Diário de Bordo: Sobre Revisão de Texto

Diário de Bordo

Finalmente comecei a revisão do meu segundo livro. Com 63 472 palavras, 150 páginas e ano e meio na gaveta, preparo-me para enfrentar a maior revisão de texto da minha vida.

E se a palavra maior pode assustar algumas almas mais sensíveis garanto-vos que, para já, tenho passado umas horas bem animadas. Os sustos foram devidamente acompanhados de grandes gargalhadas.

Ainda sem título definido, este texto foi escrito ano e meio depois de “Percepção”, no decorrer do NaNoWriMo de 2010. Neste momento, não quero adiantar nada em relação à história, apenas que é um Romance Fantástico.

Munida de folhas em branco e uma caneta preta ataquei o manuscrito, cheia de esperança que as revisões fossem mínimas.

Estava tão enganada!!!

Acho que a palavra que procuro é reescrever. Apesar de encarar esta tarefa com um misto de horror e divertimento, acredito que no fim será possível produzir uma história melhor.

Nas minhas folhas em branco aponto tudo (o que reformular, o que pesquisar, o que está ligado ao quê, o tipo de acção, a cadência, o que pesquisar, o que retirar…) e rezo para não me esquecer de nada.

Desconfio que, no final, terei quase tantas páginas como o texto a rever por motivos óbvios… O NaNoWriMo é um desafio interessante mas não favorece o processo de criar uma história cuidada.

Em simultâneo, tenho de pensar em pelo menos dois projectos paralelos que precisam de revisão rápida e certeira. Mas, mesmo assim, acredito que esta revisão do manuscrito mais longo vem na altura certa.

Isto porque, ao reler o que escrevi há um ano e meio atrás e o que escrevo hoje, acredito que superei alguns dos problemas mais comuns dos principiantes e, por isso, poderei fazer uma revisão melhor do que teria feito há um ano atrás. Está na hora de cuidar da minha história!

Por outro lado, agarrar neste texto agora significa que me encontro motivada para voltar a percorrer o longo caminho da revisão/auto-crítica/edição. Significa também que estou inspirada para executar as partes mais práticas deste processo de criar um livro.

Rever pode ser uma dor excruciante, só atenuada por uma vontade de ferro e por um sentimento de concretização possível de alcançar. Neste caso estou a atenuar a dor com as gargalhadas que ele me proporciona.

Estou a seguir as indicações daqueles que, antes de mim, procuraram conquistar o processo de revisão

  • Não editei enquanto escrevia (tarefa impossível no decorrer do NaNoWriMo).
  • Após terminar o manuscrito deixei-o a repousar alguns dias (Ok! Mais do que alguns dias…).
  • Reli a obra noutro formato (e também o uso das folhas em branco).
  • Comecei a editar a estrutura e o conteúdo primeiro e releguei o polir frásico para o final.
  • Eliminar palavras e frases desnecessárias e limitar o ‘Contar’ favorecendo o ‘Mostrar’ (ainda a decorrer).
  • Depois, ler as vezes necessárias para eliminar erros ortográficos e gralhas várias (aquelas irritantes que nunca conseguimos eliminar totalmente).
  • E, por fim, aventurar-me a deixar a obra ver a luz do dia (ou pelo menos mais do que o fundo da minha gaveta virtual).

Parece-me um bom plano!

E por aí? Como fazem a revisão dos vossos escritos? Quantas horas empregaram na vossa maior revisão de texto?

ΦΦ

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