Como escrever melhor?

escrever melhor

Olá a todos! Sejam bem-vindos a este blog.

O artigo de hoje é sobre a necessidade de encontrarmos estratégias que nos ajudem a escrever melhor.

Aceitar que necessitamos aprender a escrever melhor é um outro assunto, para um outro artigo.

Assim que passamos a etapa de aprender a escrever as letras, palavras e frases, vem a fase em que aprendemos a formar conjuntos de frases subordinadas a um tema, como composições, ensaios e trabalhos diversos. A seguir, surge o interesse por um formato específico de escrita, poesia, ficção curta, ficção longa, não ficção, e há todo um conjunto de regras ou orientações que precisamos aprender em cada parte deste processo.

Ao dominarmos estas bases, colocam-se outras questões, e notamos que sentimos uma necessidade de aprimorar os nossos escritos, de melhorar as fundações técnicas do que escrevemos, e de construir o nosso estilo pessoal através da prática incessante.

Aprender a Escrever é feita como qualquer outra aprendizagem, em etapas, direccionada para a posição onde nos encontramos, nesse longo caminho de prática.

Não há atalhos, corta-caminhos ou aldrabices, que encurtem a distância entre o iniciante e o escritor maduro. A nossa escrita revela tudo o que sabemos mas, acima de tudo, revela aquilo que desconhecemos com uma transparência fenomenal.

Qualquer entrosamento com outrem, no formato escrito, revela o que sabemos sobre a escrita. Qualquer inconsciência, inevitável, nesse contacto transparece.

[Sim, deixar um comentário numa rede social, sem usar vírgulas, faltando pontuação, sem fazer os cortes necessários nas diferentes frases, com erros ortográficos, e outras características que tais, revelam mais do que gostaríamos sobre a qualidade das bases da nossa escrita.]

Assim, há três estratégias que nos ajudam a guiar a nossa aprendizagem:

  1. Persistir no estudo das bases.

Muito há das bases que precisamos reaprender, relembrar, aceitar que mudou, ou tudo isto junto. Estudar as bases da escrita, da linguagem, da fonética, ou de qualquer outro ramo relevante, tendo em conta o que necessitamos saber, e as dificuldades que temos, penso ser essencial.

Neste momento, acompanho a minha filha no seu primeiro ano de ensino oficial. Ela aprende a escrever. Eu?! Eu pergunto-me o que aconteceu ao que aprendi, pois muito houve que esqueci.

E, ainda só me refiro a aprender ditongos, escrever em manuscrito ou contactar com a fonética… Estou para ver quando começar a gramática a sério.

Tenho ali uma gramática do Ratinho, comprei-a recentemente, é das que usávamos no meu tempo de ensino primário. Pondero, agora, investir numa gramática mais compreensiva. Seria uma ajuda simpática para as dúvidas que tenho. Mas só porque não sou como o outro,

[e esta é uma referência ao discurso de um político português, num cargo de poder, há uns anos atrás, que admitia “Raramente me engano e nunca tenho dúvidas“, sendo que passou muito tempo desmentindo a sua verbalização. Deixo um artigo com uma fonte da ocorrência).]

Eu admito que tenho dúvidas e, acredito que, estas não devem ser motivo de vergonha. Vergonhoso é esconder que não sabemos e recusarmo-nos a aprender. Por isso, acrescento que prefiro investigar as minhas dúvidas, do que ser apanhada a teimar nos enganos. Até porque sou muito teimosa.

2. Abraçar um estudo focado do material escrito por outros

Ler é determinante para aprendermos a escrever melhor. É essencial para contactarmos com a diversidade de géneros, temas e estilos de escrita que existem. É uma fonte inesgotável de conhecimento sobre a arte da escrita e não só.

Estudar aquilo que outros escrevem é determinante para melhorarmos a nossa escrita. E, não apenas através dos excelentes escritores que viveram ao longo dos tempos. Lermos o que os outros escrevem agora, no momento presente, ajuda a melhorar o nosso próprio entendimento da arte da escrita.

Há uns anos atr´ás, fiz parte de um grupo de escritores iniciantes, tal como eu, que pretendiam escrever e promover a literatura de ficção científica e fantasia em Portugal. É indescritível o que aprendi com eles. E, não me refiro apenas ao trabalho de revisão que eles faziam dos meus textos, identificando o que estava mal, mas também na leitura que eu fazia dos textos deles.

Senti que aprendia imenso quando lia os escritos de outros, como eu, porque via tudo o que funcionava, tudo o que não funcionava e como poderia sugerir que se alterasse para que ficasse a funcionar melhor. Uma capacidade que, muitas vezes, me falta quando corrijo os meus escritos.

A leitura crítica e orientada para a melhoria é, de facto, uma ferramenta essencial para melhorarmos a nossa escrita. Preferencialmente, por pessoas em quem confiamos (ou em quem aprendemos a confiar).

3. Praticar por uma quantidade indeterminada de tempo

Até percebermos o que estamos a fazer, como progredimos, e por onde iremos para melhorar o que escrevemos, é necessário escrever muito.

Muitos disseram que é preciso praticar algo por 10 000 horas, sensivelmente, oito anos de prática ininterrupta, até atingirmos um nível de mestria digno.

Digno de quê? Não sei. Talvez digno de não nos causar vergonha. Como escritora que passa mais tempo sem escrever ficção longa do que a escrevê-la, sei do que falam.

Vi todos os momentos em que, os saltos potenciados pela aprendizagem, me permitiram ganhar alguma confiança na minha escrita. Vi todos os momentos em que uma prática continuada me trazia uma fluência desejada. Vejo todas as horas que me faltam viver para praticar a minha escrita com algum grau decente de mestria.

E, com isto, quero apenas dizer que, gostaria de dedicar muitas mais horas ao acto da escrita de ficção. Porque sinto que preciso de toda a prática que conseguir.

Os livros escritos por prática vieram e foram. Construo agora outros, alargando para outros tipos de ficção longa, como séries. Mas não posso parar de querer aprender, de querer fazer, de praticar. Não contei as horas que passei a escrever para blogues, poesia ou outros géneros. Conto as horas que passo, porque quero escrever ficção longa, com o meu cunho pessoal.

Como escrever melhor?

Acho que estas três sugestões cobrem o essencial deste tema. E, esta é a visão macro da coisa.

Quanto à micro, sobre os conselhos específicos que nos ajudam a produzir um texto melhor, guardo-os para um próximo artigo.

Como estas são ideias sujeitas a uma maior desconfiança, até porque conhecê-las não implica que saibamos fazê-las acontecer nos nossos escritos (é só olhar para: Mostrar e Contar), vou escolher algumas das que penso terem maior impacto nos nossos escritos.

Sei que é difícil encaixar um estudo sistemático daquilo que precisamos aprender. Por vezes, é confuso e não sabemos por onde começar.

Mas, também sei que se usarmos uns minutos por dia, para o que quer que seja, e apareçamos todos os dias para esses momentos de aprendizagem, eles são cumulativos e, por si, transformativos.

Acima de tudo, é importante encontrarmos formas de aprender que não nos desmotivem. Ler, vídeos, cursos… o que for que nos motive e ajude. Porque sabemos mais e utilizamos o que sabemos de formas mais produtivas, se gostarmos do que estamos a fazer, faz om que apreciemos o acto de aprender.

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Obrigada e Até Breve!

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