Perguntas pascais e respostas difíceis

páscoa

Olá a todos! Sejam bem-vindos a esta [pausa de domingo].

Quem se sente preparado para responder a algumas perguntas difíceis?

Eu sei que não estou…

… e, sou relembrada disto, a cada meia dúzia de dias, por uma pequenita pessoa que está algures na chamada idade dos porquês.

Perguntam vocês:

Mas, tu sabias que isto ia acontecer? (ela a colocar perguntas difíceis) Sabia pois.

Aliás, recordo-me muito bem de ser uma perguntadora exímia na minha passagem pessoal por esta fase. E, também me recordo, com muita clareza, da insatisfação que sentia com a maioria das respostas dadas.

Pelo que, quando me oiço a dizer coisas como “é assim que é, filha” ou “ninguém sabe, de verdade, porque é assim“, sinto-me muito pouco preparada para guiar o meu rebento por uma estrada mais elucidativa do que a minha foi.

Ontem foi a vez das perguntas de Páscoa:

Quem era Jesus? Porque estava ele cheio de sangue? O que é que lhe aconteceu? Porque é que o quiseram matar?

E, para alguém como eu que, conhece as histórias, referências e mitos, que gosta de ler umas coisas sobre os assuntos relacionados, e conhecer um pouco do que vai (foi) por trás da história, e das suas controvérsias, mas que, em essência, não acredita, e não pratica esta f´e… e, que sente sempre que sabe pouco sobre os assuntos, porque qualquer livro conseguiria explicar uma versão melhor.

E, sendo eu alguém que, tem graves problemas com a forma como os Homens praticam as suas crenças e fé, e não apenas na actualidade, mas ao longo da História, usando-as não para fazer o bem, mas para magoar e dominar os outros…

O que respondo a uma criança, a quem quero esclarecer, mas não desejo inundar daquilo em que eu acredito?

Sinto que as minhas respostas são simplistas, pouco exactas, e mesmo condensadas de formas que não me agradam. Fico sempre com a mesma comichão que me diz que não estou a responder com a minha verdade, porque compreendo que a minha verdade é, também ela, relativa e tão falhada como qualquer outra.

E, no entanto, quero que ela tenha conhecimento, os factos possíveis e o desejo de compreender melhor esta realidade que a rodeia.

Quero que ela queira conhecer os assuntos e formar as suas opiniões.

Responder com coisas como “mataram-no porque ele fazia milagres“, ou “porque o poder instituído não pode permitir disrupções“, e “o que isto tem a ver com coelhos e  ovos de chocolate é…” e, acabo a ter de explicar o que é um milagre, uma crença, porque é esta história que prevalece no país onde vivemos, e que outras há, noutras partes do mundo, assim como as bases do consumismo, e da importância da venda nas economias de escala, e na subsistência dos humanos. Parece-me demasiado para nós.

Ah! e não são horas para isto! Porque é sempre à hora de deitar que temos este espaço de “perguntatório”.

Acabo sempre com a sensação que, ainda não é tempo para ela entender algo mais do que os traços largos de assuntos complexos e, que estou a pregar ao vento (*qualquer semelhança com a raiz do acto original, não foi coincidência).

Entretanto, acho que temos, pelo menos, dois livros de cristianismo ilustrado para crianças (introduzo aqui um estremecer nervoso com esta ideia) que vou tentar ler com ela.

Pelo menos, fica com a versão aguada desta história e, quem sabe, mais tarde persegue o assunto e tira as suas próprias conclusões.

E, segue a celebração familiar da Páscoa. Porque as crenças mudam, as celebrações adaptam-se e, nós?!, tentamos seguir com o que temos, e responder às nossas perguntas o melhor que sabemos.

Boa Páscoa! e…

Uma excelente pausa de domingo.

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