Regressar às rotinas criativas em Setembro

regresso em setembro

O que é preciso para voltar às rotinas criativas? Apenas…

Quatro ideias.

No ano passado, escrevi isto aqui: Bem-vindos de volta!, com as boas-vindas a este espaço virtual, após uma espécie de férias alargadas. Em 2022, o plano para Agosto foi bastante semelhante ao descrito neste artigo mencionado. Assim se mantém, também, quanto ao plano para Setembro.

Depois de uma pausa tão esquisita, cheia de dificuldades com a saúde, com os objectivos desviados no seu percurso, e com a necessidade de compensar as experiências que não temos tido com a miúda devido às circunstâncias pandémicas…

Estamos de volta!

Voltar ao Trabalho Criativo

Se és daquele tipo de pessoa que deseja regressar às rotinas de que gosta, e começaste a pensar, e a planear, tudo o que queres fazer assim que o espaço-tempo continuum o permita…

… As listas de coisas para fazer, assim que regresses a casa, ou enquanto as férias se acabam, mesmo se em casa.

… As estratégias para atingir os objectivos que estabeleceste e que prevêem agora uma revisão, afinação e reforço, se necessário.

… As tarefas que necessitam ser executadas que possuem um prazo fixo, como as coisas relacionadas com o regresso dos miúdos às aulas.

Então, este artigo é para ti.

Se estiveres a passar por outras transições (com as quais desconfio que também me identifico) pode ser com apreensão, ou mesmo recusa, que encaras regressar à rotina.

Nestas circunstâncias, e tendo plena consciência das dificuldades que a vida nos proporciona, às quais podemos não ter capacidade para responder de forma construtiva, apenas posso partilhar o que repito para mim própria: Viver com o que tenho, com os momentos bons, e os menos bons, da melhor forma que me é possível e, ter paciência. Porque, também isto vai passar.

Agora, é tempo de rever, e focar-me naquilo que pretendo que os últimos meses de 2022 sejam… coisas para fazer, livros para ler, zonas de conforto para pôr a arder…

estratégias

Estratégias para um regresso à rotina

Neste regresso à rotina, fui obrigada a relembrar algumas estratégias que, acredito, possam ser-vos úteis:

  1. Introduzir o que gosto de fazer de uma forma agradável

Emparelhar o que gosto de fazer com aquilo que devo voltar a fazer. Por exemplo, ouvir um audiobook enquanto faço a limpeza/organização devida.

Voltar a ter um horário de deitar, e acordar, mais razoável para as responsabilidades diárias.

Ou seja, evitar o sentimento de ser, de repente e de forma abrupta e intolerante, atolada pelas coisas que tenho de fazer, introduzindo o que preciso de formas suaves e que me motivam a continuar.

Sendo propensa a overwhelm, e burnout, tento procurar uma produtividade mais saudável que me mantenha focada naquilo que é positivo, e ao qual adoro voltar.

Não sei se vos acontece mas, uma das características que tenho é que, por mais coisas que faça num dia, por mais actividades retiradas da lista de responsabilidades, por muito que trabalhe, nunca me permito lembrar o que fiz, ou o valor que essas acções têm de positivo, para mim, e para os que me rodeiam.

A forma de colmatar isto? Journaling. Apontar tudo o que faço, o que quero fazer, o que agradeço ter e fazer durante os meus dias. Esta é uma prática que não posso abandonar, nem sequer nas férias, pelo que simplifico, mas nunca deixo de fazer, o que nos leva ao segundo ponto…

2. Listas, listas, listas

Como sabem, sou dessas pessoas que fazem muitas listas e que, por vezes, teme gastar todo o tempo apenas a listar, enquanto resiste à acção em si.

Componho muitas listas e, por vezes, baralho tudo… mesmo com as listas. Outras vezes, a própria dimensão da lista, tolda-me a razão, o que não ajuda a atingir o propósito da coisa.

Mas, da mesma forma que componho, destruo. Às vezes, é preciso aceitar que certas coisas não vão acontecer e riscá-las, de vez, da lista… dos objectivos ou dos sonhos.

Este Verão arranjei um bloco que é a minha cara…

planners

Este azulinho, deitado aqui. No topo de cada folha lê-se “to do or not to do…” o que é perfeito para mim! Odeio sentir-me forçada ao que quer que seja e, esta frase, relembra-me que tudo o que coloco aqui é a minha escolha pessoal. E, é uma espécie de contemplação Shakesperiana sobre as obrigações da vida humana.

E, até fui mais longe, e acrescento mais umas palavras a cada folha, em jeito de contemplação dos desafios do dia…

to do or not to do

Esta é uma derivação do Método Bullet Journal (podem ler sobre isto aqui…) porque, apesar de ir mantendo listas de coisas a fazer no Journal do momento, preciso ter um lembrete visual, e imediato, daquelas coisas que preciso fazer hoje, sem ter de recorrer ao journal em si.

