Ler Seth Godin significa ter à mão duas folhas em branco ou, no meu caso, dois cadernos. Um para apontar o que vale a pena reler e reter na memória. O outro para registar as ideias e os novos caminhos que Seth me ajuda a magicar.
Não é o primeiro livro que leio dele. Há cerca de dois anos tive a primeira experiência com “Torne-se Pequeno e Pense em Grande!” (cuja opinião podem ler aqui) e sou seguidora assídua do blogue onde cada artigo é uma pequena/grande pérola.
Mas, e voltando à “Vaca Púrpura” nota-se que é um livro já com uns anos de publicação (1.ª edição em 2002), e em coisas como Marketing, Publicidade, Mercados, Produtos e Serviços, é algo que faz alguma diferença. Contudo, a leitura deste livro serve para perceber porque Godin tem sido tão aclamado (e vaiado, também) pelas suas ideias e reformulações nesta área. O homem é brilhante. Não por ser extraordinariamente intuitivo ou por ser capaz de projectar hipóteses de comportamentos futuros de forma exemplar, mas pela qualidade de ser a acendalha que acende o fogo e nos põe a pensar.
Quando me cruzei com o trabalho de Godin surpreendeu-me a forma como ele infere determinados desfechos pelas circunstâncias. Mas, e sobretudo, surpreendeu-me a simplicidade com que comunica ideias que contrariam alguns dos dogmas instituídos em diversas áreas (não apenas em Marketing). É tudo tão lógico! Pelo menos depois de lermos o que ele escreve…
Para aqueles que fizeram da w.w.w. a sua casa, que têm um propósito bastante definido no uso das redes sociais, que criam algo que desejam expor ao mundo, Godin dá-nos algumas directrizes sobre a importância de criarmos algo realmente notável: A “vaca púrpura”.
Mas, lança também o alerta para a necessidade de não vermos essa “vaca púrpura” como um fim em si mesmo mas um início. Uma espécie de permissão para continuarmos a seguir os nossos valores e trabalharmos a sério em algo que seja verdadeiramente notável. Uma e outra vez. Sem preconceitos ou desculpas.
Este é um livro sobre ser-se notável. Sobre criar algo de que valha a pena falar. Sobre ideias-vírus e obter permissão na comunicação. Sobre o que resulta e o que não resulta (e o que nunca resultará). Sobre as verdades do Marketing e dos comportamentos das pessoas. Sobre correr riscos e disseminar ideias. Sobre avaliar resultados e persistir, ou abandonar projectos. Sobre a crítica e criar algo fantástico. Sobre acrescentar valor e usar novas estratégias. Sobre crescer e inovar através de combinações inexploradas.
Um óptimo livro para adicionar à minha prateleira ‘mind-tools’ e voltar a ele, e às ideias que me ajudou a gerar e encaixar, a cada falta de inspiração mais “prática”.
“Pergunte: porque não? Não existe uma boa razão para não fazer quase tudo o que não faz. Quase tudo o que não faz resulta de medo, inércia ou uma falta crónica de alguém que pergunte: – Porque não?” Seth Godin em “A Vaca Púrpura”
E, se se perguntam o porquê deste título ridículo, deixo-vos a pista: Num prado de vacas castanhas qual seria a notável? A vaca púrpura, claro! Num mundo de coisas semelhantes, qual a que se destaca? A excepcional, a mais interessante, aquela sobre a qual vale a pena falar aos amigos… a notável.
Uma leitura aconselhável para os eternos curiosos que persistem na busca por algo mais. Sim, isto aplica-se aos novos escritores. E aos outros, também… Espero que leiam e mantenham os olhos abertos em busca da tal vaca de outra cor.
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Um comentário em “Opinião: ‘A Vaca Púrpura’ de Seth Godin (e a de todos nós…)”