Atravessar portas e Escrever sem Expectativas

escrever todos os dias

Olá a todos! Sejam bem-vindos a este blog.

Aparentemente, e mesmo saltando as datas de publicação de alguns dos meus projectos mais públicos (como este blog, os outros blogues, ou o meu canal no YouTube) não consigo fechar estas portas.

São para mim portas, através das quais passo, quando preciso articular alguma coisa, nesta minha experiência de vida criativa.

Nop. Não é terapia. Apesar de, por vezes, ser bastante parecido.

Afinal, farto-me de escrever quase tudo o que me passa pela mente, e fico à espera de receber uma resposta universal, que me ajude a ver o assunto com outros olhos. Resposta essa que nunca chega na forma que eu desejava.

Terapia. Tal e qual.

Depois temos toda a Outra parte divertida de fazer isto.

Escrever para estes projectos é divertido.

Escrever as frases acima proporcionaram-me bastante diversão.  Por vários motivos. Não apenas pelo paralelismo feito, porque esta relação é algo em que, por vezes, penso. Mas, pela noção das possibilidades que a necessidade/falta de uma resposta universal contribui para esta escolha que fiz.

Esta escolha que fiz: escrever.

Mesmo que esteja, constantemente, a perguntar-me:

“Porque faço isto? Porque escrevo aqui? Ninguém tem paciência para ler estes artigos. Levam cinco segundos, se tanto, e a janela fecha-se para o mundo. As pessoas preferem curto e rápido.”

Eu própria passo muito tempo a obrigar-me a dar atenção a uma só actividade de cada vez. E, falho. É uma luta constante que, provavelmente, tem mais falho do que conquisto.

No entanto, não me parece que vá abandonar Escrever para este blog, tão depressa.

Divirto-me à brava com os temas que escolho. E, sejam artigos mais instrutivos #recursosdoescritor, mais filosóficos #palavrassoltas, mais corriqueiros #pausadedomingo, mais criativos #vidacriativa e #desafioscriativos, ou mais literários #leituras e #recomendações… [Fogo! E as hashtags não acabam aqui]

… cada um deles traz-me qualquer coisa, e entrega-a a quem lê. Pelo menos, são as palavras que muitos de vós me fazem chegar, através de comentários, e por email.

Esta semana, assim como na semana passada, foquei a atenção na reescrita de um dos meus livros. Interessa-vos para alguma coisa? Não sei. Mas, suponho que ainda não. Neste momento, ainda é incerto se alguma vez sairá da minha gaveta virtual.

Mas, depois de uma pausa, demasiado extensa para meu gosto, descobri o meu caminho de volta para este manuscrito… que não foi escrito à mão (excepto no primeiro não-rascunho), mas foi teclado até ao infinito e mais além!

Adorava numerar o rascunho. Mas, isso é, neste momento, impossível. Perdi a conta.

Depois… e, voltando à execução este artigo, segui a discursar sobre o que vejo aparecer neste nosso mercado nacional. Sobre o que vejo no Internacional. Apaguei tudo. Não irei partilhar os meus azedumes convosco. Não sei nada, e nada sei, sobre as vidas dos que se profissionalizaram no mercado literário em Portugal.

Só posso falar por mim, da minha experiência pessoal com a actividade da escrita, e as minhas esparsas publicações. Porque Publicar é todo um outro animal muito diferente de Escrever.

Aquilo que vos posso dizer é que reencontrei algo em mim. E, segui para a reescrita de algo que, não obedece a nada do que seria expectável, ou sequer desejável para este mercado com o qual convivo.

Fast forward nesta conversa que nada acrescenta de construtivo (e não foi para isso que vieram aqui)…

E escrever? Fazem-no? Todos os dias? É isso que são? Que somos?

Nada vem sem esforço. Nada que valha a pena nos é entregue, sem ser preciso retribuir em quantidade, e qualidade, sempre reflectidas no preço que pagamos.

Nada.

Ficar à espera que as probabilidades cresçam a nosso favor não funciona.

Entregarmo-nos a todos os erros que podemos cometer pode soar apelativo.

Ignorar a actividade essencial, em prol das acessórias, que não nos acrescentam valor real é, simplesmente, idiota.

E, não na versão “ter muitas ideias“, que os Dicionários decentes incluem na sua definição do termo, mas só na de pateta-o-parvo.

Assim, pus em espera todos esses projectos acessórios, e encontro-me a trabalhar numa versão mais focada na minha escrita, e nas minhas responsabilidades para com ela. Mas sobre isto, também suponho que não queiram saber mais.

Na semana passada escrevi algumas ideias sobre isto, no artigo És minha. responsabilidade

Esta semana, ignorei os artigos habituais de início do mês e escrevi o presente. E, se leram até aqui, espero que retirem dele o meu incentivo à vossa dedicação à actividade criadora em si. Espero que…

Sejam a vossa maior inspiração.

Não percam tempo a encher chouriços, a adicionar ao produto que somos para as redes sociais, a focar nas actividades erradas. Em tudo o que é de borla, o produto somos nós. Aqueles a quem a atenção é exigida. Não dada.

Neste momento, até jogar no telemóvel soa melhor do que publicar nas redes sociais, à espera de um retorno impossível de acontecer.

Perguntem-se: Retorno do trabalho que não faço?

A nossa Missão, caso decidamos aceitá-la, é:

Reunir todo esse tempo, e esforço, e colocá-los na actividade essencial: Escrever.

Ou pintar, desenhar, esculpir, bordar, construir, cozinhar… ou, qualquer outro, que seja o vosso sonho criativo.

Porque, neste espacinho virtual, eu decido que porta uso. Aqui, contemplo que ideia poderá, hoje, mudar o meu mundo. E, com sorte, contribuo para vos inspirar.

Obrigada e Até Breve!

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2 comentários em “Atravessar portas e Escrever sem Expectativas”

  1. ….e fazes tu muito bem em escrever. Nem todos nós só lemos coisas de cinco segundos.
    Adicionando algo ao que escreveste (ou talvez dizendo o mesmo, mas por outras palavras): acredito muito que todo o see humano será mais feliz quando cria mais do que consome. Há uma clara alegria em mim quando estou a escrever muito ou a compor música. Lá está, como tu dizes e bem, não importa o que seja, mas há que criar. Todos nós podemos criar algo. Podemos e devemos.
    Continuação de boas criações.

    1. Olá, Cláudio.
      Felizmente, por vezes consigo dar mais do que cinco segundos de atenção a livros 😂😂😂😂 mas, por vezes, sou obrigada a obrigar-me a desligar os aparelhos à força 😂😂😂. E, sim. Acredito que somos felizes, de uma forma muito mais recompensadora, quando estamos a criar algo. Mas também sou uma grande consumidora de histórias formatos vários. Acho que faz parte das nossas facetas de contadores de histórias.

      Obrigada pelo comentário,

      Até Breve!

      Sara

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