
Olá! Sê bem-vindo a este [diário de bordo].
Neste artigo (de regresso para um novo ano), convido-vos a contemplar a facilidade com que se criam expectativas, e a necessidade concreta de fazermos o trabalho que envolve dificuldades.
É fácil desejar algo. Mas, colocar o tempo de trabalho que é preciso, para concretizá-lo, é difícil. Fazer o difícil é necessário. E, é a condição sem a qual não se alcança o que se deseja.
É, também, a condição para nos sentirmos felizes e realizados. Aquela sensação de se superar até as próprias expectativas e de fazer algo que considerávamos difícil, senão impossível, de atingir… como escrever 100 000 palavras e, voltar a fazê-lo uns meses depois.

Garanto que, é difícil não fazer aquilo que é mais fácil. Como faz sentido.
Considerem: é fácil passar duas horas num scroll down infinito, numa qualquer aplicação de telemóvel. É difícil ler um livro de História, ou Filosofia, e retirar ideias importantes, nessas duas horas. A escolha que fazemos traz sentimentos consigo. Sentimentos que, podem ser agradáveis, ou do pior que há.
É a definição de “fácil” aquilo que não exige esforço, algo que não nos traz dificuldades, tudo o que nos chega, sem termos de oferecer algo de importante em troca. Contudo, há que reflectir… se é fácil, talvez estejamos a oferecer-nos a nós próprios em troca (volto ao exemplo do doom scroll).

Claro que, aquilo que é fácil para alguém, pode ser o impossível para outro. Ou, o que parece fácil, quando visto de fora, pode ser a escolha mais difícil. No entanto, há facilidades mais perniciosas, do que a prática que leva à facilidade de execução, de um trabalho difícil.
Ponto final na teoria ‘Tudo é relativo’. E, ponto final na dúvida sobre o que escrevo neste espaço virtual. Porque, aceitar a dificuldade, e trabalhar para a transformar em hábito é uma necessidade. Posto isto, repito:
Olá! Sê bem-vindo a este [diário de bordo].
E, seguindo o conselho de Nietzsche: sê tu próprio. Retirando das tuas expectativas tudo aquilo que não és tu. Nietzsche deu com umas coisas e, nesta frase, é preciso atentar ao conceito de “consciência”.
Com tanta influência, e controlo, por parte de outrem (Olá, social media!), é difícil alcançar tudo isto.
Estas foram alguns conceitos, que me acompanharam, e sobre os quais pensei com afinco, nos últimos meses: expectativas; dificuldades; necessidades; auto-controlo; relativização e empenho.

Dou início ao novo ano… ou, ao segundo semestre de 2025. Não planeei passar tanto tempo sem publicar aqui. E, nem posso dizer que tenha sido o ciber-ataque que, elas — o sarafarinha.com em dupla com o writer.sarafarinha.com — foram alvo.
Porque, dias houveram em que, entupiram os blogs com registos de spam sem qualquer hipótese de manter os espaços online, sob pena de bloquear todos os equipamentos.
No entanto, a crise foi resolvida. Mas, não foi fácil.
Também, não posso afirmar que fiz um hiato de férias, porque estava a precisar da pausa. Não! Acho que a inconstância no plano de publicação faz parte do charme dela, e de quem lê o que escrevo aqui. Porque escrevo sobre o presente, sobre o que me acontece agora, algo que nunca é fácil porque… bom, afinal é o presente, que nem sempre é Um Presente.
As pausas, para mães, são trabalhos acrescidos.

