“Put Your Ass [where your heart wants to be]” de Steven Pressfield

put your ass

Gosto de ler livros sobre escrita. Livros com informação mais técnica, assim como, as obras inspiracionais.

Gosto de ler materiais sobre produtividade. Leituras com as formas de melhorar as minhas práticas, símbolo da dedicação, que precisamos dedicar aos projectos da nossa vida.

Adoro quando junto os dois temas se juntam, em combinações pouco habituais, o que é o caso deste  “Put Your Ass [where your heart wants to be]” de Steven Pressfield.

À semelhança de outros livros não-ficção deste autor, “The War of Art” e de “Turning Pro” sendo os que li, “Put Your Ass [where your heart wants to be]” é um pontapé *em zona corporal sensível*.

Para quem é esta obra?

O autor começa, desta forma, a esclarecer quem pode retirar algo de positivo e útil destas suas palavras. Escritores, artistas, actores, apresentadores de podcast, cozinheiros de Instagram, produtores de filmes, coreógrafos… entrepreneurs de todas as áreas.

Claro que Pressfield é um escritor de ficção e não ficção, em diferentes formatos é certo, mas a sua experiência pessoal vem da área de conhecimentos da escrita (juntando-lhe as partes de escrever para Hollywood).

Este livro é, com toda a certeza, para mim.

Mas, já não deve ser novidade nenhuma que me identifico com as teorias de Pressfield sobre Resistência, trabalho criativo e dedicação às nossas artes, pelo que é claro que sou público para este livro.

show up

Usar “rabo” no título não é um bocado grosseiro?

Para todos aqueles que trabalham sentados, como no caso dos escritores, é a alegoria perfeita.

Colocar o nosso traseiro no assento significa fazer o nosso trabalho criativo.

De que fala este livro?

Numa espécie de lista, digo-vos que este livro fala de coisas como:

Fala nas acções físicas mais básicas que nos permitem aparecer para trabalhar naquilo que gostamos.

Em mover-nos, por completo, para a área de trabalho em que desejamos fazer o nosso trabalho. Esta ideia tem vários significados ao longo desta obra.

No reconhecimento, e entrosamento, com a comunidade criativa e em geral.

Continuar a trabalhar, não importa o que haja. Não há contrapartidas para aparecer para aquilo que gostamos.

O compromisso que assumimos com o nosso trabalho. O compromisso emocional, psicológico e espiritual, para com o nosso sonho. O compromisso que não deixa dúvidas sobre o nosso empenho no trabalho.

O medo que nos acomete e dificulta os nossos processos e compromissos.

As mudanças que acontecem quando nos dedicamos ao nosso trabalho criativo. Até às respostas do Universo quando executamos a parte que nos compete.

Compromissos para a vida toda, porque não temos escolha, senão aparecer para o nosso trabalho.

self-empowerment

Os compromissos, responsabilidades e ideias sobre o que é a nossa vida e escolhas.

A dedicação ao trabalho e a separação dos nossos temas desse trabalho criativo.

Aparecer para trabalhar, porque é quem somos, e fazê-lo seja qual for a ideia que podemos ter da qualidade do projecto.

Viver no momento presente e eliminar todas as distracções desse espaço criativo.

Influenciar a Musa a comparecer quando nós comparecemos ao trabalho.

O reforço das práticas (e escolhas) e a importância de nos motivarmos a nós próprios, potenciando o continuar da actividade.

Aparecer em público com tudo o que temos. O compromisso para com nosso trabalho é total e absoluto.

Somos o melhor divulgador do nosso trabalho. Aceitar todas as facetas da profissão… incluindo branding e marketing.

Não falhar prazos e aprender a terminar os projectos, independentemente do que se passe.

Ego, Self e transformação.

E, mais umas quantas, e variadas, coisas…

our life

Opinião…

Sinto que fiz uma confusão ao listar todos estes temas, mas queria que tivessem uma ideia geral do que encontram nesta obra.

Em simultâneo, sinto que demonstro pouco aquilo que penso sobre um livro, em especial, quando acredito que o tema é sensível e sofre oposição. Sei quais os motivos que me levam a procurar salvaguardar-me disto… mas, vamos lá!

A ideia de nos colocarmos no sítio onde queremos estar, na profissão, na área, com as pessoas… é algo que faz sentido para mim mas que, em simultâneo, é aterrorizadora.

Quem nunca tremeu, só de pensar em aparecer para um trabalho muito pessoal, que é alvo de crítica?

Podemos ler, e acreditar, que tudo funciona melhor quando estamos dentro do grupo, que é como nós, com quem partilhamos coisas em comum. Difícil é fazê-lo. Em especial, quando o meio é pequeno e as comunidades fechadas, e não somos as pessoas mais extrovertidas do mundo.

Muito do que li faz sentido. Mas, é a parte dos sacrifícios que acredito ser a de maior realidade factual.

É difícil contemplar que não chegamos a todos os lados em simultâneo e que as nossas prioridades não vão corresponder àquilo que os outros desejam que elas sejam. Mas, a vida é nossa. O sacrifício também é nosso. Porque é que, sacrificar-nos para fazer aquilo que os outros querem, é melhor do que sacrificar-nos por aquilo que desejamos?

Sermos o profissional que desejamos ser, na área que queremos, a trabalhar no que gostamos, são ideias que me agradam e que procuro viver (com maior ou menor taxa de sucesso).

Neste livro, encontrei partes dos temas habituais, e encontrei reflexões exactas do que significa dedicar-nos a algo, independentemente, do que se passa à nossa volta.

É uma espécie de formulação de um mindset que, em conjunto com outras ideias, pode ajudar-nos a transitar do amadorismo intrínseco para o profissionalismo dedicado, daquele que aparece todos os dias para trabalhar, porque não tem, ou sequer deseja, outra opção.

Desta forma crua e, aparentemente, pouco polida de “colocarmos o nosso traseiro onde o nosso coração deseja estar” retiro lembretes importantes.

E, reconheço a ajuda em identificar o sítio onde, na nossa cabeça, se faz o clique que encaixa tudo no seu lugar. Mas, também este clique, precisa ser repetido todos os dias.

Aparecer. Sentar. Escrever. Criar. Trabalhar. Divulgar. Idealizar. Expandir… Todas estas são fases que se sucedem. São processos que precisam coexistir. São trabalhos vários que fazem parte do mesmo trabalho.

A Musa, o Universo, a outra Realidade e temas afins, são inexplicáveis e, como tal, passíveis de muitas interpretações. Pessoalmente, acredito que o trabalho criativo traz uma espécie de exploração contínua que aparenta ser inspiração divina. Como não tenho provas de nada, voto nos desígnios misteriosos do Universo e das coincidências. Mas, a cada um, as suas crenças.

E, estas foram algumas das ideias que trouxe deste “Put Your Ass [where your heart wants to be]” de Steven Pressfield.

Classifiquei com 4 estrelas. Aconselho a todos os que pretendem descobrir o que é preciso para se dedicarem a uma actividade com tudo o que têm.

Obrigada e Até Breve!

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Referências:

2 comentários em ““Put Your Ass [where your heart wants to be]” de Steven Pressfield”

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