Agora que saí da NaNo Land, sem ter saído da Terra de ‘Fogo e Gelo’, volto ao meu esquema normal de gestão de tempo. E, o que significa isto?
Aqui, na Sara’s Land, as primeiras horas matinais são dedicadas a rituais que incluem escrever as Morning Pages, um Daily Planner e Bullet Journal, entre outros rituais mais sucintos, como uma prática de gratidão, que estão integrados nos ritmos de cada dia.
Tal como no dia 01.11.2020, em que decidi sacrificar as morning pages pela prossecução de um primeiro rascunho de “Fogo e Gelo”, a dia 01.12 voltei à secretária para os rituais do costume.
Mas, o regresso à normalidade das práticas diárias tem colocado dois constrangimentos:
O primeiro foi a descoberta que não dispenso o tempo necessário para as morning pages. Porquê? É simples, não funciono bem sem elas.
Para mim, as três páginas de fluxo de consciência, não editadas, manuscritas, logo pela madrugada, são o sítio onde resolvo ou, pelo menos, articulo formas de solucionar, o que me preocupa no momento.
Se não usam este método de desbloqueio, aconselho que experimentem. A princípio é esquisito mas, se ficarem com o ritual até este se transformar em hábito, garanto que começam a ver os resultados. E, não são resultados na produção de páginas mas resultados em todos os aspectos da vida.
O segundo constrangimento é a descoberta de que, uma vez findo o NaNoWriMo, o espaço para as morning pages ocupa a quase totalidade do espaço de escrita matinal.
Começo a compreender que escrevo três páginas que representam o dobro, dado a letra miudinha que executo quando escrevo neste formato… preciso afinar isto.
Mas, também está relacionado com o tempo que levo a escrever TUDO. Média de 8 a 10 palavras por minuto, quando escrevo ficção, de acordo com o contador oficial do NaNoWriMo. Sou uma escritora caracol o que não faz mal, só preciso de me adaptar à ideia… o que também leva muito tempo.
Claro que não possuo um contador para as morning pages pelo que não sei quanto produzo (não posso usar aqui esta palavra porque não se trata de produzir palavras…). Não importa Quanto escrevemos.
Enfim, continuo com as questões do costume: Onde encaixo o tempo para escrever o manuscrito? Como faço uma gestão de tempo decente? Como organizo o trabalho suplementar que necessito enquadrar no meu dia? Entre outras considerações.
Sei que não vou comprometer as morning pages. Sei que preciso reorganizar as rotinas matinais. E, entretanto, descobri uma sugestão muito interessante que pode ajudar nisto…
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Daqui até descobrir Ada Palmer foi um instante. E, deste nome (numa excelente abordagem Introdutória à Ficção Especulativa) até ao seu texto ‘Healthy Work Habits Covid 19‘, foi outro pulinho.
Neste texto há uma parte que diz:
Dá as tuas melhores horas às tarefas mais importantes.
E, depois prossegue com uma curta explicação do que isto significa e um exercício que podemos empreender para descobrir quais são, de facto, as nossas melhores horas.
Claro que, no momento em que me encontro, abracei o desafio.
Adoro rotinas. Odeio rotinas.
Sei que preciso de uma amplitude de espaço para descobrir coisas novas, para seguir impulsos criativos, para encaixar actividades que não pretendo fazer todos os dias.
Contudo, sei que preciso encaixar uma prática consistente de tarefas relacionadas com a escrita ficcional que não são a própria escrita em si, apesar de também precisar de tempo para ela.
Com a Sincronia Universal a funcionar, cruzei-me com o artigo de Steven Pressfield “Practice = Professional” que podem ler aqui…
Neste momento, encontro-me a registar as ínfimas actividades diárias que me sugam o tempo para o vórtex do “hoje, não fiz nada de útil“.
Depois de saber onde ando a dar uso ao meu tempo em pormenor, e onde as actividades que requerem menos atenção (sacaninhas) se escondem, vou trabalhar no resto do exercício. Este implica descobrir quais são as minhas melhores horas, aquelas em que sou de facto mais produtiva, e juntá-las às actividades que precisam que eu esteja a 100%… vá! 99% porque a idade já pesa…
E, assim prossigo a perseguir estratégias que me permitam gerir melhor o meu tempo. Convicta de que consigo encaixar tudo o que é preciso, para fazer um fecho conveniente de 2020, e um início de 2021 como desejo. Com noção do que preciso incluir no meu horário por nível de atenção necessária a dispensar.
E, sempre inclinada para tornar tudo numa micro-experiência social/pessoal.
Um Desafio! Mesmo como eu gosto.