E, fico com uma lista do dia-a-dia, que ajuda a relembrar o que fiz no dia anterior e, através da qual, posso passar as actividades mais elaboradas para listas mais permanentes, e riscar aquelas que, uma vez feitas, estão fora da lista.

Também me permite riscar o item que vejo que nunca irei fazer… o que não faz mal!

Só não convém esquecer o que é imperativo fazer e que, porque não coloquei na lista, ficou por fazer… porque sou menina para esquecer.

Nota meio fora do assunto: Já vos aconteceu escreverem um SMS, acharem que tinham carregado na seta para enviar e, como não chegaram a enviar, nunca receberam a resposta… pela qual esperaram durante HORAS?!? E que colocou em causa uma série de coisas?! É… enfim… desconfio que o Universo teve os seus motivos.

3. Deitar ao lixo o que penso que os outros pensam

Sim, até podem pensar o pior, e o que importa isso? No grande esquema das coisas, o que importa o que pensam aqueles que não contribuem para o nosso bem-estar?

Ahhh e adoro a expressão “deitar ao lixo”. Com os cumprimentos da minha filhota que a diz amiúde.

Regressar às rotinas criativas implica não deixar que a ansiedade, e o medo, ditem as regras.

Neste tema, relembro as palavras de Elizabeth Gilbert neste vídeo e no seu livro “Big Magic” sobre o qual podem ler a minha opinião aqui…

Procuro focar-me naquela parte de “zonas de conforto para pôr a arder”. Mas, quero aprender, treinar, fazer melhor. Quero aprender a fazer isto tudo de uma forma que seja coincidente com as minhas artes e criatividade… pôr as zonas de conforto a arder e andar sobre as brasas.

O estado da nossa saúde mental é essencial e, sei que ´e um tema com que lidamos com maior frequência do que gostamos de admitir. Há muitas pessoas a falarem das dificuldades, por este mundo fora, e a pedirem ajuda externa, quando as estratégias internas deixam de funcionar. A saúde deve vir primeiro.

Posto isto, lido melhor comigo quando me trato com calma, e me dou o espaço para mudar de forma orgânica e devagar… bem devagar. Como diz o ditado “depressa e bem, não há quem”, o que me leva ao próximo ponto…

4. Mudar mesmo se bem devagar

Quando estava a aprender a conduzir um automóvel, nas aulas oficiais, recordo-me de ter dito ao meu instrutor algo como isto: “era tão bom que conduzir nos fosse natural, orgânico. Isto é muito complicado!”

Eu só desejava que a parte mecânica da actividade fosse natural, espontânea, uma espécie de conhecimento intuitivo e físico do que tinha de fazer. Claro que esta memória mecânica só vem com a prática, algo que entendi muitos anos depois. Mas, naquele momento, eu precisava começar, aprender, praticar bastante, à minha velocidade e sem pressão. Como tinha receio de praticar, levei uma década a atingir o ponto que desejava. Cheguei lá! Mas, tive de queimar uma série de pontes, preconceitos e zonas de conforto no processo.

Acho que aceito isto em mim. Digo que “acho” porque nunca sabemos quando o Universo nos prova a insignificância das nossas crenças.

Penso em tudo o que me assusta de uma forma muito exaustiva, sem qualquer pressa em avançar. E, por tradição, quando acendo o fósforo, para queimar o que fica para trás, não me arrependo, porque não tive pressa em decidir.

Nem sempre me agrada esta velocidade caracol mas, acredito que me tem servido bem. Afinal, escolher mudar é difícil, mas inevitável. Estar convicta da necessidade da mudança facilita o processo de mudar.

Esta frase acompanha-me neste momento de transição:

easy job

Sim, usei-a no meu outro espaço virtual: https://writer.sarafarinha.com/

E, aqui está! Podemos escolher o que quisermos mas, a verdade é que nenhum trabalho nesta vida é fácil. Os resultados que desejamos não nos são entregues numa bandeja de prata, não se materializam do nada e se manifestam em sucesso imediato.

Nope! Assumindo que somos capazes de ver com clareza o desafio, e que colocamos o esforço necessário, talvez consigamos obter parte daquilo que desejamos.

Por muitas vezes que nos tentem impingir que não é assim, que aquilo que aparentam é verdade, e que o sucesso é só facilidade, não é.

Exige esforço, clareza e dedicação, aperfeiçoados até ao ponto de parecer orgânico, natural.

E, são estas as 4 ideias em que me quero fixar:

4 ideias

Os projectos, a gestão de tempo, os recursos, e tudo o resto que é necessário para a actividade, alinhar-se-á desde que o nosso interior se mantenha forte e determinado.

E, por aí? Já regressaram das férias? Como planeiam regressar ao trabalho criativo? Que desafios encontraram no regresso? Comentem, em baixo, por favor…

Obrigada e Até Breve!

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Referências:

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