Início, Meio e Fim. Esta é a Estrutura de 3 Actos. É o que se costuma usar, certo?Simples!
Não. Simplista.
Óbvio que aquilo que nos parece simples de obter, geralmente, não é. E esta é a verdade ao construir uma história. Temos um procedimento, um processo, algumas regras orientadoras para onde queremos direccioná-la e às suas personagens.
Usar esse manual de instruções não significa que se escreva uma boa história. Uma boa história precisa do encadeamento certo de Cenas. Precisa de introduzir Conflito entre as personagens. Precisa de mais Complicações, daquelas que mudam tudo a meio do percurso. Precisa de Picos e Resoluções Finais. E, precisa da orientação que só a estrutura narrativa lhe confere.
Existem vários tipos de Estruturas Narrativas. Algumas delas, tão antigas como os povos Grego, e Romano, e o nascimento do teatro.
Aqui vos deixo as 3 Estruturas Narrativas que mais impacto tiveram ao longo da História da escrita de ficção.
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O Esquema Quinário ou a Pirâmide de Freytag – Os Cinco Actos padrão de uma história
1.º Acto ou Introdução em que conhecemos a situação em causa, o protagonista e o antagonista.
2.º Acto ou Elevação da Acção em que observamos o conflito entre essas personagens.
3.º Acto ou Clímax em que o conflito é absoluto não permitindo a nenhuma das partes retroceder na sua posição.
4.º Acto ou Declínio da Acção em que uma das partes tem uma preponderância sobre a outra no decorrer da história.
5.º Acto ou Desenlace (Dénouement) em que a história termina ou se desenlaça.
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O Modelo Funcional de Propp – Os Trinta e Um Sintagmas Narrativos
Este é um Modelo que define quais os pontos-chave de uma história… os 31 pontos-chave. Ele leva-nos até ao limite do razoável no planeamento de uma narrativa. É o formalismo ao rubro através da normalização de todos os acontecimentos-chave da história.
Sem desprezar a importância deste Modelo, não irei listar aqui os 31 Sintagmas Narrativos. Ao invés, convido-vos a fazer uma pesquisa no google ou visitarem este blog aqui… onde podem conhecê-los.
Alguns exemplos de histórias escritas com esta estrutura são: A Guerra das Estrelas, Ficheiros Secretos, Star Trek, O Hobbit, Cinderela ou Odisseia.
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A Estrutura dos 3 Actos – Exposição, Conflito, Resolução
1.º Acto ou Exposição em que nos apresentam as personagens e qual é o principal conflito da história. É a introdução à história onde nos cabe o terrível papel de tornar as coisas o mais interessantes possível. Ou seja, temos os poderosos anzóis, da história, na água. No final da Primeira Parte temos as personagens apresentadas, herói e vilão, os enredos principal e secundários assegurados, e um início capaz de manter o leitor agarrado à história.
2.º Acto ou Conflito em que enredo principal complica-se. É na Segunda Parte que surge informação nova, pedaços de enredo que só será revelado agora, e que provocam o adensar da trama. Aqui surge um problema muito maior do que aquele que se pensava existir inicialmente. O vilão continua a viver a história como se fosse ele o protagonista, complicando tudo e, no fim do 2.º Acto, destruindo os intentos do herói. Aqui, duvidamos que o herói consiga vencer no final.
3.º Acto ou Resolução em que a história se resolve. Segue um fio condutor e termina , resolvendo o Conflito criado na Segunda Parte.
Em traços largos, isto é a Estrutura dos 3 Actos. Amada por muitos, odiada por outros tantos, mas que funciona e é, hoje em dia, amplamente utilizada.
Agora que temos estas noções básicas de estruturas narrativas, como têm estruturado as vossas histórias? Usam alguma? Nenhuma? Outra?
Deixem a vossa resposta nos comentários em baixo.
PS: Relembro o website Plot Whisperer de Martha Alderson onde podem escrutinar tudo sobre a construção de uma história.
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Foi-me de grande utilidade o que aqui encontrei. Precisava, com urgência, harmonizar meu texto.
Olá, Geraldo. Ainda bem que pude ajudar.