O Sucesso não se persegue. O Sucesso sucede.
Faz sentido? Sim.
Não se persegue o sucesso tal como não se persegue a felicidade. Ou tem ou não tem. Ou é ou não é. E, nada disto, é externo a nós próprios. Não é extrínseco.
O Sucesso, assim como a Felicidade que temos, advêm daquilo que, inadvertidamente apesar de intencionalmente, fizermos.
Sucesso e Felicidade são efeitos secundários daquilo que fazemos e da dedicação que temos a algo.
Esta leitura fez tanto sentido que impulsionou este artigo quando nada mais era do que uma curiosidade despoletada por este vídeo aqui…
“For success, like happiness cannot be pursued; it must ensue… as the unintended side-effect of one’s personal dedication to a course greater than oneself.”
O segredo da Felicidade é o Fluxo. Aquilo que flui, no sentido daquilo que não exige esforço, mas é um estado de espírito de continuidade no acto de criação.
O acto criativo é um estado de espírito em que a Criação aparenta ser natural e fácil. Como uma corrente que flui, um patamar de consciência que se atinge quando se está a criar, e em que nada interfere.
Quando estamos na “zona” criativa onde fazemos o nosso melhor trabalho, sem críticos interiores, sem desejos de obtenção de outros resultados que não o trabalho criativo que temos à nossa frente.
Foi assim que escrevi este artigo. Com um olho nas minhas notas e uma vontade incontrolável de vos transmitir a mensagem desta excelente leitura (e vídeo).
Aqui não há nada de metafísico ou irreal. Há, sim, estudos e pesquisas efectuadas. Há uma miríade de dados que nos provam que os melhores não pensavam no resultado final, nos louros, no lucros. Os melhores pensavam na tarefa em mãos, naquilo que queriam perseguir no momento, no trabalho criativo per se.
“(…) the mystical heights of the Yu are not attained by some superhuman quantum jump, but simply by the gradual focusing of attention on the opportunities for action in one’s environment, which results in a perfection of skills that with time becomes so thoroughly automatic as to seem spontaneous and otherworldly.”
Não há nada de sobre-humano. Nenhum estado mental que, ao ser atingido, nos transformasse no génio criativo que queremos ser. Há trabalho. Há repetição. Há aperfeiçoamento.
Apesar das aparências sugerirem algo de sobrenatural no processo criativo, na nascença de uma ideia brilhante como um raio que nos atinge em cheio, o que é real são as horas e a dedicação que imputamos a cada projecto que nos move.
O tempo que desperdiçamos nos nossos tempos livres. A insatisfação que esses tempos nos trazem quando não temos algo que nos pareça digno e importante para fazer. Mais insatisfeitos do que quando estamos num trabalho formal que odiamos, ou que preferíamos não ter.
Os nossos fluxos criativos que cessam quando assistimos passivamente ao invés de participarmos. A nossa mente que estagna quando não a ocupamos de actividades recompensadoras que, soando a mais trabalho, são aquilo que nos alimenta a alma.
“(…) mask, at least temporarily, the underlying emptiness of wasted time. But it is a very pale substitute for attention invested in real challenges. The flow experience that results from the use of skills leads to growth; passive entertainment leads nowhere.”
Os nossos passatempos são tão, ou mais, importantes do que o não fazer nada como sinónimo de descanso. Não há descanso se não houver satisfação. E uma mente estagnada é um indivíduo insatisfeito e infeliz.
“The future,” wrote C. K. Brightbill, “will belong not only to the educated man, but to the man who is educated to use his leisure wisely.”
E foi tudo isto, e mais, que rabisquei nas minhas notas. O segredo do Sucesso, tal como o Segredo da Felicidade é Agir. É praticar o que nos faz felizes. Atingir o estado em que o momento presente é tudo o que importa… E nada mais interessa.
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Encontram ‘Flow’ e mais Leituras Criativas aqui…
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