Este ano decidi mudar um bocadito a forma de enumerar as minhas metas. Construí-as obrigando-me a contabilizar apenas números. Quanto executara. Quanto fizera disto ou daquilo. Servia alguns propósitos mas acho que me desviava daquilo que era realmente importante.
Importante é, não só o quanto de quê mas, o quê.
Ao querer deixar de avaliar apenas resultados numéricos, coloquei-me num problema:
Como medir se atingimos o objectivo se não o definimos?
E, metas mensuráveis, era o método mais rápido de perceber se havia cumprido aquilo a que me havia proposto ou se, pelo contrário, tinha abandonado essas metas (mesmo se inadvertidamente).
Contudo, após matutar um bocado no assunto, percebi que alterar a forma de encarar a situação não significa abandonar as metas numéricas mas transformá-las em algo real. Algo com menos números e mais significância. Com menos quantidade e mais qualidade.
Assim, 2015 terá de me trazer um ajuste (mais um) em termos de avaliação daquilo que escrevo, leio, aprendo e produzo. Com a questão “Como vou medir os resultados?” a pairar, decidi que talvez esteja a ver isto da forma menos correcta. Assim, decidi:
Manter os meus projectos, alterando os métodos de trabalho, para melhorar resultados.
2013 e 2014 trouxeram-me a certeza de que sou capaz e que estou empenhada em continuar a escrever para as várias plataformas e projectos que tenho. Mas preciso reorganizar prioridades e orientar os meus esforços (até porque o tempo é finito e precioso).
Não adianta definir que vou escrever 12 contos por ano, se não me sento à mesa para os construir. Não serve estipular que publicarei 4 artigos por semana, nos dois blogues que mantenho mais activos, sem programar quando escrevo o material e sem reservar os minutos que me levam a publicá-lo e divulgá-lo. Não é benéfico querer fazer tudo quando não me acalmo o suficiente para fazer qualquer coisa.
Desta forma percebi que preciso definir novos hábitos ao invés de metas.
Definir novos hábitos com vários contornos, adaptados a cada uma das facetas da escrita.
No dia 02 de Janeiro inaugurei duas experiências que espero virem a tornar-se hábitos (e estou num período experimental para conseguir perceber se isto pega ou se os largo).
- O primeiro foi começar a usar de forma efectiva o Evernote. O memofante informático que poderá fazer a diferença no acesso à informação e no desbloqueio efectivo da escrita fora de casa. Sincronizo e disponho de tudo o que escrevi e preciso, esteja onde estiver, ao invés de criar ínfimos documentos word que passo a vida e enviar por e-mail para mim própria e a stressar porque nunca tenho as “minhas coisas” comigo. Engraçado é que eu uso o Evernote há, pelo menos, dois anos e nunca havia olhado para ele como uma ferramenta sólida de ajuda efectiva.
- O segundo hábito consiste em sentar-me e escrever durante uma hora por dia, todos os dias.
Mas vamos por partes nas metas para 2015…
Quando falo em definir novos hábitos ao invés de metas, refiro-me a:
Na Escrita:
Hábito: Escrever durante (pelo menos) 1 hora por dia, em qualquer um dos projectos.
Meta: Dar continuidade ao Desafio Literário 12 Meses/12 Contos; Escrever artigos para os blogues ‘Sara Farinha’ e ‘Ser Poeta’; Escrever para fora de portas; Escrever Poesia; Escrever algo de maior dimensão;
Empenho total no novo hábito: Quando não escrevo coloco 2€/dia num mealheiro. Valor que, no final do ano, servirá para fomentar a escrita. (sendo que já coloquei 2€ no porco-espinho de Marte, pelo dia 01 de Janeiro).
Mas tal como afirmei acima, ainda estou a testar esta premissa, pelo que é preciso definir hábitos mensuráveis e adaptáveis semanalmente. E assim, marco este primeiro hábito com um teste de durabilidade: Tenho até dia 11 de Janeiro para medir se consigo escrever durante este tempo, e definir e adaptar-me a novas condições, caso não consiga. E, tenho até dia 31 Janeiro, para ver se se mantém para além da primeira semana.
Nas Leituras:
Hábito: Aproveitar todos os bocadinhos livres para ler algumas páginas.
Meta: Defini ler 50 livros para 2015, dando continuidade ao Desafio anual proposto pelo Goodreads.
