Existem muitas formas de atingir um objectivo. O engenho humano é o melhor recurso quando precisamos ir do ponto A ao ponto B.
É só consultar a Internet sobre avanços, descobertas e invenções da raça humana.
Nem sempre o fazemos da forma mais directa, ou económica, possível. Mas, se continuarmos a trabalhar no problema (ir do ponto A ao ponto B), acabaremos por identificar uma série de maneiras de o fazer acontecer.
Podemos não gostar de nenhuma destas maneiras de o fazer acontecer.
Ou podemos ter receio do caminho ou de destino.
Ou, simplesmente, não ter a eficiência ou eficácia necessárias para ir do ponto A ao ponto B.
Por vários motivos… porque continuamos a cometer erros. Porque não nos apercebemos algo determinante e impeditivo do progresso. Porque não antecipamos consequências. Porque desistimos a meio…
É esta mesma ladaínha que se repete, em cada sonho ao qual tentamos chegar.
Na realidade, somos bastante competentes a arranjar a alternativa mais viável para atingir um objectivo. Até quando a alternativa mais viável passa por desperdiçar anos à espera de algo que provoque/empurre a mudança.
Com aquilo que acreditamos ter, num dado momento, decidimos que será Este o único caminho possível.
E, lá seguimos nós, de mochila às costas, e de palas nos olhos, como os cavalos que circulam em caminhos demasiado movimentados para eles.
E, quando o cenário, por algum motivo se altera, lá ficamos nós cegos pelas luzes do carro que se cruza connosco com os máximos ligados. Porque entretanto, os veículos automóveis tomaram conta de todos os caminhos, relegando os cavalos para fora deles.
Esperamos apenas o tempo suficiente para formar uma nova história, na nossa cabeça, sobre o que podemos ou não fazer. Sobre o que será a alternativa mais viável a seguir.
Só quando as alternativas mais viáveis desaparecem por completo é que nos prostramos perante a realidade dos factos: nunca houve um caminho definido. Nunca houve uma alternativa viável. Nunca houve nada para além do que escolhemos fazer. E, vamos sempre a tempo de fazer essa escolha.
Não há Um Caminho correcto. Cada um de nós faz o seu caminho… e, é responsável por ele.
Não há uma alternativa viável. Se são Alternativas, não são o Caminho. E, o caminho de cada um é único e intransmissível.
Não há nada para além das nossas escolhas. O que escolhemos fazer, em cada momento de cada dia, sobre cada um dos nossos objectivos, é o nosso caminho escolhido.
E, temos tempo. Temos o tempo que tínhamos, e que sempre teremos: o momento presente. Este é o único tempo que, de facto, tem algum valor. Não agimos sobre o passado ou sobre o futuro. Apenas agimos no presente.
Existem muitas formas de atingir um objectivo. Infelizmente, também existem muitas formas de o evitar. Em especial, formas insuspeitas e bem enterradas dentro de nós.
Montamos as nossas defesas pessoais. Desperdiçamos o momento presente, em prol de um outro tempo qualquer, que não conseguimos esquecer ou prever com certezas. Escolhemos agir sobre as coisas que não acrescentam nada à prossecução dos nossos sonhos.
E, muitas vezes, damos connosco presos por vínculos a coisas pouco saudáveis. Submissos a comportamentos, actos, que nos destróem mais do que nos constróem, em círculos de constante busca de alívio.
Existem muitas formas de atingir um objectivo. Mas, acredito que a verdadeira, a mais produtiva delas, é trabalhar por ele.
Aceitar o que desejamos e colocar as nossas horas possíveis, e todo o esforço possível, na prática desse sonho.
Não estamos numa alternativa viável ao caminho. Este é o nosso próprio, indivisível, inexpugnável caminho. E, é no caminho que encontramos o gosto por estar aqui.
Obrigada e Até Breve!
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Referências:
- Artigo ‘Praticar, Orçamento Temporal, Criar, Não Desistir‘
- Livro “Turning Pro” de Steven Pressfield (ISBN 9781936891030)
- Livro Splendidly Unreasonable Inventors: The Lives, Loves, and Deaths of 30 Pioneers Who Changed the World” (ISBN 9781590202692)
- Livro “Big Magic” (ISBN 9781408881682)
- Livro “The Artist’s Way” (ISBN 9781509829477