Leituras de All Hallows Eve ou October read-a-ton

leituras de halloween

Entrei em modo Leituras de All Hallows Eve, também conhecido por Halloween e, noutros contextos hist´oricos, por outras designações. Coloco ênfase no termo Eve = véspera, porque um mês inteiro é uma longa véspera.

E, no entanto, é o exacto sítio onde me encontro e onde me quero encontrar…

Um mês de planeamento, decorações discretas (e de custo controlado), identificação de leituras apropriadas e definição do que quero fazer nas próximas semanas.

O objectivo? Distrair-me desta *porcaria* de transição de estação e do que isso significa para a minha saúde mental. — Tempo, já te decidias a avançar para o Outono. Este calor para manga curta numa hora e, na seguinte, começar a chover, torrencialmente, incomoda. Obrigada.

Ora, diz que me aproximo do read-a-ton de 48 horas, que costumo fazer no final de Outubro. A cada ano, encontro uns livros, de temas associados a mistério, horror e fantástico,  que constituem as leituras dessas 48 horas.

Partilhei em vídeo as leituras dos anos anteriores (deixo apenas dois, mas podem ver os restantes no Vlook):

2022

2023

Em 2024…

As leituras estão escolhidas. E, apetece-me começar, mas… October read-a-ton é um pouco demais (até porque já vamos a dia 17 de Outubro…), no entanto, posso dizer que sinto que já comecei estas leituras temáticas, e estou mesmo interessada em passar uns dias de leituras mais intensas.

Ou seja: dias em que pouco mais penso do que em voltar para o livro que estou a ler.

Assim, dei início às leituras de Outono…

leituras de Outono

Finalmente, encorajei-me a ler The Raven Cycle” por Maggie Stiefvater. Reli o primeiro livro (notei que não coloquei a data da primeira leitura, não sei quantos anos atrás, no Goodreads…) e prossegui para os restantes três.

Morte, magia, maldições, tarot, fantasmas, fantástico, mitos celtas, estes livros têm muito que concorde com o October read-a-ton.

Uma sólida classificação de 4,5 estrelas para todos os 4 livros mas, infelizmente, tenho umas críticas que me fizeram reter a restante classificação. No entanto, perdoei certas inconsistências, na forma como a história foi estruturada, relembrando-me que estes livros foram escritos para jovens adultos… as reviravoltas foram expectáveis, e não apreciei que a história da Blue e do Gansey passasse a ser tudo sobre o Ronan… não sei se é um argumento que fará sentido, mas enfim.

Pelo meio, continuo a tentar desbravar Jonathan Strange & Mr. Norrell por Susanna Clarke. A minha motivação para este livro tem sido quase nula.

Está engraçado mas denso. Demasiado denso para o que aparenta ser um contexto com pouco a acrescentar à história em si. Mais uma vez, este é um livro sobre magia, e as maquinações daqueles que vivem desta… e dos que pretendem viver dela. (Continuam a ser muitas páginas para apenas um evento mágico, e o estabelecimento de personagens — poucas, por sinal, que permanecem após o dito evento mágico…)

Apesar de estar desmotivada para esta leitura, gostava de persistir, e ver o que a transformou num livro tão conhecido… mas, não faço promessas.

Da minha lista de livros a ler em 2024, retirei Nettle & Bone” por T. Kingfisher, que me proporcionou uns momentos de agradável leitura.

Assumo que não tenho lido muita fantasia contemporânea, em especial, que envolva magia e bruxas. Menos ainda, se considerar que houve uma explosão de livros deste género, e relacionados, nas últimas duas décadas cuja permanência no tempo é fugaz. Ou seja, os autores aparecem com a mesma rapidez com que desaparecem do mundo da publicação, pelo que me parece que a arte fica por aprimorar.

Confesso, tenho andado à espera de ver aqueles que subsistem no tempo, e se transformam em clássicos da actualidade — como acontece com Donna Tartt, por exemplo.

