Junho veio e Junho foi. (Recorda-me o início de uma música que começa assim “madness comes and madness goes…”)
Julho chegou cheio de sol e possibilidades de libertação precária de um vírus que nos mantém a (quase) todos sob o seu jugo. E…
… Meio do ano é tempo de??? Revisão Semestral!
E, não. Não me refiro à viatura automóvel… apesar de, também, ser o caso.
Se as férias são o momento para ponderar como abastecemos o nosso interior criativo são, também, o momento para averiguar o que andámos a fazer, desde a última vez que nos propusemos a planear os meses que se iriam seguir.
Circunstância esta que, para mim, acontece por volta do final de cada ano. E, quando possível, a meio do dito, em junho, julho ou agosto… por vezes, setembro.
Um exercício de persistência, e dificuldade, em especial para aqueles (como eu) que sentem sempre que andam a correr atrás de uma qualquer forma perfeita de melhorar práticas, e estabelecer rotinas, e manter a procrastinação ali bem ao longe.
Aqueles que precisam de todas as gramas de força de vontade para aparecer para os projectos mais importantes e, por vezes, menos apetecíveis de enfrentar no dia-a-dia.
Assim, Julho veio e, com ele, a minha necessidade de ponderar certas questões.
Alimentada por um artigo escrito para o blog da ManifestaMente (sobre Autocuidados com Criatividade, onde contemplei como me servem as práticas criativas que adoptei em resposta a uma série de obstáculos e contratempos pessoais e bloqueios à minha escrita)…
… juntei o facto de precisar de mudar de journals (bullet point journals e caderninhos A5) e, dei comigo a assimilar a ideia de que precisava de qualquer coisa para relembrar o que se passou de importante no primeiro semestre do ano.
Não basta escrever.
Ou seja, não basta arranjar uma série de blocos, cadernos ou diários, e ir apontando o que preciso apontar a cada dia. É preciso fazer uma leitura crítica. É preciso compreender o que está a funcionar e o que deixou de ajudar. É preciso contemplar o que se fez, e decidir para onde orientar o barco, qual o rumo a seguir, acompanhado pela a nossa bússula, face aos obstáculos que existem no caminho.
Assim, defendo estas práticas com uma margem de manobra ampla mas fixa. Sei que, nos dias em que não lhe dedico a minha máxima atenção, são dias em que sinto que perdi algo de mim. Algo que não vou recuperar.
Tudo o que não aponto, perco, ou arrisco-me a isso. Facto que é uma absoluta verdade, no meu caso. Se não me recordo do que comi ontem ao almoço, o que direi do documentário que vi em Janeiro ou Fevereiro!
Olhando para tudo o que apontei nestes primeiros seis meses de 2021, o que aprendi, o que vi, o que criei, o que pensei… descubro que arranjei uma forma de manter a melhor parte do que vivi. Relembro o que aprendi, e usei, para construir o que se materializou.
Dedicar o meu tempo a este tipo de escritos faz sentido?
SIM!
Usei os meus espaços para construir coisas que me servem em mais do que uma dimensão. Actividades que dão propósito à minha actividade criativa. Orientações para a pessoa que sou e aquela que almejo ser.
E, o melhor exemplo que posso dar, neste ponto do argumento, é este aqui:
NaNoWriMo em 2020 viu nascer o primeiro rascunho de “Fogo e Gelo”…
Se não me interessasse por desafios deste género, teria menos quatro manuscritos na gaveta virtual. Quatro histórias a menos em que pratiquei a arte da escrita.
#The100DayProject2021 testemunhou o aparecimento de #Impromptuarium que, no seu decorrer, alimentou três novas ideias para escritos: ficção longa, contos e poesia.
Se não tivesse participado em dois desafios anteriores do #The100DayProject, nunca teria testado a minha resiliência e, finalmente, desenvolvido um projecto de Escrita com ele.
Durante os primeiros (difíceis) seis meses de 2021 descobri que posso orientar a minha prática criativa e não perder a motivação para persistir, mesmo se o mundo me envia uma pandemia (a sério?!) para lidar.
Kudos a todos os que lidam com os efeitos assustadores desta pandemia sem comprometer aquilo em que acreditam.
Não digo que estamos todos no mesmo barco quanto às consequências, mas estamos todos em barcos com diferentes tamanhos de buracos… e, sem forma de os vedar.
Agora, é tempo de decidir onde residem as metas para o segundo semestre de 2021. O que não é uma tarefa mais fácil do que avaliar o que andei a fazer…
Não vou contar segredos sobre projectos no forno. Isto porque os electrodomésticos nem sempre resistem ao tempo que precisamos deles… e, sou um bocadinho supersticiosa com isto.
O que vou partilhar convosco, numa curta série de artigos, são as ferramentas que usei para me manter activa, produtiva e positiva (quem?!?! eu?!?)
Começo por:
#Desafios em 2021
Artigo onde proponho que olhem para os desafios e procurem o serviço que eles nos apresentam.
# Projectos que iniciei
Projectos derivados dos desafios, directamente ou por interposta actividade, que servem a nossa criatividade.
#Recursos utilizados
Relembrando aquelas ferramentas que podem fazer a diferença e marcar o sucesso de um projecto.
Numa curta série de artigos, que se propõem a incentivar uma abordagem mais racional para com a actividade criativa que necessitamos, proporcionarei algumas ideias que espero vos possam ajudar nas vossas práticas criativas.
Adaptem-nas aos vossos ritmos. Usem-nas tanto quanto quiserem.
E, coloquem perguntas, se assim desejarem. Responderei assim que puder, da melhor forma que souber, como sempre.
Obrigada e Até Breve!
…
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Gostei mais do blogue que do YouTube.O blogue está com um toque mais pessoal e em português. Assuntos de livros e textos e duvidas de criatividade existencial existe muito em inglês. Mas português é uma raridade. Eu pelo menos tenho dificuldade em achar..mas talvez seja eu. Até achei interessante o titulo /questão que navegou na minha mente durante umas semanas sobre a diferença entre artesão e artista…conclui numa perspectiva posição social e conhecimento cultural que a diferença do trabalho de cada uma das actividades /profissão. O texto já vai longo para dizer gostei do blog. Se me permite deixo a com uma sugestão que me parece pode ajudar. Um livro “you are the brand ” de Mike Kim. Desculpe a minha ousadia na sugestão. Ignore se achar que fui excessiva. Faço questão de seguir o seu blogue gostei dos assuntos que por aqui publica.
Com simpatia,Dora G.
Com simpatia
Olá, Dora.
Fico muito feliz que tenha gostado do blog, e estou sempre receptiva a sugestões e ideias. Quando comecei este espaço não havia, praticamente, nada em português para escritores iniciantes. Vou procurar o livro que sugeriu e agradeço imenso a sugestão.
Quanto ao YouTube, estou mesmo a começar e ainda será “tentativa e erro” até descobrir a fórmula que funciona para mim.
Fico a aguardar outras sugestões 😉
Obrigada e até breve!