E o segundo livro das Leituras de Férias levou-me a um tema mais familiar: Vampiros. (Gostava de lhe chamar pesquisa, mas a verdade é que ainda não me fartei do tema.)
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Ariella é uma criança que cresce sem a presença da mãe, e sem qualquer explicação para esse facto. O seu pai, um indivíduo meigo mas intransigente, controla toda a sua infância, proporcionando-lhe aulas em casa e monitorizando todos os aspectos da vida da sua filha.
Ao entrar na puberdade, Ariella vê-se confrontada com os aspectos da vida dita normal de outros jovens e começa a colocar em causa os motivos da sua educação super-protectora e do desaparecimento de sua mãe.
É na busca por sua mãe que Ariella descobre o que é e o que a distingue, a si própria e ao seu pai, dos restantes seres humanos.
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Os conhecimentos de Susan Hubbard, uma escritora de ficção e professora numa Universidade da Flórida, estão patentes neste livro de forma bastante agradável. A obra de Edgar Allan Poe, Oscar Wilde, Kerouac, os pensamentos do Dalai Lama e mesmo diversas expressões em Latim, povoam as páginas deste livro, sempre bem enquadradas, despertando o interesse do leitor.
É também de notar que, a maioria destes raciocínios carregados de referências, são transmitidos por uma criança dotada, uma quase-adulta que, em algumas das suas facetas já o é.
Este livro traz-nos uma nova perspectiva sobre os vampiros que, apesar de assentar em pressupostos que já conhecemos de outras páginas, introduz algo novo: a ilusão da normalidade.
Acentuando algumas das suas características e suavizando outras, vampiros e humanos coexistem numa uma obra de ficção muito bem-feita, simples mas não simplista. Gostei bastante da personagem de Ariella e da sua maturidade infantil, e achei que a obra tinha uma certa beleza inerente à história e aos locais onde esta decorre.
Deixo-vos uma citação particularmente engraçada:
“- Somos mais virados para os cereais, entendes? – disse Bennett. – Muesli, comida orgânica e afins. Não temos a mania da grandeza nem somos obcecados por princípios.
– Vivemos a vida com naturalidade – disse Dashay. – Vivemos e deixamos viver os outros.”
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