Escrever é uma das artes com o maior potencial para alterar a mente humana. Contudo é certo que poucos escritores o conseguem fazer. Criar uma história significante é algo que parece simples, mas que não o é.
A realidade de hoje é moldada pela constante descoberta. Estes são tempos de criatividade e de concretização de sonhos e, em simultâneo, de confusão e assoberbamento.
Apesar da desregrada explosão de obras, da produção em massa de conteúdos, da regra “lucro sacrificante da qualidade”, nunca foi tão fácil pesquisar e aceder à informação que nos pode transformar no melhor escritor que podemos ser. Mesmo se em conflito com todas as probabilidades.
A maioria de nós luta por sobreviver a mais um dia de escrita, pelo discernimento entre informação mais ou menos útil, por absorver os conteúdos correctos e pela clareza nessa tomada de decisão. E frequentemente nos perguntamos:
Como conciliar as promessas com a realidade?
É a franca resposta a esta questão que nos elucida sobre os resultados do nosso trabalho.
Uma ideia para uma história é uma promessa feita pelo autor. Livre de tomar qualquer forma (seja ela um plano, uma sinopse, alguns parágrafos ou um guia avançado de personagens, enredo, cenários e mensagens) é um compromisso para atingir um resultado futuro: uma boa história.
No final esse resultado deve ser encarado de forma pragmática. Olhar para o nosso trabalho, após revisões cuidadas, é a forma de enfrentar a nossa promessa e compará-la com a realidade do que é agora uma entidade autónoma.
Em muitos casos, e se formos verdadeiramente sinceros connosco próprios, aceitamos que essa obra é um quebrar à nossa promessa. Por um motivo ou por outro ficámos aquém daquilo a que nos propusemos.
Outros casos existem em que somos forçados a comprometer-nos com uma alteração na história que nos permita cumprir a nossa promessa. É-nos dada a opção de rever, reescrever, alterar e tornar a nossa ideia naquilo que imaginámos que ela fosse.
Ou, e este é o resultado habitualmente desejado, o que escrevemos é a realização da nossa promessa em todo o seu esplendor. Este é o caso menos corriqueiro e o que tem maior potencial para nos deixar numa posição comprometedora.
Conciliar promessas e realidades implica ter a sabedoria e a força interior para assumir os resultados. É quando confrontamos a ilusão com a realidade que nos permitimos evoluir. E é preciso a coragem para distinguir, aceitar e lutar pela nossa arte. Uma luta que será constante em tudo aquilo que faço e que coloca em perspectiva o desejo de contribuir vs a real contribuição.
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Costumam conciliar as vossas promessas com os resultados finais? Como lidam com as expectativas frustradas de um projecto que não correu como esperado?
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