Passamos a vida a fazer perguntas. Perguntas para as quais desconhecemos as respostas. Algumas destas respostas, suponho que, nunca irei ter o discernimento para conhecer. Noutras, jogo com o B+C e arranjo uma explicação, mais ou menos conveniente, daquilo que poderia tentar explicar o que ocorre.
Tal como a grande maioria das pessoas, por esse mundo fora, temos sido assolados por perguntas sem resposta. Perguntas como: O que é? Porque aconteceu? É seguro? Como resolvo consequências? O que faço? O que não faço? O que preciso? O que quero? O que não desejo?
Na sua génese, não são perguntas diferentes daquelas que costumamos fazer quando as circunstâncias não estão, tão directamente ligadas, ao facto de desconhecermos muito sobre o mundo natural do qual somos parte.
Ou seja, fazemos perguntas grandes e complexas, sobre a realidade poderosa e complexa, e esperamos respostas assentes em pedra, e definitivas, para aquelas coisas que nos preocupam.
Sobre isto, “descobri a resposta perfeita”:
“… be patient towards all that is unresolved in your heart and to try to love the questions themselves (…). Do not now strive to uncover answers: they cannot be given you because you have not been able to live them. And what matters is to live everything. Live the questions for now. Perhaps then you will gradually, without noticing it, live your way into the answer…” “Letters to a Young Poet” Rainer Maria Rilke
Traduzindo: “…sê paciente para com tudo aquilo que não está resolvido no teu coração e tenta amar as perguntas em si próprias (…). Não procures descobrir respostas: elas não te podem ser dadas porque ainda não foste capaz de as viver. E, o que importa é viver tudo. Vive as questões agora. Talvez, assim possas viver, gradualmente e sem dares por isso, o caminho até à resposta.” Rilke
Nos últimos dias de 2020 é tempo de olhar pela janela, contemplar o que foi feito e aquilo que desejamos viver em 2021.
Este ano, ao contrário dos últimos, tem sido particularmente difícil fazer um resumo do ano que acaba e projectar o ano que lá vem. Tenho demasiadas perguntas para amar, suponho.
Como não há falta de exercícios de fecho de ano por essa blogosfera fora, vou-vos poupar o meu… sobretudo quando, neste momento, sinto-me pouco inclinada para procurar limites, prazos ou definir aquilo que não tem definição… ou explicação.
Assim, desejo boas idas a 2020. Foste, de facto, um ano memorável.
E, digo OLÁ! a um 2021, que se encontra a poucas horas de se manifestar.
Desejo-vos uma Passagem de Ano em Paz, com Saúde e Amor. Fiquem em segurança e tão bem dispostos quanto vos for possível.
Diz que, este ano, nem a Lua Cheia em Caranguejo nos ajuda… quer dizer, depende, se gostam de extremamente emocional e complicado.