
Olá! Sê bem-vindo a esta [pausa de domingo].
Acordei para uma manhã que parece Outono antecipado. É Domingo, e estamos quase a meio da temporada de Grande Pausa deste ano. Aqui, as férias de verão constam de algumas semanas para os adultos, normalmente, duas e, para os miúdos, entre oito a dez semanas sem escola.
A desproporção, em quantidade, não passa sem ser (sofrida) notada.
Cá em casa, por estes dias, em que já fizemos a Grande Pausa, sigo a gerir o interregno escolar. A verdade é que prefiro o verão. Não sendo a minha estação do ano favorita, e apesar de, fisicamente, não lidar bem com o excesso de calor, o Inverno parece-me sempre pior. Mais soturno, conturbado, e em constante sensação de “Oh, não!”.
O Verão sabe sempre melhor.
No Verão, podemos aliviar o peso das roupas e de cuidados. Até a comida se simplifica. Parece-me que andamos mais despidos do peso das preocupações… e de roupa. Mesmo se, preparar a Grande Pausa envolve uma coordenação logística esvaziadora de energias… o que é um facto. E, por esta altura, a pilha estivesse com algum carregamento de jeito para o extra do fardo. Que não está.
Ouvi chamarem-lhe a silly season, e acho que transponho o significado para aqui. No original, significa:
Expressão inglesa que designa o período do ano de menor intensidade informativa nos media, geralmente o período de verão.
Pode ser traduzida por “estação ridícula”. Nesta altura, os critérios de seleção jornalísticos tornam-se mais flexíveis, passando a considerar como relevantes assuntos que, geralmente, não constituiriam objeto de notícia. — Infopedia
[por esta altura, acho que a silly season tomou de assalto o ano todo, tendo em conta as notícias ridículas de que são feitas a totalidade do ano jornalístico…]
É a nossa estação ridícula em que, não estando de férias, temos de estar. Em que, não estando a trabalhar, continuamos a estar. Em que, não estando a trabalhar, estamos a cansar-nos de outras formas.
Não me entendam mal. Isto faz falta. Faz parte. E, ajuda a regular as nossas existências de outras formas. E, para quem consegue mandar tudo à fava e desligar, deve ser excelente. Pôr as doenças em pausa… calar os milhares de pequenos conflitos… esquecer a lista de afazeres dentro de horas e/ou dias…
E, no entanto, não deixo de sentir que esta nova escravatura arranjou formas mais complexas de nos manter neste circuito assim, à laia de cenoura colocada à distância, à qual os nossos dentes nunca chegam para morder.
Assim como, estar de férias, mas com trabalho extra.
Agradecer. Sou grata, sim. Agradeço tudo o que posso viver, por mais do que um motivo. E, aceito, por vezes de mau grado, o trabalho extra.
O que não posso aceitar é a desvalorização desse trabalho. Em especial, quando ele é cumulativo, com todos os trabalhos que temos, num qualquer dia normal.
De bom grado acumulo, porque as pessoas por quem o aceito precisam que eu o faça. E, também eles, acumulam de outras formas. Assim, tento enfiar a criatividade noutros momentos do dia. Escrevo quando consigo e posso. Invento e construo em consideração com as imposições que tenho.
Há quem o faça melhor? Claro. Há quem se dedique mais? Sem dúvida. Há quem tenha resultados superiores? É óbvio que sim.
E, isso muda alguma coisa em mim? Só se for a minha curiosidade sobre o assunto. O que posso eu fazer de diferente, que funcione?
Estamos quase a meio da nossa vacational silly season, ou estação ridícula de férias, e venham de lá as restantes seis semanas de férias escolares, os almoços-jantares-lanches adicionais, as limpezas de verão (na primavera não há tempo! e agora, a saúde parece perdoar o excesso…), o trabalho diário, o planeamento extra, as distrações ocasionais e o grande Tetris* que é conjugar estas peças todas.
Sem esquecer a culpa (sim, tenham um dia em cheio com esta palavra) de não poder/saber/conseguir fazer mais. Porque esta, para quem nunca está satisfeito, é difícil de desconstruir e abandonar.
Entretanto, a manhã que parecia de Outono antecipado evoluiu para um dia de sol. É Domingo. Estamos quase a meio da temporada de Grande Pausa. Vamos fazer dela o melhor que nos for possível.
Desejo-vos um Excelente Domingo.
Obrigada e Até Breve!

Um comentário em “A Grande Pausa Anual… e o trabalho extra”