Conhecem a música de Robert Johnson?
Garanto-vos que, se alguma vez ouviram o que quer que fosse de Blues, e dos géneros musicais que sofreram a sua influência, conhecem o cunho pessoal de Robert Johnson.
Depois de ver o documentário Devil at the Crossroads, sobre o qual podem ver o trailer aqui… inspirei-me.
Como eu gosto de uma boa história! E, este documentário é uma óptima história e um poderoso testemunho de uma época, e realidade cultural, que cunhou um povo. E… mais uma vez, este é Robert Johnson a influenciar todos aqueles em que a sua música toca… Como vão poder constatar se decidirem ver Devil at the Crossroads (na Netflix).
O que retirei do documentário sobre a sua vida? E, que paralelismos encontrei?
Podes ser um prodígio, inventar algo novo que irá influenciar todas as gerações vindouras e, no entanto, ser desconhecido para a maioria dos teus contemporâneos. Johnson é o epíteto disto.
Podes escolher viver a vida com a arte que desejas criar (que nos escolhe a nós), mesmo sabendo que essa escolha te levará à luta, à miséria, e/ou à loucura. Ou, podes seguir o caminho mais convencional, escolher as mesmas coisas que os outros todos, submeter-te à vida que deves ter e, no fim, enlouquecer na mesma.
É um caso de escolhe o teu veneno. Ou, como ouvi no outro dia (aqui…), podemos ser infelizes a viver a vida normal, ou podemos ser infelizes a perseguir o nosso sonho. É escolher.
A metáfora do cruzamento, e do pacto com o Diabo, para a escolha que temos de fazer, entre que sacrifícios suportar. Afinal, Johnson tirou o tempo para aprender. Dedicou-se e superou todas as expectativas. Tanto que, reza a história, só um pacto com o Diabo explicaria a melhoria da sua técnica.
Os cruzamentos implicam escolhas e, escolher uma vida de arte em detrimento de outras partes da vida, são opções com consequências. Johnson abdicou da família pela sua música e, no fim, perdeu a vida pelos hábitos que tinha. Mas, qualquer uma das escolhas, iria ter consequências. Uma família que exigia o sacrifício da sua música, ou a sua música que sacrificou a permanência com a sua família. Escolhas e males… Resta saber que mal escolhemos ter na vida.
É difícil superar o estigma social quando a arte ocupa uma parte tão proeminente da vida dita normal. Há sempre aqueles que nos julgam. É deixá-los julgar. Afinal, faças muito ou faças pouco, tudo pode ser alvo de crítica.
Mas, para mim, a lição mais relevante: Se largares tudo por um ano (ou um período de tempo largo) e te dedicares à tua arte, com um mentor, estudando-a, praticando-a com total devoção, vais progredir. E, quem sabe, ir de falhanço monumental a inventor de algo novo e difícil de imitar.
Acima de tudo, acredito que…
a miséria humana atenua-se com arte. Share on XOs sofrimentos, as provações, o amparo, o alimento que nos sustém… praticar a nossa arte, seja ela qual for, é um sistema de suporte para aguentar as provações.
Mas… do que estamos dispostos a abdicar para atingir a grandeza?
Mesmo que digam que a arte não implica abdicar sabemos que, ou escolhemos gastar o tempo numa coisa, ou noutra. Ou aperfeiçoamos isto ou aquilo. Ou ganhamos coragem e resiliência ou vergonha e desistência.
De qualquer das formas e, seja qual for a escolha que temos de fazer, a música (e a vida) de Johnson pode ajudar…
[cryptothanks]