Empenho total no (novo) hábito: Pois… aqui não há muito a dizer, apenas que: mesmo nos tempos mais difíceis a leitura sempre me trouxe uma quantidade imensurável de paz e satisfação. Assim, parece-me injusto chamá-lo de “novo hábito” uma vez que novidade seria deixar de ler por completo.
Hábito: Aprender algo novo sempre que possível.
Meta: Ler pelo menos 1 hora por semana de livros não ficcionais, continuando a encaixá-los na prateleira virtual ‘Mind-tools‘; Ou, nessa hora semanal, retomar as aulas de Yale de ‘Teoria da Literatura’, ou quaisquer outras actividades que me enriqueçam.
Empenho total no (novo hábito): Apontar todas as actividades que considere terem contribuído para este novo hábito.
Nas Redes Sociais:
Hábito: Conectar de novo com as pessoas com quem falava/partilhava sobre escrita.
Meta: Aqui não posso dizer que tenha uma meta ou contrapartida, apenas uma vontade de retomar o que deixei de lado (por incapacidade pessoal). Aprendemos com os nossos pares e, nos últimos tempos, tenho vivido à margem deles.
Hábito: Estar mais atenta e participativa nas diferentes redes onde mantenho perfil activo e ponderar se vale a pena manter todas essas presenças virtuais.
Meta: Optimizar o tempo despendido nas diversas plataformas virtuais e maximizar as conexões com as pessoas.
Depois há uma série de actividades e melhorias que vou tentar incorporar na minha rotina. Estas incluem:
– a programação automática dos blogues para libertar tempo para escrever e afins, sem preocupações diárias de manutenção do que é publicado.
– a criação de um gatilho para conseguir alterar o hábito de me perder quando chego a casa (e fazer tudo menos Escrever). Aqui estou hesitante entre tomar banho, pôr um chapéu, amarrar o cabelo, trocar de roupa, ligar um cronómetro (tudo junto)… ou qualquer coisa que me ajude a descontrair e entrar no ritmo da escrita.
– a optimização dos meios informáticos em tudo o que eles me possam oferecer/ajudar.
Na Vida:
Hábito: Manter uma Vida Equilibrada e Feliz
Meta: Viver bem. Este é um hábito que tenho procurado reforçar a cada dia. Fiz algumas mudanças no meu estilo de vida e a minha saúde está a melhorar a cada dia, assim como o meu estado de espírito.
Também neste departamento estou a juntar uma série de actividades e melhorias que, apesar de as executar esporadicamente, não fazia delas hábito. Estas incluem:
– fazer caminhadas; comer comida saudável; limitar o açúcar a 1 doce por semana; não fumar; beber pouco álcool; reduzir a quantidade de café; fazer yoga e meditação.
– alterar padrões – fazer coisas novas; conhecer pessoas novas; experimentar comidas novas; ir a sítios onde nunca fui; criar novos hábitos.
– mudar o meu discurso interno para Positivo: não mentir, mas não ser negativa naquilo que me aponto.
– lembrar-me dos motivos para querer estar melhor. Apontar esses motivos e saber que eles são fortes.
– continuar a tentar, mesmo depois de falhar. Falhar faz parte. É sinal que se está a tentar. Aceitar que posso falhar, desde que não desista.
É preciso gostar do novo hábito. É preciso apreciar a mudança, os benefícios, o acto em si, ou não conseguiremos fazer com que a mudança seja real e perdure no tempo. Faz sentido e, para mim, excluindo as partes literárias que vão passar por um período experimental de ajuste de rotinas, as alterações na minha vida são efectivas e postas em prática há já algum tempo (o Natal e os doces vieram baralhar um bocado as coisas na parte da comida saudável, mas já retomei o plano).
Assim, as Palavras de Ordem para 2015 são: Grata; Equilibrada; Em Paz; Com Amor; Empenhada; Saudável; e Activa;
Lamechas??? Sim. Apesar de não o saberem, ganhei o direito de o ser. Para cada uma das Metas, é preciso não desistir para que os hábitos se formem. Para cada hábito é preciso acreditar que é, de facto, a melhor escolha pessoal que poderíamos fazer. Para cada mudança acontecer é preciso gostar da pessoa em que nos tornamos após ela se concretizar (e para que ela se concretize).
Que 2015 vos traga as mudanças que desejam. Nos vossos Escritos, Leituras e Vida.
ΦΦ
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ΦΦΦΦΦ
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