Escrever ‘Emoções’

emoções

Olá a todos! Sejam bem-vindos a este blog.

Hoje, quero falar-vos um pouco sobre Emoções.

Não se assustem. Nada de lamechices e coisas do género!

Quando estamos sob o jugo de uma emoção poderosa é complicado ver algo para além do que está, imediatamente, à nossa frente. Acho que todos concordamos que é assim.

Durante os nossos dias, cruzamo-nos com situações que nos provocam emoções fortes. Raiva, Amor, Ódio, Desprezo, Respeito, Nojo, Medo, e por aí fora.

A forma como respondemos a esses sentimentos, como os aceitamos ou agimos em seu nome, como os escondemos ou desvalorizamos, como os observamos ou apenas os dispensamos como conseguimos, fazem parte da nossa personalidade. Fazem parte da pessoa que somos.

E, cada um de nós vive-os de uma forma muito própria. Respondendo ou ignorando-os num reflexo de quem somos.

Quando construímos uma história estamos a construir (ou a tentar) uma poderosa experiência emocional. Há uns tempos escrevi um pouco sobre isto neste artigo aqui: A importância de uma Poderosa Experiência Emocional.

É envolvendo o leitor, agarrando-o através das suas emoções que captamos e mantemos a sua atenção e, por isso, que tornamos possível que leiam os livros que escrevemos.

Quando estamos a escrever uma história somos uma só pessoa, encarregue de desvendar dezenas de reacções emocionais de cada uma das personagens que construímos.

Sabendo da dificuldade que é colocar-me nos sapatos dos outros, como aquela história de…

não julgues

… e, apesar de me esforçar por sentir uma empatia, que nem sempre vem, preciso fazê-lo com as personagens que construo.

Mas, e se não conheço bem estas poderosas experiências emocionais?

E se não tenho experiência em observar, directamente, como os outros reagem às suas emoções? O que os leva a ser ou agir de determinada maneira? Como pensam, e porque pensam assim, nestas ou naquelas circunstâncias?

Como posso descrever, e mostrar, a imensidão complexa das suas reacções emocionais, se não as conheço ou compreendo?

As três acções que ajudam a trabalhar este aspecto são:

Escrevermos muito. Muita prática equivale a aprofundar o que colocamos na página. Escrever muito é a forma como aprofundamos os conhecimentos sobre tudo o que escrevemos.

Ter larga experiência de vida. Podemos fingir muitas emoções, mas quando as conhecemos em primeira mão?! Não há saber mais profundo do que aquele de quem o sentiu na pele.

Ser observadora e procurar compreender, cientificamente, as raízes dos comportamentos e as emoções subjacentes.

Muitos estudos foram já feitos sobre comportamentos, psicologia, emoções… há vários compêndios dedicados a estes assuntos, incluindo alguns que nos ensinam a extrapolar o que estamos a ver fisicamente, com aquilo que a pessoa está a pensar, ou os seus motivos por trás de uma expressão facial, um olhar…

A Roda dos Sentimentos, sobre a qual escrevi aqui… mostra-nos as ligações entre as grandes emoções e a míriade de emoções que derivam delas. Este é um atalho que podemos tomar quando precisarmos de garantir de uma reacção de uma personagem se adequa ao que se está a passar.

No entanto, é quando estamos a viver uma grande, e poderosa, experiência emocional que a compreendemos de facto.

E, apesar de desejar que assim não fosse, pois isto significa muito de coisas que nem sempre desejo sentir, a verdade é que faz parte da minha obrigação tomar atenção ao que estou a viver e a sentir.

E, não apenas porque esta é a minha vida, a minha existência, mas porque mais tarde irei compreender o que se passou de uma outra forma e, definitivamente, irei servir-me disto que sinto para compor histórias um bocadito melhores, mais poderosas, mais cativantes. Ou assim o desejo.

Que pelo menos a arte justifique alguma da irracionalidade desta vida.

O que é, para vós, uma poderosa experiência emocional? Qual foi o último livro que vos tocou desta forma?

Obrigada e Até Breve!

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Referências:

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