Quanto a Nettle & Bone” por T. Kingfisher, o início foi um pouco lento, a história parece um pouco dramatizada a mais (e durante muitas páginas) para circunstâncias que são, historicamente, reconhecidas. A violência contra rainhas e princesas em idade de procriar é notória ao longo da História e não justifica tanto mistério engonhado… meio livro à espera de acção, para justificar as acções da personagem principal era desnecessário.

Gostei das sementes de magia, da noção de um mundo distópico, em que só mergulhamos um pouco — e depois é esquecido na quase totalidade, e nada tem a ver com a trama principal, excepção feita à existência de um cão especial —, gostei das alusões a temas que dizem respeito às vivências femininas e não apenas a violência contra as mulheres nascidas em berço de ouro, mas todas as outras que vivem naquele mundo. Não obstante as críticas feitas, apreciei a história, e consegui viver naquele mundo por umas horas, pelo que dei 4 estrelas na sua classificação total.

Depois avancei para outras paragens literárias. Há uns anos que penso em reler alguns dos meus livros especiais. Aqueles de que gostei em suficiência para não me esquecer deles à medida que os anos passam. Aqueles que ajudaram a criar e expandir o grande movimento literário de fantasia urbana, low sci-fi, adultos e romance fantástico que hoje temos.

No início de 2024, coloquei a série Georgina Kincaid de Richelle Mead na lista de livros a reler. E, dez meses depois, revisitei “Succubus Blues“, o primeiro livro desta série de seis. Este é um livro que não envelheceu mal, apesar de notar algumas coisas que, hoje, seriam escritas de outra forma. Continuo a gostar desta história e empenhada em continuar.

Esta é a história de Georgina Kincaid, uma succubus cuja bagagem emocional a faz ser péssima no seu trabalho infernal, mesmo se bastante competente no cumprimento dos seus desígnios. Ao longo dos seis livros compreendemos a trama maior, facto que lhe atribui a validação de qualidade porque, este primeiro livro não soa a palha feita para vender livros, cuja história tem de ser arquitectada em plena publicação (muitos há por aí que são assim e que se nota nos primeiros volumes). Mas, como é uma releitura, sei para onde a história vai e como foi concretizada, pelo que, mais não direi.

No entanto, confesso que não me recordava de muitos eventos deste primeiro livro. Senti-me investida nesta releitura e constatei, de novo, os motivos pelos quais esta história permaneceu comigo ao longo dos tempos.

Entretanto, escolhi uma série de livros de vampiros para este All Hallows Eve Read-a-ton partilhei uma foto no Instagram com as escolhas iniciais:

read-a-ton 2024

nota: que eu saiba, pelo menos um destes não tem vampiros.

Deixem nos comentários se já leram algum, e o que acharam.

Não sei muito sobre eles, mesmo o da Ali Hazelwood — que tem andado em todas as whishlists de livros que tenho, mas que ainda não li — não sei muito sobre ele.

Não sei se fazem isto, mas… em alguns momentos, não gosto de ler sequer as sinopses dos livros, simplesmente, escolho e acabou. Um pouco naquela óptica de se me cruzei com ele num dos sítios que costumo visitar, então está recomendado em suficiência.

Assim como, comprar um livro que está na prateleira dos descontos, tipo com -50% do p.v.p. porque, se pensar demasiado em tudo o que vou comprar para ler, não consigo decidir-me por nada. E, foi assim que Jonathan Strange & Mr. Norrell veio para casa — há seis anos atrás por menos de 6€ — alguém recomendou e quando me cruzei com ele trouxe-o.

Vejo chegado o momento, em que estendo o convite para embarcarem no vosso próprio Leituras de All Hallows Eve também conhecido por aqui por October read-a-ton. Escolher um dia, ou vários, escolher uns livros para ler, e atirar-nos de cabeça à leitura de obras que nos sugerem bons momentos é um início de Outono bem mais simpático.

Pelo menos, quero crer que sim.

Vou partilhando coisas nas redes sociais e por aqui.

Que o vosso Outono seja pacífico e criativo.

Obrigada e Até Breve!

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