sinceramente, ainda bem que não o fiz, ou há muito tempo que não faria muito mais do que consumir este tipo de conteúdos.

Mas, de vez em quando, há um título que capta a minha atenção, ou relembro que costumo aprender coisas úteis neste ou naquele podcast, e lá me motivo a ouvir um destes.

Odeio o facto de me ser impossível ouvir, absorver, sem estar a fazer mais nada. Ouvir apenas um podcast, sem esta a fazer outra coisa em simultâneo, parece-me sempre pouco. Por isso, é meu hábito juntar-lhe uma actividade mais ou menos física (pode envolver mexer-me, ou apenas mexer a mão, enquanto escrevo qualquer coisa).

Só que, quando cedo a esta divisão de atenção o que me acontece é, acabo por notar que, tenho de ouvir duas vezes o mesmo conteúdo, porque metade do que foi dito, não assimilei.

Isto é chato! Mas acontece-me. É o que é. Deixei de lutar contra isto. Oiço as vezes que forem precisas para me contentar.

Fala-se muito em não conseguirmos manter a nossa atenção numa actividade, por tempo suficiente para assimilarmos o melhor da informação, e o que isso nos provoca. Diz-se que é uma coisa destas gerações mais novas… discordo. Não é por acaso que certos formatos de conteúdos foram considerados chatos e abandonados em massa.

Mas, também não é por acaso que este drama é criado pelo meio que está em decadência… quando a TV apareceu, o Rádio ia desaparecer. Quando a internet aparece, a TV ia desaparecer. Quando o streaming ganha força, o cinema sofre…

Meios mais fáceis de passar informação, e nisto não lhe quero atribuir qualquer classificação de valor, captam maior atenção. Nós sabemos que o caminho de menor resistência, onde encontramos menos dificuldades, será sempre aquele que a maioria das pessoas prefere. Faz sentido que, no consumo de informação, aconteça o mesmo.

Hoje,

comecei o meu dia criativo a ouvir uma sessão de Calm: meditação numa aplicação, só para mim [introduzir um sorriso enorme aqui]. Mais, fiz o que costumo fazer de manhã e, no pico do momento de preciso ouvir qualquer coisa, escolhi o episódio mais recente de um dos podcasts que mais gosto.

A actividade que escolhi não é relevante. O que aqui importa é a decisão tomada.

Por entre as dezenas de actividades, que estão sempre ao dispor, é difícil simplificar. Escolher torna-se uma acção avassaladora. E, muitas vezes, sigo por instinto, ou por aquilo que os meus sentimentos me dizem que me apetece escolher.

Deixar os sentimentos escolherem é uma forma pouco segura de tomar boas decisões. Porque, quando não me apetece, estou metida num grande sarilho em que não me apetece fazer nada.

E, o Domingo, é um excelente dia para isto. Deixamos que o peso das responsabilidades diárias, da semana que passou, da semana que está quase a começar, nos afecte de uma maneira pouco saudável.

Inclusive, criou-se um nome para isto: a depressão de Domingo à noite… e listas de formas para lidar com isto, e conselhos, e alusões à necessidade de mudar algo na nossa vida para que este sentimento se alivie.

Comecei este Domingo a ouvir um podcast. Algo de que gosto. Levantei-me da cama à hora do costume (que não importa qual ´é, apenas que mantive o ritmo porque assim o corpo decidiu).

Faço as minhas práticas matinais, incluindo Escrever e escrever este artigo aqui… porque escrever uma pausa de domingo, sem estar a viver a pausa de domingo, parece-me a intrujice de um golpe publicitário, pelo que evito sempre que possível.

Procuro manter-me na onda criativa, nas coisas que gosto, em apontar o que faço para não deixar que apenas as coisas menos boas surjam na minha memória, agir e mexer-me, estar com aqueles que amo, e procurar a simplicidade que uma vida feliz exige.

E, quando a noite chegar, dedicar-me aos que precisam de mim, com um bom audiobook a acompanhar as actividades que não me apetece fazer. Resulta sempre? Nem por isso. Mas o rácio de resultado positivo está a meu favor.

Como naquela frase:

aquilo que fazemos de nós

Fazemos escolhas. Sempre. A cada momento. O que importa é o momento presente. E, nisto, é preciso meditar.

desejo-vos uma excelente pausa de Domingo!

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