Igualmente, descobri que havia motivos para tão pouca energia (um verdadeiro slump pessoal que recuso chamá-la pela grande ‘D’), e uma necessidade mais premente de cuidar de mim, e da minha saúde. Dois meses depois, reconheço que não tinha noção dos desequilíbrios vitamínicos, até serem um grande problema… ou vários.
O que eu posso dizer, é que fui ali cuidar de mim, da minha saúde, da minha escrita, da minha leitura, e de tudo o que me pareceu essencial à vida, e que estou de volta com algumas ideias novas e, outras, reorganizadas de formas mais relevantes… nunca fáceis. Porque, para ser relevante, não pode ser fácil.
E, com a noção que não há finalidades, apenas continuidades, e uma permanente viagem na montanha-russa que é a vida.
[Curiosidade: porque se chama montanha-russa? Porque, descende dos passeios de trenó, no gelo, em São Petersburgo. E, diz que, um dos exemplos mais antigos (séc. XVII), nasceu em Seia, na Serra da Estrela, com estruturas de madeira, assentes em gelo, trazidas para Portugal por um grupo de refugiados russos.]
E, agora, é com muita expectativa e entusiasmo que avanço para outros momentos neste blog.
Por vezes, o que parece ser fácil, esconde o quão difícil é. E, como acredito que um escritor escreve, seja em que formato for — até listas de compras podem ser aceitáveis se, correctamente, coordenadas com a (uma) nossa história —, insisto em continuar a escrever artigos para este blog.
Não sei se alguma vez partilhei o seguinte aqui mas, por hábito, escolho o mês do meu aniversário para fazer uma espécie de avaliação de meio do ano. Como calha em Julho, vem mesmo no momento certo.
E, este ano não foi diferente. Aliás, em 2025, comecei a pensar neste grande momento de contemplação, e reflexão, sobre a vida, a arte, o trabalho, e uma miríade de outros temas mais pessoais, como um momento de Ano Novo. Como o início do meu novo ano.
Piadola: este ano, 2025, casei o dia de aniversário com a terminação anual — 25. Um belo número! E, este ano, decidi-me a pensar neste marco como um início. Um novo início. Não sendo o primeiro início, que a transição de Julho para Agosto vê pareceu-me, cosmicamente, apropriado.
Este espaço virtual irá continuar a ver artigos sobre Criatividade, Escrita, Desbloqueio de Escritor, Livros e Artes variadas.
Inspirar. Escrever. Publicitar e Publicar.
Este é o quarteto que tem orientado este espaço virtual e, assim, irá continuar.
E, como desejo sempre fazer o mais difícil (porque, vá!, não há trabalho mais inglório do que aquele que sentimos que é necessário, mas cujo retorno não é observável ou quantificável), vou procurar manter os temas simples, fáceis, mas sem serem para as massas… que é como quem diz, são para os espectaculares leitores interessados em criatividade, escrita e livros, e uma miríade de temas difíceis, que acompanham os criativos deste mundo.

Porque, não tenho qualquer ilusão sobre o aborrecimento que é ler um texto deste tamanho, sem um incentivo, claro e directo, sobre “tudo o que ele pode fazer por ti!”… tudo o que não fará, se não fores tu a fazer.
É difícil fazer o que quer que seja, quando não aceitamos o trabalho real que a actividade exige. Esperar resultados, sem colocar as horas de esforço, é ainda mais difícil.
Mas, do difícil se faz fácil e, até, aparenta ser simples. Por isso, cá estou eu a falar um pouco sobre algumas dificuldades, e a garantir que, por mais anos que passem, o que não passa é a vontade de fazer certos trabalhos.
O que aprendo, no meu Caminho de volta à Criatividade, e à Escrita, é partilhado convosco. Para que os vossos erros não sejam os meus. Para que a vossa motivação supere a minha. Para que os vossos resultados sejam superiores aos desejados. Para que, cada um de nós, tenha uma voz real, e a use, à verdadeira maneira dos escritores: com reflexão e transparência.

O que andei a fazer nestes últimos meses, e que seja digno do [diário de bordo]? Tantas coisas, sobre as quais não entrarei em minúcia aqui, mas que irei partilhando convosco, a seu tempo. E, com a calma e constatação de quem processou as experiências, e encontrou o Caminho de volta à concentração naquilo que é, de facto, importante.
Mas, mais sobre ideias, projectos, desafios, leituras e artes, nos artigos que se seguem.
Espero que se encontrem comigo aqui.
Obrigada e Até Breve!
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Viva, Sara!
Já me tinha passado pela cabeça, mais que uma vez, o que teria acontecido para uma ausência tão prolongada.
Foi com muito agrado que o Plim! no e-mail, trazia atrelado o nome Sara Farinha. Que bom.
Um bom regresso, então.
Das tuas palavras retenho, acima de tudo, duas ideias. O facilitismo do fácil e o Recomeçar.
Se dá trabalho, desiste-se. Envereda-se pelo caminho menos complexo, aquele que segue a direito, sem obstáculos que se constituem, na verdade, por aquilo que, no final desse percurso, nos dá o prazer e o orgulho em dizer: fiz o caminho mais difícil e consegui. Seja na escrita, seja na tal montanha russa que a vida é.
Recomeça-se, porque a isso se é obrigado, fruto de circunstâncias exteriores, ou porque a isso nos obrigamos, por sentimentos intrínsecos e pessoais. Se calhar, por vezes, até por ambos.
E, uma vez que (felizmente) insistes “em continuar a escrever artigos para este blog”, cá estaremos para os ler.
Até breve!
Olá, Ana! Obrigada pelas tuas palavras. É tão bom saber que a ausência destes pequenos artigos é notada 🙂
Recomeçamos, sim. Sempre. Obrigada pelos desejos e bom regresso, e desejo-te o mesmo, neste Setembro que é sempre de regressos.
Até breve!
Sara