Nesta pausa de Domingo, pergunto:
Conseguimos desligar de tudo e responsabilizar-nos por aperfeiçoar a nossa arte?
Esta semana que passou foi… intensa. Um aniversário. Quatro bolos. Presentes. Feriado. Médicos e consultas. Outras coisas difíceis… e, esforços para chegar a todo o lado…
Em simultâneo, continuo focada em descobrir aquelas coisas que me ajudam a procurar as respostas para a minha arte/vida e a manter-me responsável pela minha criatividade.
Esta pergunta, ‘consigo responsabilizar-me por aperfeiçoar a minha arte?’, tem sido uma constante, mas durante esta semana, tomou uns contornos mais definidos.
O que significa responsabilizar-me por aperfeiçoar a minha arte?
O que significa foco impenetrável no que preciso fazer?
O que significa responsabilizar-me pela minha vida criativa?
O que significa desligar de tudo?
Que contornos são estes que a vida criativa exige? Ou será a Vida de um modo geral?
Não faltam discursos motivacionais, indivíduos que apregoam as técnicas, exemplos do que uma vida dedicada a algo pode ser. É só procurar na net, numa rede social ou no feed de vídeos habituais e descobrimos um monte de gente a apregoar o que temos de fazer.
E, eu que só desejava que este processo fosse mais natural!!!!
Mas, e se nunca nos ensinaram a sermos assim? E se, no fundo, não acreditamos que seja a falta de empenho a fazer a diferença? E se, conseguimos ver o que podia ser, mas não conseguimos concretizá-lo?
Esta são perguntas para as quais não tenho resposta.
E, também me relembro, constantemente, que é possível crescer desta forma. É possível dedicar-me de verdade às minhas artes. É possível viver com estas práticas como parte integrante da minha existência diária.
E, no entanto, os dias não são todos iguais. A saúde não é uniforme. As surpresas, e mesmo as ocasiões planeadas, tendem a tomar controlo de tudo… mesmo se encaixadas no quadrado do calendário apropriado. Gestão de tempo é uma utopia quando todas as horas do dia têm um propósito maior.
A nossa energia não é um fluxo constante, que nos permita definir e executar projectos, com o melhor resultado expectável, e ainda sobrar vontade para continuar.
O poço criativo tem de receber, para dele podermos retirar.
Na semana passada esculpi um poço criativo real, representação do figurativo do qual tanto falo… e adorei! Deixo-vos aqui a imagem:
Conheço bem qual é o sentimento de ‘Sinto-me responsável por tudo’. Tenho de aprender tudo, fazer tudo, tentar tudo… e, no entanto, a minha vida não é assim tão linear que me permita concretizar tudo.
Nunca foi. Nunca será.
Sinto-me responsável por tudo e, no entanto, sinto sempre que devia fazer mais.
Como nesta Pausa de Domingo, não haverá uma pausa efectiva (continuo na saga festejo de aniversário infantil), resta-me aproveitar os pequenos momentos para descansar, escrever qualquer coisa, aprender o que posso, com o que tenho ao meu alcance.
E, entretanto, pratico a arte de aperfeiçoar o bolo de chocolate decorado no tema ‘Encanto‘…
Boa tarde.
Gostei de ler as suas palavras, mas noto que me transmitem um ideia sobre si diferente do que a sua própria imagem, a que tenho aqui à frente, transmite. Há diferença? Onde é que está a diferença. Será que existe?
Boa tarde António, as imagens que fazemos dos outros são sempre incompletas.
Obrigada pelo comentário, espero que goste de ler os artigos.
Até breve!